We (believe or distrust) the people: o controle de constitucionalidade das Emendas à Constituição e o problema da autoridade
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/52583 https://orcid.org/0000-0001-7404-440X |
Resumo: | Qual a justificativa moral para se atribuir ao povo a autoridade das mudanças constitucionais? Porque é tão importante que o povo participe e delibere na construção discursiva da decisão política? Nessa dissertação, assumimos que o único direito que é capaz de legitimar a autoridade que ele reclama é o direito democrático. A democracia concede a única justificação moral para a autoridade do direito e das obrigações jurídicas. A partir das contribuições da concepção discursiva de democracia de Habermas, tentarei demonstrar que o ideal normativo de cidadania, que reconhece o povo concomitantemente como autor e destinatário das normas, exerce importante influencia em uma teoria da autoridade do direito. A legitimidade da autoridade advém do povo, de modo que é o povo quem legitima a autoridade do poder, do direito e da Constituição. De igual modo, deverá ser o povo quem legitima a mudança constitucional por via de emenda constitucional. Quando a Corte revisa a emenda interfere de modo decisivo no reconhecimento ou não da alteração da Constituição, de modo a decidir o resultado final da mudança constitucional e, assim, estabelecer novas bases para o projeto constituinte que se iniciou na Constituição. É nosso objeto de investigação nesta Dissertação a revisão judicial de emendas constitucionais, em que uma decisão judicial pode invalidar uma decisão legislativa legitimada pelo constituinte de reforma que altera a Constituição, apesar do profundo desacordo moral sobre os princípios morais abstratos nela contidos. O coração do debate sobre a legitimidade da autoridade de controlo jurisdicional compreende duas questões correlatas que serão enfrentadas por esta dissertação: o que a Constituição significa e quem decide este significado. No final, tenho a intenção de mostrar que o Supremo Tribunal Federal não tem autoridade moral e legal para pronunciar a inconstitucionalidade material de Emendas à Constituição, pelo menos enquanto elas são pronunciadas à luz de profundos desacordos morais. Pelo contrário, nesse tipo especial de controle de constitucionalidade forte, a Corte deve agir como um catalisador deliberativo que ajuda a comunidade a melhorar a qualidade das decisões democráticas, a fim de contribuir para a sua racionalidade, fornecendo sólidos argumentos de princípio. A titularidade do poder decisório, no entanto, deve permanecer com o povo, que o exercerá diretamente ou por seus representantes, na medida em que ele é a fonte de legitimidade da autoridade. O fundamento da autoridade da Constituição e da decisão que revisa uma emenda constitucional, portanto, reside na construção de um processo discursivo de justificação das normas que fornece ao povo o poder dele próprio decidir. |
id |
UFMG_7c16bf6d379d1c5cd37e754f7ecab863 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/52583 |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
Thomas da Rosa de Bustamantehttp://lattes.cnpq.br/9752509896150589Bernardo Gonçalves FernandesConrado Hübner MendesGláucio Ferreira Maciel Gonçalveshttp://lattes.cnpq.br/3893002620742370Ana Luisa de Navarro Moreira2023-04-27T15:05:15Z2023-04-27T15:05:15Z2014-12-22http://hdl.handle.net/1843/52583https://orcid.org/0000-0001-7404-440XQual a justificativa moral para se atribuir ao povo a autoridade das mudanças constitucionais? Porque é tão importante que o povo participe e delibere na construção discursiva da decisão política? Nessa dissertação, assumimos que o único direito que é capaz de legitimar a autoridade que ele reclama é o direito democrático. A democracia concede a única justificação moral para a autoridade do direito e das obrigações jurídicas. A partir das contribuições da concepção discursiva de democracia de Habermas, tentarei demonstrar que o ideal normativo de cidadania, que reconhece o povo concomitantemente como autor e destinatário das normas, exerce importante influencia em uma teoria da autoridade do direito. A legitimidade da autoridade advém do povo, de modo que é o povo quem legitima a autoridade do poder, do direito e da Constituição. De igual modo, deverá ser o povo quem legitima a mudança constitucional por via de emenda constitucional. Quando a Corte revisa a emenda interfere de modo decisivo no reconhecimento ou não da alteração da Constituição, de modo a decidir o resultado final da mudança constitucional e, assim, estabelecer novas bases para o projeto constituinte que se iniciou na Constituição. É nosso objeto de investigação nesta Dissertação a revisão judicial de emendas constitucionais, em que uma decisão judicial pode invalidar uma decisão legislativa legitimada pelo constituinte de reforma que altera a Constituição, apesar do profundo desacordo moral sobre os princípios morais abstratos nela contidos. O coração do debate sobre a legitimidade da autoridade de controlo jurisdicional compreende duas questões correlatas que serão enfrentadas por esta dissertação: o que a Constituição significa e quem decide este significado. No final, tenho a intenção de mostrar que o Supremo Tribunal Federal não tem autoridade moral e legal para pronunciar a inconstitucionalidade material de Emendas à Constituição, pelo menos enquanto elas são pronunciadas à luz de profundos desacordos morais. Pelo contrário, nesse tipo especial de controle de constitucionalidade forte, a Corte deve agir como um catalisador deliberativo que ajuda a comunidade a melhorar a qualidade das decisões democráticas, a fim de contribuir para a sua racionalidade, fornecendo sólidos argumentos de princípio. A