Infecções em pacientes diabéticos com lesões de pé: avaliação dos fatores de risco para amputação, mortalidade, perfil microbiológico e perfil de resistência antimicrobiana em Belo Horizonte de 2014 A 2019

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mislene Aparecida de Oliveira Persilva
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/45805
Resumo: Uma das situações de saúde mais prevalentes em portadores de diabetes mellitus (DM) é o Pé Diabético, designado como uma série de condições incluindo infecção, alterações neurológicas e doença vascular que afetam a qualidade de vida e a mortalidade do indivíduo. Esse estudo teve como objetivo avaliar o perfil microbiológico, de resistência antimicrobiana, fatores de risco para amputação e mortalidade de pacientes diabéticos com infecção de pé entre 2014 e 2019 em um hospital terciário da rede privada de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Foram avaliados 260 pacientes portadores de DM, com idade a partir de 18 anos e que realizaram biópsia e cultura de tecido profundo. Os dados foram analisados através de estatísticas descritivas expostas por meio de gráficos de distribuição de percentuais, através da análise de qui-quadrado de Pearson para comparar a frequência de ocorrência das variáveis categóricas e teste T com correção para variâncias heterogêneas para comparar as variáveis numéricas entre os grupos. Os resultados demonstraram que a média de idade foi de 66,4 anos (desvio padrão 14,43) sendo 153 (58,8%) do sexo masculino. Quanto às comorbidades prévias, 119 (45,8%) eram hipertensos. A maioria 249 (95,8%) eram portadores do DM tipo 2. As análises comparativas quanto às características dos pés diabéticos avaliados, mostraram que o membro inferior esquerdo 129 (49,6%) foi o mais acometido. No que se refere à parte do pé avaliada, 86 (33,0%) eram o primeiro pododáctilo, seguido do calcâneo 55 (21,1%). A deformidade mal perfurante plantar estava presente em 137 (52,7%) pacientes. Os procedimentos mais realizados foram: 80 (30,8%) amputações e 71 (27,3%) desbridamento cirúrgico e curativo. O tipo de amputação mais predominante foi a amputação menor 106 (40,8%). A média de pontos da classificação PEDIS (Perfusion, Extent, Depth, Infection, Sensation) para pacientes submetidos à amputação maior foi superior quando comparados aos não amputados (2,58 e 1,64 pontos respectivamente, p<0,0001), mas a média de PEDIS de amputação maior não diferiu estatisticamente da média de amputação menor (2,58 e 2,27 pontos respectivamente). A média de pontos da classificação de Wagner para pacientes submetidos à amputação maior foi mais elevada do que a média para pacientes não amputados (2,50 e 1,50 pontos respectivamente, p<0,0001), entretanto a média dos pacientes submetidos à amputação maior não diferiu estatisticamente daqueles submetidos à amputação menor (2,50 e 2,27 pontos respectivamente). Isquemia crítica ocorreu com mais frequência em pacientes submetidos à amputação menor 17 (6,5%), em comparação com aqueles que sofreram amputação maior 8 (3,0%). Doença arterial periférica teve maior frequência em pacientes submetidos à amputação menor 29 (11,1%) se comparado com aqueles submetidos à amputação maior 10 (3,8%). A perda de sensibilidade aconteceu com mais frequência naqueles submetidos à amputação menor 37 (14,2%) do que os com amputação maior 15 (5,8%). Na avaliação microbiológica, a espécie mais frequentemente isolada foi o Staphylococcus aureus, 18,85% do total de casos, seguido do Enterococcus faecalis, 17,69% e Pseudomonas aeruginosa, 8,85% dos casos. Não houve associação estatística entre um microrganismo ou grupo específico com amputação e óbito.
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