A apropriação do livro didático do PNLD pelo professor de Português

• Autor(a) principal: Ricardo Souza Netto
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/38330
• topic: Livro didático de Português; Escola pública; Professor de Português; Língua portuguesa – Estudo e ensino; Livros didáticos – Avaliação; Linguística aplicada; Professores de português – Formação

Esta pesquisa teve origem em uma sondagem realizada com alunos de licenciatura dos estágios supervisionados de análise e prática da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (FALE/UFMG). Os resultados e as percepções próprias obtidas durante esses estágios sinalizaram certo distanciamento de professores de escolas públicas de Belo Horizonte em relação à utilização na sala de aula do livro didático de Português (LDP) adotado. Dessa observação, originou-se a convicção da necessidade de investigar o LDP para compreender a materialidade desse fenômeno e suas circunstâncias. Assim, o presente trabalho pretende mapear a utilização do LDP, para responder à questão fundamental: Como o livro didático é apropriado pelos professores das escolas públicas do Ensino Fundamental II e Médio de Belo Horizonte? Desta forma, partiu-se para a realização de uma investigação documental e bibliográfica para compreender a evolução do livro didático no País e as concepções que deram origem ao LDP atual. A fundamentação teórica está baseada: na classificação de Choppin (2020c p. 21), que estabelece o livro didático como “o livro que serve para ensinar”; e na perspectiva enunciativo-discursiva de linguagem utilizada na orientação dos currículos, por meio da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e na elaboração dos LDP, em decorrência dos editais do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD). O levantamento de resultados comparativos de alunos brasileiro em “leitura” no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) apontou a possibilidade de verificar outra possibilidade teórica, o que foi feito por meio de sucinta análise de extratos do currículo inglês. Metodologicamente, foi realizada, ainda, uma pesquisa de campo com “survey” utilizando como instrumento um questionário estruturado não identificado que foi respondido on-line por uma amostra de 42 professores de Português, do Ensino Fundamental II e Médio, de escolas públicas de Belo Horizonte. Os dados obtidos, analisados e interpretados quantitativa e qualitativamente, confirmaram a utilização parcial do LDP pelos professores causada principalmente por razões decorrentes da estrutura e do conteúdo do LDP, e ainda por aspectos relacionados à própria formação dos professores, às características dos alunos e à perspectiva enunciativo-discursiva que orienta a elaboração dos LDP e da BNCC. Além dessas conclusões, foi verificada também a conveniência da realização de novos estudos – para aprofundar e detalhar os achados deste trabalho – que poderão contribuir para a melhor compreensão do cenário do ensino da Língua Portuguesa no País.