titularidade do poder decisório, no entanto, deve permanecer com o povo, que o exercerá diretamente ou por seus representantes, na medida em que ele é a fonte de legitimidade da autoridade. O fundamento da autoridade da Constituição e da decisão que revisa uma emenda constitucional, portanto, reside na construção de um processo discursivo de justificação das normas que fornece ao povo o poder dele próprio decidir.What is the moral justification for attributing to the people the authority to make constitutional changes? Why is it so important that the people deliberate and participate in the discursive construction of political decisions? In this Dissertation, it is assumed that the only way to vindicate the law’s claim to legitimate authority is by recognizing its democratic character. Democracy provides the sole moral justification for legal authority and legal obligation. On the basis of Habermas’ discursive conception of democracy, I will attempt to demonstrate that the normative ideal of citizenship, which recognizes that the people are simultaneously authors and recipients of the laws that govern them, exerts an important influence on a theory of legal authority. The legitimacy of the authority comes from the people, so that is the people who legitimize the authority of the government, the law and the Constitution. By the same token, it should be the people who provide legitimacy to constitutional change through amendment procedures. When the court adjudicates on the validity of a constitutional amendment it interferes in a decisive way in a constitutional decision on whether or not a constitutional change will produce effects in a given community, and, thereby, provide a new basis for the constituent project that was initiated in the enactment of the Constitution. It is our object of inquiry in this Dissertation the judicial review of constitutional amendments, in which a judicial decision may invalidate a legislative decision to amend the Constitution despite the deep moral disagreement about the abstract moral principles therein. The heart of the debate about the legitimacy of the authority of judicial review comprises two correlated questions which will be faced by this Dissertation: what the constitution means and who decides what it means. In the end, I intend to show that the Brazilian Federal Supreme Court lacks moral and legal authority to pronounce the material unconstitutionality of Amendments to the Brazilian Constitution, at least while they are pronounced in the light of deep moral disagreement. On the contrary, in this special form of strong judicial review, the Court must act as a public reasoner that helps the community to enhance the quality of the democratic decisions, in order to contribute to its rationality by providing solid arguments of principle. The entitlement of the decision-power, however, must remain with the people, who shall exert it either directly of by their representatives, inasmuch as they are the source of legitimate authority. The ground of the authority of the constitution and of the decision that revises a constitutional admendment, therefore, lies in the construction of a discursive process of justification of legal norms that provides to the people the power to decide by themselves.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em DireitoUFMGBrasilDIREITO - FACULDADE DE DIREITOhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessDireito constitucionalControle da constitucionalidadeDemocraciaRevisão judicialAutoridade da ConstituiçãoControle de emendas constitucionaisConcepção discursiva de democraciaWe (believe or distrust) the people: o controle de constitucionalidade das Emendas à Constituição e o problema da autoridadeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDISSERTAÇÃO. WE (BELIEVE OR DISTRUST) THE PEOPLE. O controle de constitucionalidade das Emendas à Constituição e o problema da autoridade.pdfDISSERTAÇÃO. WE (BELIEVE OR DISTRUST) THE PEOPLE. O controle de constitucionalidade das Emendas à Constituição e o problema da autoridade.pdfapplication/pdf1208427https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/52583/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O.%20%20WE%20%28BELIEVE%20OR%20DISTRUST%29%20THE%20PEOPLE.%20O%20controle%20de%20constitucionalidade%20das%20Emendas%20%c3%a0%20Constitui%c3%a7%c3%a3o%20e%20o%20problema%20da%20autoridade.pdf4dccd2ddee7792cb741635119eae3719MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/52583/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/52583/3/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD531843/525832023-04-27 12:05:15.522oai:repositorio.ufmg.br:1843/52583TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-04-27T15:05:15Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
We (believe or distrust) the people: o controle de constitucionalidade das Emendas à Constituição e o problema da autoridade |
title |
We (believe or distrust) the people: o controle de constitucionalidade das Emendas à Constituição e o problema da autoridade |
spellingShingle |
We (believe or distrust) the people: o controle de constitucionalidade das Emendas à Constituição e o problema da autoridade Ana Luisa de Navarro Moreira Autoridade da Constituição Controle de emendas constitucionais Concepção discursiva de democracia Direito constitucional Controle da constitucionalidade Democracia Revisão judicial |
title_short |
We (believe or distrust) the people: o controle de constitucionalidade das Emendas à Constituição e o problema da autoridade |
title_full |
We (believe or distrust) the people: o controle de constitucionalidade das Emendas à Constituição e o problema da autoridade |
title_fullStr |
