Tikmũũn yĩy ax tinã xohi xi xahĩnãg - Sons e pedaços da língua Maxakalí: Descrição da fonologia e morfologia de uma língua Macro-Jê
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/33613 https://orcid.org/0000-0002-4882-1567 |
Resumo: | A presente tese tem por objetivo fornecer uma descrição de aspectos fonológicos e morfológicos da língua Maxakalí, pertencente ao tronco Macro-Jê e falada na região do vale do rio Mucuri no estado de Minas Gerais. A língua conta com nove fonemas consonantais /p, t, c, k, b, d, ɟ, ɡ, h/ e dez fonemas vocálicos /i, ĩ, ɨ, ɨ̃, u, ũ, ɛ, ɛ̃, a, ã/. Devido a um maior contato com a língua portuguesa, porém, seu inventário consonantal está passando por um rearranjo, em que as consoantes nasais [m, n̪, ɲ] estão se fonologizando, assim como a lateral [l̪]. Sua estrutura silábica máxima é /CCVC/ e a palavra mínima é composta por duas sílabas, que formam um pé iâmbico. Dentre os principais fenômenos fonológicos, destacam-se a palatalização de consoantes velares em coda, após um núcleo silábico preenchido por uma vogal anterior; a lenição das consoantes em coda, as quais variam na sua realização, indo de alofones com oclusão total na cavidade oral até alofones vocálicos; o abaixamento de vogais causado pela consoante na coda e os glides de transição, que surgem pela coarticulação de algumas vogais e dos alofones vocálicos das consoantes. Há ainda alguns fenômenos presentes na língua concernentes à nasalidade. O Maxakalí conta com três tipos de espraiamento do traço [nasal]. Dois deles surgem a partir de uma vogal nasal acentuada: há um espraiamento para a coda silábica e outro em direção à margem esquerda do morfema, sendo bloqueado somente por segmentos surdos. Um terceiro tipo surge na mesma margem esquerda e é responsável pela pré-nasalização de segmentos orais vozeados em início de palavra e pela quase ausência de raízes iniciadas por vogal oral fonética. O sufixo diminutivo provoca um espraiamento similar ao do originado na vogal tônica, porém ele para somente ao encontrar um onset na base. Na morfologia nominal, temos uma distinção de origem semântica de extrema importância na língua, a saber: a divisão entre nomes inalienáveis e alienáveis. A primeira destas classes conta com um argumento interno que indica o possuidor do referente da raiz e que deve ser expresso obrigatoriamente por um índice de pessoa ou por um sintagma nominal, enquanto a segunda classe não tem esta marcação obrigatória. Isto faz com que raízes nominais alienáveis monossilábicas se alonguem em determinados contextos para a boa formação do pé fonológico. Os verbos, por sua vez, contam com um alinhamento ergativo no modo realis e ergativo cindido no modo irrealis. Esta cisão pode ser encontrada nos verbos intransitivos e causa, assim como nos nomes, um alongamento da raiz em intransitivos ativos, os quais não selecionam um argumento interno e consequentemente se alongam para a boa formação do pé. Vê-se, portanto, que o Maxakalí conta com uma forte interação entre os componentes fonológicos, morfológicos, sintáticos e semânticos e que uma descrição do sistema linguístico deve levar em consideração todos estes fatores em conjunto. |
id |
UFMG_7d71fa6a7c39db839a66e1be60a8473a |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/33613 |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
Rui Rothe-Neveshttp://lattes.cnpq.br/0786369074656265Andrew NevinsCarlo Sandro CamposMaria Luisa de Andrade FreitasMagnun Rochel Madrugahttp://lattes.cnpq.br/1223970831220143Mário André Coelho da Silva2020-06-15T15:05:39Z2020-06-15T15:05:39Z2020-01-29http://hdl.handle.net/1843/33613https://orcid.org/0000-0002-4882-1567A presente tese tem por objetivo fornecer uma descrição de aspectos fonológicos e morfológicos da língua Maxakalí, pertencente ao tronco Macro-Jê e falada na região do vale do rio Mucuri no estado de Minas Gerais. A língua conta com nove fonemas consonantais /p, t, c, k, b, d, ɟ, ɡ, h/ e dez fonemas vocálicos /i, ĩ, ɨ, ɨ̃, u, ũ, ɛ, ɛ̃, a, ã/. Devido a um maior contato com a língua portuguesa, porém, seu inventário consonantal está passando por um rearranjo, em que as consoantes nasais [m, n̪, ɲ] estão se fonologizando, assim como a lateral [l̪]. Sua estrutura silábica máxima é /CCVC/ e a