Morfofonêmica e morfossintaxe do Maxakalí

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carlo Sandro de Oliveira Campos
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/LETR-8T2QCY
Resumo: Este trabalho descreve aspectos da fonologia, da morfologia e da morfossintaxe da língua Maxakalí. Com base na marcação de caso morfológico nos argumentos da língua, mostro que o sistema de Caso do Maxakalí é tripartido, pois os argumentos (A), (So) e (O) são codificados de maneira distinta na língua. Além disso, mostro que o sistema de caso da língua é ergativo-ativo, pois os argumentos (A) e (Sa) são uniformemente marcados pela posposição ergativa. Sob o ponto de vista da teoria gerativa, com base nas noções de Caso estrutural e de Caso inerente, procuro motivações empíricas que possam indicar o estatuto dos casos absolutivo e ergativo em Maxakalí. Por meio de diagnósticos morfológicos, sintáticos e semânticos, mostro evidências de que o caso absolutivo em Maxakalí equivale a dois Casos abstratos distintos, o Caso nominativo e o Caso acusativo. Por meio de testes sintáticos e semânticos, mostrei evidências de que o Caso ergativo do Maxakalí é inerente. Os estatutos dos casos absolutivo e ergativo em Maxakalí mostram que a língua exibe sistema de Caso tripartido morfológica e estruturalmente, pois, além de os argumentos (A), (So) e (O) serem morfologicamente marcados de forma distinta, eles também recebem Casos abstratos distintos. Com base nas noções de papéis temáticos e de estrutura argumental (Hale e Keyser, 1994, 2002), classifiquei os verbos intransitivos do Maxakalí em duas classes verbais distintas, a dos inacusativos e a dos inergativos, e mostrei motivações linguísticas e estruturais para defender a estrutura do VP bipartido. Na parte de fonologia, descrevi processos fonológicos da língua, como construções causativas, construções diminutivas e redução de nomes e verbos de um determinado padrão fonotático. Esses processos fonológicos evidenciam que há uma interação entre os componentes morfológico e fonológico na língua Maxakalí.
id UFMG_a817bd973d40a301630fea64a59c2f9e
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/LETR-8T2QCY
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Thais Cristofaro Alves da SilvaFabio Bonfim DuarteYonne de Freitas LeiteSergio de Moura MenuzziJania Martins RamosSeung Hwa LeeCarlo Sandro de Oliveira Campos2019-08-11T09:19:10Z2019-08-11T09:19:10Z2009-08-07http://hdl.handle.net/1843/LETR-8T2QCYEste trabalho descreve aspectos da fonologia, da morfologia e da morfossintaxe da língua Maxakalí. Com base na marcação de caso morfológico nos argumentos da língua, mostro que o sistema de Caso do Maxakalí é tripartido, pois os argumentos (A), (So) e (O) são codificados de maneira distinta na língua. Além disso, mostro que o sistema de caso da língua é ergativo-ativo, pois os argumentos (A) e (Sa) são uniformemente marcados pela posposição ergativa. Sob o ponto de vista da teoria gerativa, com base nas noções de Caso estrutural e de Caso inerente, procuro motivações empíricas que possam indicar o estatuto dos casos absolutivo e ergativo em Maxakalí. Por meio de diagnósticos morfológicos, sintáticos e semânticos, mostro evidências de que o caso absolutivo em Maxakalí equivale a dois Casos abstratos distintos, o Caso nominativo e o Caso acusativo. Por meio de testes sintáticos e semânticos, mostrei evidências de que o Caso ergativo do Maxakalí é inerente. Os estatutos dos casos absolutivo e ergativo em Maxakalí mostram que a língua exibe sistema de Caso tripartido morfológica e estruturalmente, pois, além de os argumentos (A), (So) e (O) serem morfologicamente marcados de forma distinta, eles também recebem Casos abstratos distintos. Com base nas noções de papéis temáticos e de estrutura argumental (Hale e Keyser, 1994, 2002), classifiquei os verbos intransitivos do Maxakalí em duas classes verbais distintas, a dos inacusativos e a dos inergativos, e mostrei motivações linguísticas e estruturais para defender a estrutura do VP bipartido. Na parte de fonologia, descrevi processos fonológicos da língua, como construções causativas, construções diminutivas e redução de nomes e verbos de um determinado padrão fonotático. Esses processos fonológicos evidenciam que há uma interação entre os componentes morfológico e fonológico na língua Maxakalí.This research describes aspects of the phonology, morphology and morphosyntax of the indigenous language Maxakalí. Based on morphological case marking, I show that the Maxakalí language has a tripartite case system whose arguments (A), (So) and (O) are each encoded differently. In addition, I demonstrate that Maxakalí's case system is ergative-active, since the (A) and (Sa) arguments are consistently marked by an ergative post-position. From a generative theoretical perspective, based on the notions of structural and inherent Case, I sought empirical reasons to show the status of absolutive and ergative cases. Using morphological, syntactic and semantic diagnostic tools, I found evidence that the absolutive case in Maxakalí is equivalent to two distinct abstract Cases: nominative and accusative. By means of syntactic and semantic tests, I present evidence that the ergative case in Maxakalí is inherent. The status of the absolutive and ergative cases in Maxakalí show that the language uses a tripartite system both morphologically and structurally speaking, as the arguments (A), (So) and (O) are distinctly marked morphologically, as well as receiving distinct abstract Cases. Based on the notions of thematic roles and argument structure (Hale e Keyser, 1994, 2002); I've classified the intransitive verbs of Maxakalí into two distinct verb classes: unaccusatives and ergatives, providing linguistic and structural motivations to support the split VP structure proposed. Regarding the phonology of the language, I described phonological processes including causative constructions, diminutive constructions and reduced nouns and verbs according to the phonotactic patterns identified. These phonological processes indicate that there are interactions between the morphological and phonological components of the Maxakalí language.