Profissionalização ou formação?: uma reflexão sobre a gestão social,a partir da certificação dos gestores públicos em Minas Gerais e nos Estados Unidos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lilian Bambirra de Assis
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-92BFAH
Resumo: Objetivou-se com esta tese contrapor a noção de profissionalização com o que deveria ser a formação do gestor público no sentido Adorniano e verificar se a profissionalização leva ou não à gestão social.A pesquisa foi realizada a partir do estudo dos modelos de certificação dos gestores públicos adotados pelo estado de Minas Gerais desde 2006 e do modelo norte-americano conhecido como Certified Public Management, CPM, iniciado naquele país em 1976. Foram feitas entrevistas semiestruturadas com 28 pessoas ligadas à certificação emMinas Gerais e nove ao processo nos Estados Unidos em cinco estados diferentes, além de análise documental.Um dos grandes desafios para uma gestão mais democrática está na profissionalização,ou não na formação,dos servidores públicos,que,efetivamente,são os responsáveis por gerar e manter mudanças em uma direção transformadora.Assim,iniciamos um resgate histórico da evolução da gestão pública e a partir dos modelos de gestão gerencial e social proposto por Paes de Paula (2005),consideramos a necessidade de explorar um entendimento sobre gestão voltado para a perspectiva social.No segundo ponto exploramos a Teoria da Ação Comunicativa,de Habermas (1987),que subsidia o entendimento da gestão de forma autêntica.Além disso,identificamos as duas formas básicas de caracterização das realidades organizacionais,segundo Watson (2005): a sistêmico-controladora e a processual-relacional.Ambas representam mais do que duas formas de ver a vida organizacional,mas duas formas de pensá-las. Importante ressaltar que o foco é a intervenção, mas sim a observação que permite uma pesquisa social.A coleta de dados, revelou a necessidade de resgatar os conceitos de formação e de semiformação, de Adorno, pois se falamos de gestores públicos aptos a realizarem a gestão social de forma autêntica e relacional,entendemos que apenas o sujeito formado no sentido Adorniano da Bildung é capaz de fazê-la.Diante do cenário aqui resumidamente apresentando, procedemos à análise dialética entre profissionalização e formação do gestor público no sentido Adorniano, para resgatar o aspecto processual-relacional na área de gestão pública, a qual para viabilizar uma gestão democrática, requer pessoas formadas (Bildung). A gestão social pode ser relacionada à processual-relacional. Constatamos, todavia, que pessoas semiformadas no sentido Adorniano são capazes de gerir de forma sistêmico-controladora e que as competências suportam e reforçam a semiformação. Por isso, propomos que é necessário conatr com pessoas formadas para que a gestão social seja efetivada. É exatamente isso que esta tese se propõe a discutir. A análise dos dados coletados permitiu chegar a duas conclusões: a) Existe um discurso processual-relacional que não se concretiza na prática; b) Existe um referencial no caso brasileiro e nos Estados Unidos, em que as competências assumidas como ponto de partida são questionáveis. A restrição quanto o processual-relacional ocorre justamente porque o ponto de partida é a competência. Tal fato somente foi evidenciado após o contraponto do referencial analítico com uma realidade, que é um fragmento que remete ao universal. Esta tese visa contribuir com reflexões acerca do uso de uma das formas de profissionalização do gstor público, a certificação, para confrontar com a noção de formação e comprovar se isso leva ou não à gestão social. Outras iniciativas voltadas para a profissionalização podem ser analisadas sob a mesma ótica. concluimos que para a gestão social se efetive, o gestor público precisa experimentar sua autonomia, abrir seu espírito com base em seus princípios e nos dos outros, com suas crenças e as dos outros, para encontrar sua maneiras de pensar e, assim, gerir com seu próprio estilo. Só assim, Haverá uma gestão voltada ao social, na qual os gestores terão capacidade de se indignar diante das atrocidades que cotidianamente acontecem, diasnte das quais o silenciamento reflete o alto grau de adaptação ao qual parece estar acostumado.
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Importante ressaltar que o foco é a intervenção, mas sim a observação que permite uma pesquisa social.A coleta de dados, revelou a necessidade de resgatar os conceitos de formação e de semiformação, de Adorno, pois se falamos de gestores públicos aptos a realizarem a gestão social de forma autêntica e relacional,entendemos que apenas o sujeito formado no sentido Adorniano da Bildung é capaz de fazê-la.Diante do cenário aqui resumidamente apresentando, procedemos à análise dialética entre profissionalização e formação do gestor público no sentido Adorniano, para resgatar o aspecto processual-relacional na área de gestão pública, a qual para viabilizar uma gestão democrática, requer pessoas formadas (Bildung). A gestão social pode ser relacionada à processual-relacional. Constatamos, todavia, que pessoas semiformadas no sentido Adorniano são capazes de gerir de forma sistêmico-controladora e que as competências suportam e reforçam a semiformação. Por isso, propomos que é necessário conatr com pessoas formadas para que a gestão social seja efetivada. É exatamente isso que esta tese se propõe a discutir. A análise dos dados coletados permitiu chegar a duas conclusões: a) Existe um discurso processual-relacional que não se concretiza na prática; b) Existe um referencial no caso brasileiro e nos Estados Unidos, em que as competências assumidas como ponto de partida são questionáveis. A restrição quanto o processual-relacional ocorre justamente porque o ponto de partida é a competência. Tal fato somente foi evidenciado após o contraponto do referencial analítico com uma realidade, que é um fragmento que remete ao universal. Esta tese visa contribuir com reflexões acerca do uso de uma das formas de profissionalização do gstor público, a certificação, para confrontar com a noção de formação e comprovar se isso leva ou não à gestão social. 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