Fatores genéticos e ambientes que influenciam as características das curvas de lactação de quatro grupos genéticos de mestiças Holandês-zebu

• Autor(a) principal: Joana Ribeiro da Glória
• Data de Publicação: 2008
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/31798
• topic: Bovino; Aspectos ambientais; Lactação; Aspectos genéticos; Leite; Ciência Animal

Modelaram-se curvas médias e individuais de 1.340 lactações de vacas F1 Holandês-Gir (HG), Holandês-Guzerá (HGU), Holandês-Nelore (HN) e Holandês-Azebuado (HA), a partir de controles leiteiros intervalados de 14 dias, provenientes de duas Fazendas Experimentais da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG). O manejo nutricional era baseado em pastagens no verão e silagem de milho e cana-de-açúcar com uréia no inverno e ração concentrada no momento da ordenha, de acordo com a produção. A função gamma incompleta foi utilizada para estimação dos parâmetros das curvas e foram estimados a produção no pico da lactação (PP), o tempo decorrido do início da lactação até o pico (TP), a persistência (PERS) e a produção total de leite (PT). Dentro de cada grupo genético curvas médias foram modeladas para as várias ordens de parto. A avaliação dos efeitos fixos de grupo genético (GG) e dos fatores de ambiente (fazenda de origem, época de parto (EP) e ordem de lactação (OL) sobre os parâmetros da função (‘a’, ‘b’ e ‘c’) e sobre as características lactacionais (PP, TP, PERS, PT, e duração da lactação-DL) foi feita utilizando-se o método dos quadrados mínimos. Vinte e três por cento das curvas individuais foram consideradas atípicas. Os coeficientes de determinação ajustados (R2A) foram superiores a 90% para a maioria das curvas médias e 99% das curvas individuais típicas apresentaram R2A superiores a este valor, indicando que a função gamma incompleta modelou adequadamente curvas médias e individuais de vacas F1. As curvas médias apresentaram produção inicial (PI) seguida de fase ascendente até o pico de lactação e fase descendente posterior ao pico. Para a quinta ou mais ordens de lactação para o grupo HN, a curva mostrou-se linear a partir do início da lactação. Em todos os grupos genéticos foram observadas diferenças evidentes entre as curvas médias da primeira ordem e as demais. Para as curvas médias, as variações entre PI e PP não foram expressivas mostrando pico de lactação discreto. A média do TP foi de 23,3 dias, variando entre GG de 15,8 dias para as HN até 32,6 dias para as HA. O parâmetro ‘a’, indicativo da produção inicial (PI), foi influenciado pelo GG, EP e OL. Maiores PI foram observadas para os animais HG e HA e menores para os HN, o PI aumentou com o incremento da OL e lactações iniciadas no final das chuvas e início da seca apresentaram maiores PI. O TP foi influenciado pelos efeitos de fazenda, EP e interação entre GG e OL. O TP foi menor para as lactações iniciadas no final das chuvas e, para os grupos genéticos HG e HGU, maior TP ocorreu para as primíparas. A PP foi influenciada pelos efeitos de fazenda e pela interação entre GG e OL, com menores valores de PP observados na primeira ordem de lactação. A PERS foi influenciada pelos efeitos de fazenda e interação GG e OL, com maiores valores para a primeira OL nos animais HG, sendo semelhantes entre as OL para os demais GG. A PT foi influenciada pelos efeitos de fazenda, GG, EP e OL. Maiores PT foram verificadas para os grupos HG e HA, superiores em, aproximadamente, 14% e 29% às produções totais para as HGU e HN, respectivamente. Maiores PT foram verificadas para lactações iniciadas no período seco. De maneira geral, a PT aumentou com o incremento da OL. A DL foi influenciada pelos efeitos de EP e pela interação entre GG e OL, com menores DL observadas nas lactações iniciadas no final das chuvas. Para os grupos HG e HN não foram verificadas diferenças entre as DL nas várias OL. As interações entre GG e OL foram predominantemente de magnitude e não de inversão.