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGLingüísticaMinimalismoLíngua maxakali SintaxeLíngua maxakali MorfologiaLingua maxakali FonologiaIndios Maxakali Minas GeraisÍndios da América do Sul Brasil LínguasLíngua Maxakalíposposição ergativaVP bipartidoMorfofonêmica e morfossintaxe do Maxakalíinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINAL714d.pdfapplication/pdf2353066https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-8T2QCY/1/714d.pdf10dcb759d0ee0c91a08ff8c7d17099e1MD51TEXT714d.pdf.txt714d.pdf.txtExtracted texttext/plain511629https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-8T2QCY/2/714d.pdf.txt8aacee1cc6d17c764106623fc4a1704bMD521843/LETR-8T2QCY2019-11-14 11:14:32.959oai:repositorio.ufmg.br:1843/LETR-8T2QCYRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T14:14:32Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Morfofonêmica e morfossintaxe do Maxakalí
title Morfofonêmica e morfossintaxe do Maxakalí
spellingShingle Morfofonêmica e morfossintaxe do Maxakalí
Carlo Sandro de Oliveira Campos
Língua Maxakalí
posposição ergativa
VP bipartido
Lingüística
Minimalismo
Língua maxakali Sintaxe
Língua maxakali Morfologia
Lingua maxakali Fonologia
Indios Maxakali Minas Gerais
Índios da América do Sul Brasil Línguas
title_short Morfofonêmica e morfossintaxe do Maxakalí
title_full Morfofonêmica e morfossintaxe do Maxakalí
title_fullStr Morfofonêmica e morfossintaxe do Maxakalí
title_full_unstemmed Morfofonêmica e morfossintaxe do Maxakalí
title_sort Morfofonêmica e morfossintaxe do Maxakalí
author Carlo Sandro de Oliveira Campos
author_facet Carlo Sandro de Oliveira Campos
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Thais Cristofaro Alves da Silva
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Fabio Bonfim Duarte
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Yonne de Freitas Leite
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Sergio de Moura Menuzzi
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Jania Martins Ramos
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Seung Hwa Lee
dc.contributor.author.fl_str_mv Carlo Sandro de Oliveira Campos
contributor_str_mv Thais Cristofaro Alves da Silva
Fabio Bonfim Duarte
Yonne de Freitas Leite
Sergio de Moura Menuzzi
Jania Martins Ramos
Seung Hwa Lee
dc.subject.por.fl_str_mv Língua Maxakalí
posposição ergativa
VP bipartido
topic Língua Maxakalí
posposição ergativa
VP bipartido
Lingüística
Minimalismo
Língua maxakali Sintaxe
Língua maxakali Morfologia
Lingua maxakali Fonologia
Indios Maxakali Minas Gerais
Índios da América do Sul Brasil Línguas
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Lingüística
Minimalismo
Língua maxakali Sintaxe
Língua maxakali Morfologia
Lingua maxakali Fonologia
Indios Maxakali Minas Gerais
Índios da América do Sul Brasil Línguas
description Este trabalho descreve aspectos da fonologia, da morfologia e da morfossintaxe da língua Maxakalí. Com base na marcação de caso morfológico nos argumentos da língua, mostro que o sistema de Caso do Maxakalí é tripartido, pois os argumentos (A), (So) e (O) são codificados de maneira distinta na língua. Além disso, mostro que o sistema de caso da língua é ergativo-ativo, pois os argumentos (A) e (Sa) são uniformemente marcados pela posposição ergativa. Sob o ponto de vista da teoria gerativa, com base nas noções de Caso estrutural e de Caso inerente, procuro motivações empíricas que possam indicar o estatuto dos casos absolutivo e ergativo em Maxakalí. Por meio de diagnósticos morfológicos, sintáticos e semânticos, mostro evidências de que o caso absolutivo em Maxakalí equivale a dois Casos abstratos distintos, o Caso nominativo e o Caso acusativo. Por meio de testes sintáticos e semânticos, mostrei evidências de que o Caso ergativo do Maxakalí é inerente. Os estatutos dos casos absolutivo e ergativo em Maxakalí mostram que a língua exibe sistema de Caso tripartido morfológica e estruturalmente, pois, além de os argumentos (A), (So) e (O) serem morfologicamente marcados de forma distinta, eles também recebem Casos abstratos distintos. Com base nas noções de papéis temáticos e de estrutura argumental (Hale e Keyser, 1994, 2002), classifiquei os verbos intransitivos do Maxakalí em duas classes verbais distintas, a dos inacusativos e a dos inergativos, e mostrei motivações linguísticas e estruturais para defender a estrutura do VP bipartido. Na parte de fonologia, descrevi processos fonológicos da língua, como construções causativas, construções diminutivas e redução de nomes e verbos de um determinado padrão fonotático. Esses processos fonológicos evidenciam que há uma interação entre os componentes morfológico e fonológico na língua Maxakalí.
publishDate 2009
dc.date.issued.fl_str_mv 2009-08-07
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-11T09:19:10Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-11T09:19:10Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/LETR-8T2QCY
url http://hdl.handle.net/1843/LETR-8T2QCY
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-8T2QCY/1/714d.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-8T2QCY/2/714d.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 10dcb759d0ee0c91a08ff8c7d17099e1
8aacee1cc6d17c764106623fc4a1704b
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801676872241643520