Um estudo da construção aspectual [dormir particípio] no português brasileiro contemporâneo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ana Paula Rabelo de Freitas
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/48385
https://orcid.org/0000-0003-4444-5450
Resumo: Estudamos, em uma pesquisa pancrônica, o processo de gramaticalização do verbo dormir em construções com o particípio para marcar a categoria aspectual no português brasileiro contemporâneo a partir de uma perspectiva funcionalista de estudo da língua. Para tanto, empreendemos uma incursão sobre o processo de gramaticalização e seus pressupostos (cf. KURYŁOWICZ, 1975 [1965]; HOPPER, 1991; TRAUGOTT e DASHER, 2004; HEINE et al, 1991; 2003; LEHMANN, 2015 [1982], entre outros), a fim de testar nossa hipótese principal de que, em construções como [A porta dormiu aberta], o verbo se apresenta como de ligação para marcar aspecto, deixando de ser, portanto, lexical. Considerando a função gramatical assumida pelo verbo dormir, propusemos uma discussão sobre a categoria verbal de aspecto, amparados em estudos clássicos (CASTILHO, 1968; 2020 e TRAVAGLIA, 2014[1981]). Dessa feita, foi-nos possível, considerando a natureza léxico-sintática da categoria aspectual, verificar uma segunda hipótese: o principal aspecto marcado pela construção estudada é o durativo. Nossa amostra linguística constituiu-se de 2.386 (dois mil, trezentos e oitenta e seis) dados coletados no Corpus do Português (DAVIES; FERREIRA, 2006) e na rede social Twitter, que foram analisados quantitativamente segundo os critérios sintático (contexto de predicação da forma) e semântico (abstração da forma e animacidade do sujeito). Em razão da hipótese de que estávamos diante de um fenômeno emergente, analisamos os dados qualitativamente segundo os parâmetros de gramaticalização propostos por Hopper (1991). Consideramos que fatores cognitivos, sintáticos e semânticos estivessem envolvidos no processo de reanálise do verbo, que perde sua propriedade predicadora, a qual se desloca para o termo à sua direita, conforme proposto por Castilho (2020). Identificamos, assim, os contextos de restrições para a reanálise da forma estudada: cognitivamente, a partir da experiência corpórea do falante, foi possível constatar que a forma gramaticalizada guarda resquícios do sentido etimológico da forma lexical no processo de abstração semântica do verbo, que gradualmente perde seu conteúdo nocional, ao passo que incorpora função gramatical. O contexto de predicação (predicado nominal com particípio na função predicativa) constituiu a restrição sintática observada. A restrição semântica configura-se na exigência do traço [- animado] do sujeito que integra a construção. As análises empreendidas permitiram-nos confirmar nossa hipótese principal de gramaticalização, bem como propor um cline do estatuto categorial do verbo dormir [forma significativa > forma relacional] em construções com o particípio segundo os contextos de predicação: predicado verbal > predicado verbo-nominal > predicado nominal.
id UFMG_74af263c88deabe356f2b2f906ea2656
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/48385
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Sueli Maria Coelhohttp://lattes.cnpq.br/5669784115573629Anya Karina Campos D'Almeida e PinhoAlcione Gonçalveshttp://lattes.cnpq.br/4846027427387592Ana Paula Rabelo de Freitas2022-12-22T18:52:55Z2022-12-22T18:52:55Z2022-11-17http://hdl.handle.net/1843/48385https://orcid.org/0000-0003-4444-5450Estudamos, em uma pesquisa pancrônica, o processo de gramaticalização do verbo dormir em construções com o particípio para marcar a categoria aspectual no português brasileiro contemporâneo a partir de uma perspectiva funcionalista de estudo da língua. Para tanto, empreendemos uma incursão sobre o processo de gramaticalização e seus pressupostos (cf. KURYŁOWICZ, 1975 [1965]; HOPPER, 1991; TRAUGOTT e DASHER, 2004; HEINE et al, 1991; 2003; LEHMANN, 2015 [1982], entre outros), a fim de testar nossa hipótese principal de que, em construções como [A porta dormiu aberta], o verbo se apresenta como de ligação para marcar aspecto, deixando de ser, portanto, lexical. Considerando a função gramatical assumida pelo verbo dormir, propusemos uma discussão sobre a categoria verbal de aspecto, amparados em estudos clássicos (CASTILHO, 1968; 2020 e TRAVAGLIA, 2014[1981]). Dessa feita, foi-nos possível, considerando a natureza léxico-sintática da categoria aspectual, verificar uma segunda hipótese: o principal aspecto marcado pela construção estudada é o durativo. Nossa amostra linguística constituiu-se de 2.386 (dois mil, trezentos e oitenta e seis) dados coletados no Corpus do Português (DAVIES; FERREIRA, 2006) e na rede social Twitter, que foram analisados quantitativamente segundo os critérios sintático (contexto de predicação da forma) e semântico (abstração da forma e animacidade do sujeito). Em razão da hipótese de que estávamos diante de um fenômeno emergente, analisamos os dados qualitativamente segundo os parâmetros de gramaticalização propostos por Hopper (1991). Consideramos que fatores cognitivos, sintáticos e semânticos estivessem envolvidos no processo de reanálise do verbo, que perde sua propriedade predicadora, a qual se desloca para o termo à sua direita, conforme proposto por Castilho (2020). Identificamos, assim, os contextos de restrições para a reanálise da forma estudada: cognitivamente, a partir da experiência corpórea do falante, foi possível constatar que a forma gramaticalizada guarda resquícios do sentido etimológico da forma lexical no processo