Qual economia solidária?: os sentidos da emancipação em um curso de formação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9RQJHC |
Resumo: | O presente trabalho buscou estudar um curso de Formação de Formadores em Economia Solidária, parte de uma política pública do governo federal voltada para o desenvolvimento da Economia Solidária (ES) no país. No intuito de entender as potências e limitações desse curso para disseminação e/ou reflexão desse tema nos termos propostos pelo movimento de ES, propôs-se relacionar e comparar entre si os três espaços/ momentos considerados relevantes para tal análise: a pré-concepção, a concepção e a implementação do curso. Para a construção dos dados desse estudo adotou-se a postura epistemológica de Gonzáles-Rey da Epistemologia Qualitativa. A pesquisa foi dividida em duas etapas, uma documental e outra etnográfica que deram conta dos três espaços diferentes do curso. Para os dois primeiros espaços utilizou-se a pesquisa documental. Para o espaço propriamente do curso tanto a pesquisa documental como a etnográfica na educação foram utilizadas. Empregou-se a análise de conteúdo para organizar as informações e construir os dados. Após o percurso da pesquisa foi possível perceber que no caso específico do curso estudado, a entrada do movimento de ES no estado, como é considerada pelo secretário da SENAES e teórico da economia solidária Paul Singer, não distorce a proposta do movimento. Há, entre os três momentos, uma consonância dos sentidos de emancipação e das concepções de economia solidária. As diferenças de ênfase ou de propostas se deram mais por diferentes objetivos das comunicações que necessariamente pela disputa clara de projetos distintos para a ES. Contudo, ressalva-se que se, por um lado, a adoção ocorrida por vezes de um discurso moderado e mais palatável por parte da SENAES pode ajudar a expandir e a abrir portas para a ES em espaços a princípio não anticapitalistas, por outro, pode deixá-la mais vulnerável a deturpações e a uso para objetivos opostos aos que busca. Por fim, avaliou-se que o curso apresenta como limitação principalmente o pouco tempo para: tratar e discutir temas extensos e complexos e permitir maior participação dos educandos. As potencialidades foram a consonância entre os sentidos da emancipação e concepções de ES entre os momentos, os conteúdos críticos, as variedades de visões e as práticas emancipatórias (participação, autogestão de alguns espaços do curso, debates, etc.) ensejadas no curso. |
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Ana Paula Paes de PaulaBenedito Anselmo Martins de OliveiraAlexandre de Padua CarrieriFelipe Marques Carabetti Gontijo2019-08-12T03:57:34Z2019-08-12T03:57:34Z2012-05-28http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9RQJHCO presente trabalho buscou estudar um curso de Formação de Formadores em Economia Solidária, parte de uma política pública do governo federal voltada para o desenvolvimento da Economia Solidária (ES) no país. No intuito de entender as potências e limitações desse curso para disseminação e/ou reflexão desse tema nos termos propostos pelo movimento de ES, propôs-se relacionar e comparar entre si os três espaços/ momentos considerados relevantes para tal análise: a pré-concepção, a concepção e a implementação do curso. Para a construção dos dados desse estudo adotou-se a postura epistemológica de Gonzáles-Rey da Epistemologia Qualitativa. A pesquisa foi dividida em duas etapas, uma documental e outra etnográfica que deram conta dos três espaços diferentes do curso. Para os dois primeiros espaços utilizou-se a pesquisa documental. Para o espaço propriamente do curso tanto a pesquisa documental como a etnográfica na educação foram utilizadas. Empregou-se a análise de conteúdo para organizar as informações e construir os dados. Após o percurso da pesquisa foi possível perceber que no caso específico do curso estudado, a entrada do movimento de ES no estado, como é considerada pelo secretário da SENAES e teórico da economia solidária Paul Singer, não distorce a proposta do movimento. Há, entre os três momentos, uma consonância dos sentidos de emancipação e das concepções de economia solidária. As diferenças de ênfase ou de propostas se deram mais por diferentes objetivos das comunicações que necessariamente pela disputa clara de projetos distintos para a ES. Contudo, ressalva-se que se, por um lado, a adoção ocorrida por vezes de um discurso moderado e mais palatável por parte da SENAES pode ajudar a expandir e a abrir portas para a ES em espaços a princípio não anticapitalistas, por outro, pode deixá-la mais vulnerável a deturpações e a uso para objetivos opostos aos que busca. Por fim, avaliou-se que o curso apresenta como limitação principalmente o pouco tempo para: tratar e discutir temas extensos e complexos e permitir maior participação dos educandos. As potencialidades foram a consonância entre os sentidos da emancipação e concepções de ES entre os momentos, os conteúdos críticos, as variedades de visões e as práticas emancipatórias (participação, autogestão de alguns espaços do curso, debates, etc.) ensejadas no curso.This work studied a course for Training Trainers in Solidarity Economy, part of a public policy of the federal government focused on the development of Solidarity Economy (SE) in the country. In order to understand the strengths and limitations of this course for the dissemination and/or reflection of this theme, as proposed by the ES social movement, it has been proposed to relate and compare among each other the three spaces/moments considered relevant to this analysis: the "pre-conception", the conception, and the implementation of the course. For the construction of the data this work adopted the epistemological stance of Gonzales-Rey of Qualitative Epistemology. The research was divided into two stages, one documental and another ethnographic, given account of three different areas of the course . For the first two spaces it was used documental research. For the course space itself, both documental and education ethnographic were used. Content analysis were applied to organize the information and build the data. After the analysis it was revealed that, in the specific case of the course, the "entrance" of the ES movement in the government, as it is considered by the SENAES Secretary and solidarity economy theorist Paul Singer, does not distort the movement. There is, among the three moments, a consistent sense of emancipation and about the conceptions of solidarity economy. The differences in emphasis or proposals occur more by different objectives of the communications than necessarily by a clear dispute among different ES projects. However, it must be emphasized that, if on one hand, the adoption of a moderate and more palatable discourse by the SENAES can help expand and open doors for ES in spaces not anti-capitalist in principle, on the other, it can make ES more vulnerable to misrepresentations and to be used in opposed directions to its original goals. Finally, it was evaluated that the course presents limitations especially for its short duration to: discuss large and complex topics and allow greater participation by the learners. The strengths were the consistency between the senses of empowerment and conceptions of ES among the three moments, critical content, varieties of visions and emancipatory practices (participation, selfmanagement of some areas of the course, debates, etc.) stimulated during the course.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEconomia solidáriaEpistemologiaPolíticas públicasEducaçãoEconomia solidáriaEtnografia na educaçãoFormação críticaPolítica públicaEpistemologia qualitativaQual economia solidária?: os sentidos da emancipação em um curso de formaçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALgontijo__f.m.c._qual_economia_solidaria.__finalizado_para_impressao_ficha__catalografia_.pdfapplication/pdf4509763https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9RQJHC/1/gontijo__f.m.c._qual_economia_solidaria.__finalizado_para_impressao_ficha__catalografia_.pdfe80ab61fce5811d8f691237145a28691MD51TEXTgontijo__f.m.c._qual_economia_solidaria.__finalizado_para_impressao_ficha__catalografia_.pdf.txtgontijo__f.m.c._qual_economia_solidaria.__finalizado_para_impressao_ficha__catalografia_.pdf.txtExtracted texttext/plain360598https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9RQJHC/2/gontijo__f.m.c._qual_economia_solidaria.__finalizado_para_impressao_ficha__catalografia_.pdf.txtdd4540b7a8777d45d3e1883851c7c171MD521843/BUOS-9RQJHC2019-11-14 10:40:59.903oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-9RQJHCRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T13:40:59Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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