Funções dos músculos do assoalho pélvico em mulheres continentes e em mulheres incontinentes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Raquel Rodrigues Gontijo
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8WLP55
Resumo: A relação entre os músculos do assoalho pélvico (MAP) e o mecanismo de continência urinária é descrita na literatura, assim como a indicação, pela International Continence Society, de treinamento dos MAP como primeira escolha de tratamento para incontinência urinária (IU). Esse treinamento melhora a força dos MAP e consequentemente reduz os sintomas da IU. No entanto, o fortalecimento dos MAP só ocorre quando as pacientes tem capacidade de contrair prioritariamente os MAP em detrimento aos músculos sinergistas, e devem ser contrações fortes e sustentadas. Desta forma, outras funções dos MAP além da força parecem ser relevantes. Entretanto, faltam dados de descrição das funções dos MAP (força, resistência, capacidade de contração e coordenação muscular) em mulheres com e em mulheres sem IU. Grande parte dos estudos não investiga todas as funções musculares, bem como a relação dessas com o sintoma de perda de urina aosesforços. Além disso, são escassos dados de caracterização das funções musculares em mulheres continentes. Para contribuir com o avanço na compreensão dos mecanismos de continência, com consequente melhora das abordagens terapêuticas a mulheres com IU, os objetivos deste estudo foram: documentar as funções dos MAP em mulheres com e em mulheres sem IU e investigar se existe diferença entre essas mulheres em relação às funções dos MAP. Materiais e Método: Estudo transversal em que foram investigados dados sociodemográficos, clínicos e as funções dos MAP de participantes com ou sem IU. A força muscular foi investigada por perineometria (Peritron®); a resistência, a capacidade de contração e a coordenação muscular foram investigadas por palpação vaginal. Análise descritiva foi utilizada para caracterização da amostra e os testes Mann Whitney e Qui-quadrado foram utilizados para comparar os grupos em relação às variáveis de caracterização da amostra e às FMAP, para os dados intervalares e dicotômicos respectivamente. Resultados: Os grupos com ou sem IU, com 86 e 75 participantes respectivamente, mesmo após controle estatístico de possíveis fatores de confusão, apresentaram diferença significativa em relação a todas as funções dos MAP (p<0,01). As mulheres incontinentes apresentaram valores menores de força (mediana=26,75 cmH2O, p=0,006) e de resistência muscular (mediana=22 seg., p=0.002) quando comparadas às mulheres continentes (mediana=37,30 cmH2O de força, mediana=30 seg de resistência). A chance de se observar participantes sem capacidade de contração muscular no grupo com IU é de 6,06 (2,17 16,67) vezes a chance do grupo sem IU (p = 0,001) e a chance de se observar participantes sem coordenação muscular no grupo com IU é de 55, 76(12,7 243,8) vezes a chance do grupo sem IU (p = 0,000), com predominância do uso de músculos abdominais em ambos os grupos. Conclusão: Existe diferença entre mulheres com e mulheres sem IU em relação a todas funções dos MAP investigadas. Os resultados deste estudo direcionam a avaliação dos MAP de fisioterapeutas em relação aos valores de força e resistência muscular em mulheres com ou sem IU. Além disso, foi evidenciada diferença entre essas mulheres emrelação às funções de capacidade e de coordenação muscular, que devem, portanto, ser objetos de investigação em pesquisa e na avaliação clínica de mulheres incontinentes com sintoma de perda urinária aos esforços.