de abstração semântica do verbo, que gradualmente perde seu conteúdo nocional, ao passo que incorpora função gramatical. O contexto de predicação (predicado nominal com particípio na função predicativa) constituiu a restrição sintática observada. A restrição semântica configura-se na exigência do traço [- animado] do sujeito que integra a construção. As análises empreendidas permitiram-nos confirmar nossa hipótese principal de gramaticalização, bem como propor um cline do estatuto categorial do verbo dormir [forma significativa > forma relacional] em construções com o particípio segundo os contextos de predicação: predicado verbal > predicado verbo-nominal > predicado nominal.We have studied in a panchronic research the grammaticalization process of the verb to sleep (dormir) in constructions with the past participle to mark the aspectual category in contemporary Brazilian Portuguese from a functionalist perspective of language studies. For such we carried out an investigation into the grammaticalization process and its assumptions (cf. KURYŁOWICZ, 1975[1965]; HOPPER, 1991; TRAUGOTT & DASHER, 2004; HEINE et al, 1991; 2003; LEHMANN, 2015 [1982], among others) in order to test our main hypothesis that in constructions such as [The door has slept open] (A porta dormiu aberta) the verb presents itself as copulative to mark aspect, thus ceasing to be lexical. Considering the grammatical function assumed by the verb to sleep (dormir) we have proposed a discussion about the verbal category of aspect supported by classic studies (CASTILHO, 1968; 2020 & TRAVAGLIA, 2014[1981]). Thus, by considering the lexical-syntactic nature of the aspectual category, it was possible to verify a second hypothesis: the main aspect marked by the studied construction is the durative. Our linguistic sample was comprised of 2.386 (two thousand three hundred and eighty-six) points of data collected in the Portuguese Corpus (DAVIES; FERREIRA, 2006), and in the social network Twitter. They were then quantitatively analyzed according to the following criteria: syntactic (context of form predication) and semantic (form abstraction and subject animacy). Due to the hypothesis that we were facing an emergent phenomenon, we analyzed the data qualitatively according to the grammaticalization principles proposed by Hopper (1991). We have considered that cognitive, syntactic, and semantic factors were involved in the process of reanalysis of the verb which loses its predicative property that is displaced to the term on the right side of the verb, as proposed by Castilho (2020). Therefore, we have identified the contexts of restrictions for the reanalysis of the studied form: cognitively, from the corporal experience of the speaker, it was possible to verify that the grammaticalized form maintains traces of the etymologic sense of the lexical form in the process of semantic abstraction of the verb, which gradually loses its notional content while embodying the grammatical function. The predicative context (nominal predicate with past participle in the predicative function) has set up the syntactic restriction that was observed. The semantic restriction is noted in the requirement of the [- animacy] trace of the subject that constitutes the construction. The analysis undertaken allowed us to confirm our main hypothesis of grammaticalization, as well as to propose a cline of the categorial status of the verb to sleep (dormir) [significative form > relational form] in constructions with the past participle according to the predicative contexts: verbal predicate > verbal-nominal predicate > nominal predicate.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Estudos LinguísticosUFMGBrasilFALE - FACULDADE DE LETRAShttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessLíngua portuguesa – VerbosLíngua portuguesa – GramaticalizaçãoLíngua portuguesa – Estudo e ensinoLíngua portuguesa – VariaçãoMudanças linguísticasGramaticalizaçãoAspectoVerbos de ligaçãoUm estudo da construção aspectual [dormir particípio] no português brasileiro contemporâneoA study of an aspectual construction [sleep past particple] (dormir particípio) in contemporary Brazilian Portugueseinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDissertação_Ana Paula Rabelo_RI.pdfDissertação_Ana Paula Rabelo_RI.pdfapplication/pdf2235181https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/48385/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o_Ana%20Paula%20Rabelo_RI.pdf72a24ed488b252fa2009a2366644066dMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8920https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/48385/2/license_rdf33b8016dc5c4681c1e7a582a4161162cMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/48385/3/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD531843/483852022-12-22 15:52:56.122oai:repositorio.ufmg.br:1843/48385TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-12-22T18:52:56Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Um estudo da construção aspectual [dormir particípio] no português brasileiro contemporâneo
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv A study of an aspectual construction [sleep past particple] (dormir particípio) in contemporary Brazilian Portuguese
title Um estudo da construção aspectual [dormir particípio] no português brasileiro contemporâneo
spellingShingle Um estudo da construção aspectual [dormir particípio] no português brasileiro contemporâneo
Ana Paula Rabelo de Freitas
Gramaticalização
Aspecto
Verbos de ligação
Língua portuguesa – Verbos
Língua portuguesa – Gramaticalização
