Dobra 2
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/BUBD-APEPCD |
Resumo: | No livro -2, apresento uma entrevista com Ulises Carrión sobre a nova arte de fazer livros e uma troca de cartas com Vera Chaves Barcellos, artista gaúcha, sobre a obra Momento Vital. Partindo desses diálogos, trabalho com algumas noções e propriedades dos livros de artista, que já são, por definição, obras intermidiáticas. Por isso, a seção também traz uma entrevista com Dick Higgins, criador do conceito de intermídia.Neste bloco cerco ainda a questão do tempo, fundamental vetor para a arte contemporânea, partindo de um texto de Boris Groys. Também estudo operações como a leitura, a interpretação e a fruição, convidando Arthur Danto, Susan Sontag e Paulo Silveira ao debate. A ideia de fruição deixa mais evidente a participação do leitor/fruidor neste jogo entre o mundo da obra e o mundo de quem conversa com ela. Assim, é importante entender o conceito de abertura, bem como a ideia de obra em progresso. Autores como Umberto Eco, Leyla Perrone e Maurice Blanchot tentaram, exaustivamente, compreender tais questões, principalmente a partir do projeto inacabado de Mallarmé, O Livro. Frederico Coelho, em Livro ou Livro-me, também contribui com uma importante análise do livro-obra nunca consumado, nem oficialmente batizado, de Hélio Oiticica. No livro -1, que deu origem à pesquisa, falo de uma temática fundamental para a arte contemporânea: a documentação entre a arte e a vida. A base do estudo é também do pensador Boris Groys, aqui atravessado por Flávio de Carvalho, Daniel Spoerri e pela dupla André Severo e Maria Helena Bernades, do projeto Areal. No bloco 0, entrevisto Fabio Morais que, em sua dissertação de mestrado, elabora uma obra literartística: Site Specific, um Romance. A seção é fundamental para o entendimento do circuito entre as duas grandes disciplinas irmãs, arte e literatura. Usando um texto de Leminski, também traço um paralelo, ou espelhamento, dos movimentos de uma e de outra ao longo das últimas décadas.No bloco +1, trabalho com o conceito de autoficção de Diana Klinger, forjado em Foucault. Nesta seção, procuro compreender o papel do autor na escrita de si, com todos os seus enganos e possibilidades. Também estudo as obras de Luis Alberto Brandão e Silvana Pessôa, Sujeito, tempo e espaço ficcionais, e Os problemas da Estética, do filósofo Luigi Pareyson, circunscrevendo a questão. Falo ainda sobre o livro Antão, o Insone, de Tomé Cravan, belo exemplo de muda cruzada entre a ficção e a realidade. No bloco +2, o último, pesquiso o livro de Francis Alÿs, Numa dada situação, situando o texto do artista entre os movimentos da liberdade e do rigor próprios do fazer criativo. Italo Calvino anuncia a ideia de uma máquina literária, alforriando o escritor do estigma da genialidade, enquanto artistas conceituais trabalham a partir de restrições auto-impostas. Se a mecanização da escrita contribui para o desaparecimento da figura do autor, a dimensão do jogo e do lúdico nestas obras, por outro lado, convidam o público à participação. O bloco traz ainda algumas considerações do poeta Kenneth Goldsmith, além de textos de Alberto Manguel e de Maria do Carmo de Freitas Veneroso. Apropriação, citação e bricolagem são operações fundamentais neste diálogo infinito entre obras que caracteriza tanto a literatura quanto as artes visuais contemporânea. Finalizando, transcrevo uma entrevista com Goldsmith e John Cage. |
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