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Entretanto, faltam dados de descrição das funções dos MAP (força, resistência, capacidade de contração e coordenação muscular) em mulheres com e em mulheres sem IU. Grande parte dos estudos não investiga todas as funções musculares, bem como a relação dessas com o sintoma de perda de urina aosesforços. Além disso, são escassos dados de caracterização das funções musculares em mulheres continentes. Para contribuir com o avanço na compreensão dos mecanismos de continência, com consequente melhora das abordagens terapêuticas a mulheres com IU, os objetivos deste estudo foram: documentar as funções dos MAP em mulheres com e em mulheres sem IU e investigar se existe diferença entre essas mulheres em relação às funções dos MAP. Materiais e Método: Estudo transversal em que foram investigados dados sociodemográficos, clínicos e as funções dos MAP de participantes com ou sem IU. A força muscular foi investigada por perineometria (Peritron®); a resistência, a capacidade de contração e a coordenação muscular foram investigadas por palpação vaginal. Análise descritiva foi utilizada para caracterização da amostra e os testes Mann Whitney e Qui-quadrado foram utilizados para comparar os grupos em relação às variáveis de caracterização da amostra e às FMAP, para os dados intervalares e dicotômicos respectivamente. Resultados: Os grupos com ou sem IU, com 86 e 75 participantes respectivamente, mesmo após controle estatístico de possíveis fatores de confusão, apresentaram diferença significativa em relação a todas as funções dos MAP (p<0,01). As mulheres incontinentes apresentaram valores menores de força (mediana=26,75 cmH2O, p=0,006) e de resistência muscular (mediana=22 seg., p=0.002) quando comparadas às mulheres continentes (mediana=37,30 cmH2O de força, mediana=30 seg de resistência). A chance de se observar participantes sem capacidade de contração muscular no grupo com IU é de 6,06 (2,17 16,67) vezes a chance do grupo sem IU (p = 0,001) e a chance de se observar participantes sem coordenação muscular no grupo com IU é de 55, 76(12,7 243,8) vezes a chance do grupo sem IU (p = 0,000), com predominância do uso de músculos abdominais em ambos os grupos. Conclusão: Existe diferença entre mulheres com e mulheres sem IU em relação a todas funções dos MAP investigadas. Os resultados deste estudo direcionam a avaliação dos MAP de fisioterapeutas em relação aos valores de força e resistência muscular em mulheres com ou sem IU. Além disso, foi evidenciada diferença entre essas mulheres emrelação às funções de capacidade e de coordenação muscular, que devem, portanto, ser objetos de investigação em pesquisa e na avaliação clínica de mulheres incontinentes com sintoma de perda urinária aos esforços.The literature clearly reports the relation between pelvic floor muscles (PFM) and the urinary incontinence mechanism. PFM training has been recommended as the first line treatment for urinary incontinence. However, evidence regarding the PFM functions in continent and incontinent women including muscle strength, endurance, contraction ability and coordination is lacking. Most studies do not investigate allPFM functions, neither the association of those with the urine loss on effort symptom. In addition, few studies describing the PFM function in a cohort of continent women. Therefore, to improve the understanding of the continence mechanism, which may lead to more successful therapeutic approaches to incontinent women, this study aimed to describe the PFM functions in women with or without urinary incontinenceand to investigate if there is any difference between continent and incontinent women regarding to these functions. Materials and Methods: Cross-sectional observational study with continent and incontinent women. Sociodemographic, clinical data and PFM functions were investigated. Perioneometry (Peritron®) was used to measure muscle strength and vaginal palpation was used to measure muscle resistance,contraction ability and coordination. The data collected in the assessments were statistically analyzed by a descriptive analysis. The descriptive data and the PFM functions were compared between groups by the Mann Whitney and by the chisquare tests. Results: The continent and the incontinent group included 86 and 75 participants respectively. There was a significant difference in all PFM functions investigated (P<0.01), even after controlling for possible confounding factors. Formuscle strength, the incontinent group (median=26 cmH2O) showed significant higher values of muscle strength compared to continent group (median=37.30 cmH2O, p=0.006). For muscle resistance, the incontinent group (median=22 sec.) showed significant worse resistance compared to the continent group (median= 30 sec. p=0.002). The chance to identify participants without the contraction ability in the incontinent group was 6.06 (2.17 16.67; p = 0.001) times higher than the continent group and the chance to observe participants without coordination in the incontinent group was 55.76 (12.7 243.8; p = 0.000) times higher than in the continent group. There was a predominant use of abdominal muscle in both groups. Conclusion: This study showed that there is difference between continent and incontinent women in all PFM functions. This study results inform physiotherapists the values related to PFM strength and endurance, in continent and incontinent women. Furthermore, the difference in PFM contraction ability and coordination in these two groups found in this study suggest that future studies and clinical approachof stress incontinence focusing on these aspects are warranted.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGFisioterapiaMulheresUrina IncontinênciaMúsculosFisioterapiaIncontinência urináriaFunções dos músculos do assoalho pélvicoFunções dos músculos do assoalho pélvico em mulheres continentes e em mulheres incontinentesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_raquel_gontijo.pdfapplication/pdf701184https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8WLP55/1/disserta__o_raquel_gontijo.pdfba5bf8dce12e39f1b6ad5d975af3d6daMD51TEXTdisserta__o_raquel_gontijo.pdf.txtdisserta__o_raquel_gontijo.pdf.txtExtracted texttext/plain100403https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8WLP55/2/disserta__o_raquel_gontijo.pdf.txt1f8be6990fa6251bf7ede1694d1e8101MD521843/BUOS-8WLP552019-11-14 05:27:49.81oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8WLP55Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T08:27:49Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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