palavra mínima é composta por duas sílabas, que formam um pé iâmbico. Dentre os principais fenômenos fonológicos, destacam-se a palatalização de consoantes velares em coda, após um núcleo silábico preenchido por uma vogal anterior; a lenição das consoantes em coda, as quais variam na sua realização, indo de alofones com oclusão total na cavidade oral até alofones vocálicos; o abaixamento de vogais causado pela consoante na coda e os glides de transição, que surgem pela coarticulação de algumas vogais e dos alofones vocálicos das consoantes. Há ainda alguns fenômenos presentes na língua concernentes à nasalidade. O Maxakalí conta com três tipos de espraiamento do traço [nasal]. Dois deles surgem a partir de uma vogal nasal acentuada: há um espraiamento para a coda silábica e outro em direção à margem esquerda do morfema, sendo bloqueado somente por segmentos surdos. Um terceiro tipo surge na mesma margem esquerda e é responsável pela pré-nasalização de segmentos orais vozeados em início de palavra e pela quase ausência de raízes iniciadas por vogal oral fonética. O sufixo diminutivo provoca um espraiamento similar ao do originado na vogal tônica, porém ele para somente ao encontrar um onset na base. Na morfologia nominal, temos uma distinção de origem semântica de extrema importância na língua, a saber: a divisão entre nomes inalienáveis e alienáveis. A primeira destas classes conta com um argumento interno que indica o possuidor do referente da raiz e que deve ser expresso obrigatoriamente por um índice de pessoa ou por um sintagma nominal, enquanto a segunda classe não tem esta marcação obrigatória. Isto faz com que raízes nominais alienáveis monossilábicas se alonguem em determinados contextos para a boa formação do pé fonológico. Os verbos, por sua vez, contam com um alinhamento ergativo no modo realis e ergativo cindido no modo irrealis. Esta cisão pode ser encontrada nos verbos intransitivos e causa, assim como nos nomes, um alongamento da raiz em intransitivos ativos, os quais não selecionam um argumento interno e consequentemente se alongam para a boa formação do pé. Vê-se, portanto, que o Maxakalí conta com uma forte interação entre os componentes fonológicos, morfológicos, sintáticos e semânticos e que uma descrição do sistema linguístico deve levar em consideração todos estes fatores em conjunto.This doctorate thesis aims at providing a description of phonological and morphological aspects of the Maxakalí language. It belongs to the Macro-Jê stock, spoken in the region of Vale do Rio Mucuri (Mucuri River Valley), in the state of Minas Gerais, Brazil. The language has nine consonant phonemes, /p, t, c, k, b, d, ɟ, ɡ, h/, and ten vowel phonemes /i, ĩ, ɨ, ɨ̃, u, ũ, ɛ, ɛ̃, a, ã/. Due to increased contact with Brazilian Portuguese, its consonant inventory is undergoing a process of rearrangement, meaning that nasal consonants [m, n̪, ɲ] and lateral [l̪] are becoming phonologically distinctive. Its maximum syllabic structure is /CCVC/ and its minimum word is composed by two syllables, which in turn form the iambic foot. Among its main phonological phenomena, it is possible to highlight: the palatalization of velar consonants in coda, after a syllabic nucleus filled by an front vowel; the lenition of coda consonants, which vary in their realization, from allophones with total occlusion of the oral cavity, to vowel allophones; the vowel lowering caused by the consonant in coda and the transition glides, the result of coarticulating some vowels and consonants’ vowel allophones. There are some phenomena in the language regarding its nasality as well. Maxakalí relies on three types of spreading of the nasal feature. Two of them come from a stressed nasal vowel: there is one instance of spreading into the syllabic coda and another one towards the left margin of the morpheme, which is only blocked by voiceless segments. A third type takes place in the same left margin and is responsible for pre-nasalization of voiced oral segments in the beginning of words and for the near absence of stems that begin with a phonetic oral vowel. The suffix for diminutives causes a similar spreading to the one originated in the stressed vowel; however, it is only halted by an onset at the stem. In nominal