We (believe or distrust) the people: o controle de constitucionalidade das Emendas à Constituição e o problema da autoridade |
title_full_unstemmed |
We (believe or distrust) the people: o controle de constitucionalidade das Emendas à Constituição e o problema da autoridade |
title_sort |
We (believe or distrust) the people: o controle de constitucionalidade das Emendas à Constituição e o problema da autoridade |
author |
Ana Luisa de Navarro Moreira |
author_facet |
Ana Luisa de Navarro Moreira |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Thomas da Rosa de Bustamante |
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/9752509896150589 |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Bernardo Gonçalves Fernandes |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Conrado Hübner Mendes |
dc.contributor.referee3.fl_str_mv |
Gláucio Ferreira Maciel Gonçalves |
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/3893002620742370 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Ana Luisa de Navarro Moreira |
contributor_str_mv |
Thomas da Rosa de Bustamante Bernardo Gonçalves Fernandes Conrado Hübner Mendes Gláucio Ferreira Maciel Gonçalves |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Autoridade da Constituição Controle de emendas constitucionais Concepção discursiva de democracia |
topic |
Autoridade da Constituição Controle de emendas constitucionais Concepção discursiva de democracia Direito constitucional Controle da constitucionalidade Democracia Revisão judicial |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Direito constitucional Controle da constitucionalidade Democracia Revisão judicial |
description |
Qual a justificativa moral para se atribuir ao povo a autoridade das mudanças constitucionais? Porque é tão importante que o povo participe e delibere na construção discursiva da decisão política? Nessa dissertação, assumimos que o único direito que é capaz de legitimar a autoridade que ele reclama é o direito democrático. A democracia concede a única justificação moral para a autoridade do direito e das obrigações jurídicas. A partir das contribuições da concepção discursiva de democracia de Habermas, tentarei demonstrar que o ideal normativo de cidadania, que reconhece o povo concomitantemente como autor e destinatário das normas, exerce importante influencia em uma teoria da autoridade do direito. A legitimidade da autoridade advém do povo, de modo que é o povo quem legitima a autoridade do poder, do direito e da Constituição. De igual modo, deverá ser o povo quem legitima a mudança constitucional por via de emenda constitucional. Quando a Corte revisa a emenda interfere de modo decisivo no reconhecimento ou não da alteração da Constituição, de modo a decidir o resultado final da mudança constitucional e, assim, estabelecer novas bases para o projeto constituinte que se iniciou na Constituição. É nosso objeto de investigação nesta Dissertação a revisão judicial de emendas constitucionais, em que uma decisão judicial pode invalidar uma decisão legislativa legitimada pelo constituinte de reforma que altera a Constituição, apesar do profundo desacordo moral sobre os princípios morais abstratos nela contidos. O coração do debate sobre a legitimidade da autoridade de controlo jurisdicional compreende duas questões correlatas que serão enfrentadas por esta dissertação: o que a Constituição significa e quem decide este significado. No final, tenho a intenção de mostrar que o Supremo Tribunal Federal não tem autoridade moral e legal para pronunciar a inconstitucionalidade material de Emendas à Constituição, pelo menos enquanto elas são pronunciadas à luz de profundos desacordos morais. Pelo contrário, nesse tipo especial de controle de constitucionalidade forte, a Corte deve agir como um catalisador deliberativo que ajuda a comunidade a melhorar a qualidade das decisões democráticas, a fim de contribuir para a sua racionalidade, fornecendo sólidos argumentos de princípio. A titularidade do poder decisório, no entanto, deve permanecer com o povo, que o exercerá diretamente ou por seus representantes, na medida em que ele é a fonte de legitimidade da autoridade. O fundamento da autoridade da Constituição e da decisão que revisa uma emenda constitucional, portanto, reside na construção de um processo discursivo de justificação das normas que fornece ao povo o poder dele próprio decidir. |
publishDate |
2014 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2014-12-22 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2023-04-27T15:05:15Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2023-04-27T15:05:15Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/52583 |
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv |
https://orcid.org/0000-0001-7404-440X |
url |
http://hdl.handle.net/1843/52583 https://orcid.org/0000-0001-7404-440X |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/ info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/ |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pós-Graduação em Direito |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
DIREITO - FACULDADE DE DIREITO |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/52583/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O.%20%20WE%20%28BELIEVE%20OR%20DISTRUST%29%20THE%20PEOPLE.%20O%20controle%20de%20constitucionalidade%20das%20Emendas%20%c3%a0%20Constitui%c3%a7%c3%a3o%20e%20o%20problema%20da%20autoridade.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/52583/2/license_rdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/52583/3/license.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
4dccd2ddee7792cb741635119eae3719 cfd6801dba008cb6adbd9838b81582ab cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1803589337323929600 |