Língua portuguesa – Estudo e ensino
Língua portuguesa – Variação
Mudanças linguísticas
title_short Um estudo da construção aspectual [dormir particípio] no português brasileiro contemporâneo
title_full Um estudo da construção aspectual [dormir particípio] no português brasileiro contemporâneo
title_fullStr Um estudo da construção aspectual [dormir particípio] no português brasileiro contemporâneo
title_full_unstemmed Um estudo da construção aspectual [dormir particípio] no português brasileiro contemporâneo
title_sort Um estudo da construção aspectual [dormir particípio] no português brasileiro contemporâneo
author Ana Paula Rabelo de Freitas
author_facet Ana Paula Rabelo de Freitas
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Sueli Maria Coelho
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5669784115573629
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Anya Karina Campos D'Almeida e Pinho
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Alcione Gonçalves
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/4846027427387592
dc.contributor.author.fl_str_mv Ana Paula Rabelo de Freitas
contributor_str_mv Sueli Maria Coelho
Anya Karina Campos D'Almeida e Pinho
Alcione Gonçalves
dc.subject.por.fl_str_mv Gramaticalização
Aspecto
Verbos de ligação
topic Gramaticalização
Aspecto
Verbos de ligação
Língua portuguesa – Verbos
Língua portuguesa – Gramaticalização
Língua portuguesa – Estudo e ensino
Língua portuguesa – Variação
Mudanças linguísticas
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Língua portuguesa – Verbos
Língua portuguesa – Gramaticalização
Língua portuguesa – Estudo e ensino
Língua portuguesa – Variação
Mudanças linguísticas
description Estudamos, em uma pesquisa pancrônica, o processo de gramaticalização do verbo dormir em construções com o particípio para marcar a categoria aspectual no português brasileiro contemporâneo a partir de uma perspectiva funcionalista de estudo da língua. Para tanto, empreendemos uma incursão sobre o processo de gramaticalização e seus pressupostos (cf. KURYŁOWICZ, 1975 [1965]; HOPPER, 1991; TRAUGOTT e DASHER, 2004; HEINE et al, 1991; 2003; LEHMANN, 2015 [1982], entre outros), a fim de testar nossa hipótese principal de que, em construções como [A porta dormiu aberta], o verbo se apresenta como de ligação para marcar aspecto, deixando de ser, portanto, lexical. Considerando a função gramatical assumida pelo verbo dormir, propusemos uma discussão sobre a categoria verbal de aspecto, amparados em estudos clássicos (CASTILHO, 1968; 2020 e TRAVAGLIA, 2014[1981]). Dessa feita, foi-nos possível, considerando a natureza léxico-sintática da categoria aspectual, verificar uma segunda hipótese: o principal aspecto marcado pela construção estudada é o durativo. Nossa amostra linguística constituiu-se de 2.386 (dois mil, trezentos e oitenta e seis) dados coletados no Corpus do Português (DAVIES; FERREIRA, 2006) e na rede social Twitter, que foram analisados quantitativamente segundo os critérios sintático (contexto de predicação da forma) e semântico (abstração da forma e animacidade do sujeito). Em razão da hipótese de que estávamos diante de um fenômeno emergente, analisamos os dados qualitativamente segundo os parâmetros de gramaticalização propostos por Hopper (1991). Consideramos que fatores cognitivos, sintáticos e semânticos estivessem envolvidos no processo de reanálise do verbo, que perde sua propriedade predicadora, a qual se desloca para o termo à sua direita, conforme proposto por Castilho (2020). Identificamos, assim, os contextos de restrições para a reanálise da forma estudada: cognitivamente, a partir da experiência corpórea do falante, foi possível constatar que a forma gramaticalizada guarda resquícios do sentido etimológico da forma lexical no processo de abstração semântica do verbo, que gradualmente perde seu conteúdo nocional, ao passo que incorpora função gramatical. O contexto de predicação (predicado nominal com particípio na função predicativa) constituiu a restrição sintática observada. A restrição semântica configura-se na exigência do traço [- animado] do sujeito que integra a construção. As análises empreendidas permitiram-nos confirmar nossa hipótese principal de gramaticalização, bem como propor um cline do estatuto categorial do verbo dormir [forma significativa > forma relacional] em construções com o particípio segundo os contextos de predicação: predicado verbal > predicado verbo-nominal > predicado nominal.
publishDate 2022
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-12-22T18:52:55Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-12-22T18:52:55Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2022-11-17
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/48385
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv https://orcid.org/0000-0003-4444-5450
url http://hdl.handle.net/1843/48385
https://orcid.org/0000-0003-4444-5450
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc/3.0/pt/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc/3.0/pt/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv FALE - FACULDADE DE LETRAS
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/48385/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o_Ana%20Paula%20Rabelo_RI.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/48385/2/license_rdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/48385/3/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 72a24ed488b252fa2009a2366644066d
33b8016dc5c4681c1e7a582a4161162c
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801676972449857536