morphology, there is a semantic distinction of crucial importance in the language, that is: the division between inalienable and alienable. The first of those classes has an internal argument, which indicates the owner of the stem’s referent, which must be obligatory expressed by a person index or by a noun phrase, while the second class does not carry that mandatory marking. That makes monosyllabic alienable noun stems stretch in given contexts, in order to achieve the well-formedness of the phonological foot. Verbs, on the other hand, rely on an ergative alignment in the realis mood and on an ergative split in the irrealis mood. That split can be found, as with nouns, in intransitive verbs, and it causes an elongation of the stem in active intransitive verbs, as they do not select an internal argument and, consequently, stretch for the well-formation of the foot. It is possible to note, therefore, that Maxakalí has a strong interaction between the phonological, morphological, syntactic and semantic components, and that a description of its linguistic system must consider all these factors.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Estudos LinguísticosUFMGBrasilFALE - FACULDADE DE LETRASLíngua maxakalí – FonologiaÍndios da América do Sul – LínguasNasalidade (Fonética)Língua maxakalí – Morfologiafonologialínguas indígenasMacro-JêMaxakalímorfologiaTikmũũn yĩy ax tinã xohi xi xahĩnãg - Sons e pedaços da língua Maxakalí: Descrição da fonologia e morfologia de uma língua Macro-Jêinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTese - Versão Final.pdfTese - Versão Final.pdfapplication/pdf3195542https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/33613/1/Tese%20-%20Vers%c3%a3o%20Final.pdf54a69389d470bc3810e18f6275a0f817MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/33613/2/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD521843/336132020-06-15 12:05:39.389oai:repositorio.ufmg.br:1843/33613TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2020-06-15T15:05:39Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Tikmũũn yĩy ax tinã xohi xi xahĩnãg - Sons e pedaços da língua Maxakalí: Descrição da fonologia e morfologia de uma língua Macro-Jê |
title |
Tikmũũn yĩy ax tinã xohi xi xahĩnãg - Sons e pedaços da língua Maxakalí: Descrição da fonologia e morfologia de uma língua Macro-Jê |
spellingShingle |
Tikmũũn yĩy ax tinã xohi xi xahĩnãg - Sons e pedaços da língua Maxakalí: Descrição da fonologia e morfologia de uma língua Macro-Jê Mário André Coelho da Silva fonologia línguas indígenas Macro-Jê Maxakalí morfologia Língua maxakalí – Fonologia Índios da América do Sul – Línguas Nasalidade (Fonética) Língua maxakalí – Morfologia |
title_short |
Tikmũũn yĩy ax tinã xohi xi xahĩnãg - Sons e pedaços da língua Maxakalí: Descrição da fonologia e morfologia de uma língua Macro-Jê |
title_full |
Tikmũũn yĩy ax tinã xohi xi xahĩnãg - Sons e pedaços da língua Maxakalí: Descrição da fonologia e morfologia de uma língua Macro-Jê |
title_fullStr |
Tikmũũn yĩy ax tinã xohi xi xahĩnãg - Sons e pedaços da língua Maxakalí: Descrição da fonologia e morfologia de uma língua Macro-Jê |
title_full_unstemmed |
Tikmũũn yĩy ax tinã xohi xi xahĩnãg - Sons e pedaços da língua Maxakalí: Descrição da fonologia e morfologia de uma língua Macro-Jê |
title_sort |
Tikmũũn yĩy ax tinã xohi xi xahĩnãg - Sons e pedaços da língua Maxakalí: Descrição da fonologia e morfologia de uma língua Macro-Jê |
author |
Mário André Coelho da Silva |
author_facet |
Mário André Coelho da Silva |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Rui Rothe-Neves |
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/0786369074656265 |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Andrew Nevins |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Carlo Sandro Campos |
dc.contributor.referee3.fl_str_mv |
Maria Luisa de Andrade Freitas |
dc.contributor.referee4.fl_str_mv |
Magnun Rochel Madruga |
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/1223970831220143 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Mário André Coelho da Silva |
contributor_str_mv |
Rui Rothe-Neves Andrew Nevins Carlo Sandro Campos Maria Luisa de Andrade Freitas Magnun Rochel Madruga |
dc.subject.por.fl_str_mv |
