Correlação entre as lesões cardíacas e a resposta imune em cães da raça Beagle infectados experimentalmente com diferentes cepas do Trypanosoma cruzi.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Paulo Marcos da Matta Guedes
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/SAGF-6X4L2N
Resumo: RESUMOCom a finalidade de compreender melhor a gênese das lesões na miocardiopatia chagásica crônica humana, cães da raça Beagle foram infectados com cepas do Trypanosoma cruzi que apresentam diferentes graus de virulência e patogenicidade. Foram analisadas características biológicas inerentes as cepas do parasito (polimorfismo de formas tripomastigotas, infectividade in vitro, curva de parasitemia) e aspectos da resposta imune do hospedeiro (cinética de produção de imunoglobulinas IgA, IgM, IgG, IgG1 e IgG2; produção de anticorpos líticos; proliferação de células mononucleares do sangue periférico/CMSP; dosagem de citocinas in situ no linfonodo cervical e no átrio direito) correlacionando com as alterações cardíacas (cardiomegalia, inflamação e fibrose presentes no miocárdio) durante as fases aguda (eutanásia: 30 dias após a infecção) e crônica (dois anos após a infecção). As cepas Y e ABC do T. cruzi que apresentaram alta infectividade in vitro, quando foram inoculados em cães, os níveis de parasitemia foram mais elevados que aqueles observados com a cepa Berenice-78. Todos os animais infectados mostraram o mesmo perfil de resposta proliferativa CMSP. Não houve diferença nos níveis de anticorpos dos isotipos IgA, IgM e de anticorpos líticos nos animais infectados com as três cepas do T. cruzi. Entretanto, os anticorpos IgA juntamente com IgM pode ser utilizado como marcador de fase aguda da infecção. Os níveis de anticorpos detectados na sorologia convencional (SC) e na citometria de fluxo (CF) (IgG total e IgG2) foram similares e detectados a partir de 15 dias da inoculação na maioria dos animais infectados. Por outro lado, altos níveis de IgG1 foram detectados na SC e na CF nos soros dos animais infectados com a cepa Berenice-78, enquanto foram ausentes ou detectados em níveis baixos naqueles infectados com as cepas Y e ABC, e negativos nos animais não infectados. Durante a fase aguda, todos os animais infectados apresentaram linfadenopatia e esplenomegalia e somente 50% (cepas Y e ABC) e 25% (Berenice-78) dos animais infectados apresentaram discreta cardiomegalia. Também foi observada uma severa miocardite em todos os animais infectados. Na fase crônica, somente 50% e 25% dos animais infectados com as cepas Berenice-78 e ABC, respectivamente, apresentaram linfadenopatia. No entanto, todos animais permaneceram com esplenomegalia, porém menos intensa que na fase aguda. A cardiomegalia, a inflamação e a fibrose foram observadas em 100%, 50% e 100% dos animais infectados com as cepas Y, Berenice-78 e ABC, respectivamente. A produção de IFN-, TNF e IL-10 in situ (linfonodo cervical e átrio direito) durante a fase aguda foi similar em todos os animais infectados. Entretanto, durante a fase crônica os níveis de produção destas citocinas foi semelhante nos linfonodos dos animais infectados enquanto na área cardíaca somente aqueles infectados com a cepa Berenice-78 produziram IL-10. Esses dados indicam que a alta produção de IgG1 e IL-10 in situ (resposta anti-inflamatória) durante esta fase podem estar correlacionadas com a forma indeterminada da doença, enquanto a baixa produção de IgG1 e IL-10 estariam associadas a forma cardíaca da doença.
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