fonologia línguas indígenas Macro-Jê Maxakalí morfologia |
topic |
fonologia línguas indígenas Macro-Jê Maxakalí morfologia Língua maxakalí – Fonologia Índios da América do Sul – Línguas Nasalidade (Fonética) Língua maxakalí – Morfologia |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Língua maxakalí – Fonologia Índios da América do Sul – Línguas Nasalidade (Fonética) Língua maxakalí – Morfologia |
description |
A presente tese tem por objetivo fornecer uma descrição de aspectos fonológicos e morfológicos da língua Maxakalí, pertencente ao tronco Macro-Jê e falada na região do vale do rio Mucuri no estado de Minas Gerais. A língua conta com nove fonemas consonantais /p, t, c, k, b, d, ɟ, ɡ, h/ e dez fonemas vocálicos /i, ĩ, ɨ, ɨ̃, u, ũ, ɛ, ɛ̃, a, ã/. Devido a um maior contato com a língua portuguesa, porém, seu inventário consonantal está passando por um rearranjo, em que as consoantes nasais [m, n̪, ɲ] estão se fonologizando, assim como a lateral [l̪]. Sua estrutura silábica máxima é /CCVC/ e a palavra mínima é composta por duas sílabas, que formam um pé iâmbico. Dentre os principais fenômenos fonológicos, destacam-se a palatalização de consoantes velares em coda, após um núcleo silábico preenchido por uma vogal anterior; a lenição das consoantes em coda, as quais variam na sua realização, indo de alofones com oclusão total na cavidade oral até alofones vocálicos; o abaixamento de vogais causado pela consoante na coda e os glides de transição, que surgem pela coarticulação de algumas vogais e dos alofones vocálicos das consoantes. Há ainda alguns fenômenos presentes na língua concernentes à nasalidade. O Maxakalí conta com três tipos de espraiamento do traço [nasal]. Dois deles surgem a partir de uma vogal nasal acentuada: há um espraiamento para a coda silábica e outro em direção à margem esquerda do morfema, sendo bloqueado somente por segmentos surdos. Um terceiro tipo surge na mesma margem esquerda e é responsável pela pré-nasalização de segmentos orais vozeados em início de palavra e pela quase ausência de raízes iniciadas por vogal oral fonética. O sufixo diminutivo provoca um espraiamento similar ao do originado na vogal tônica, porém ele para somente ao encontrar um onset na base. Na morfologia nominal, temos uma distinção de origem semântica de extrema importância na língua, a saber: a divisão entre nomes inalienáveis e alienáveis. A primeira destas classes conta com um argumento interno que indica o possuidor do referente da raiz e que deve ser expresso obrigatoriamente por um índice de pessoa ou por um sintagma nominal, enquanto a segunda classe não tem esta marcação obrigatória. Isto faz com que raízes nominais alienáveis monossilábicas se alonguem em determinados contextos para a boa formação do pé fonológico. Os verbos, por sua vez, contam com um alinhamento ergativo no modo realis e ergativo cindido no modo irrealis. Esta cisão pode ser encontrada nos verbos intransitivos e causa, assim como nos nomes, um alongamento da raiz em intransitivos ativos, os quais não selecionam um argumento interno e consequentemente se alongam para a boa formação do pé. Vê-se, portanto, que o Maxakalí conta com uma forte interação entre os componentes fonológicos, morfológicos, sintáticos e semânticos e que uma descrição do sistema linguístico deve levar em consideração todos estes fatores em conjunto. |
publishDate |
2020 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2020-06-15T15:05:39Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2020-06-15T15:05:39Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2020-01-29 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/33613 |
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv |
https://orcid.org/0000-0002-4882-1567 |
url |
http://hdl.handle.net/1843/33613 https://orcid.org/0000-0002-4882-1567 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
FALE - FACULDADE DE LETRAS |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/33613/1/Tese%20-%20Vers%c3%a3o%20Final.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/33613/2/license.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
54a69389d470bc3810e18f6275a0f817 34badce4be7e31e3adb4575ae96af679 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1803589559036936192 |