Desigualdades e efeitos desiguais : uma análise da influência das condições socioeconômicas e dos backgrounds familiares sobre a experiência socializadora do Parlamento Jovem de Minas Gerais (2008)

• Autor(a) principal: Myla Freire Machado Fernandes
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/39889
• topic: Educação política.; Efeitos desiguais.; Parlamento Jovem de Minas.

As relações entre os efeitos da educação política e os distintos status socioeconômicos e backgrounds familiares de seus participantes constituem o tema desta dissertação. Essa investigação se desenvolve a partir da edição de 2008 do Parlamento Jovem de Minas (PJ Minas), iniciativa de educação política desenvolvida pela Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais desde 2004. A questão de pesquisa que se coloca é a seguinte: o PJ Minas (2008) produz efeitos distintos a depender das condições socioeconômicas e dos backgrounds familiares dos seus participantes? Assim, objetiva-se fornecer, a partir de tais dimensões, análise detalhada dos efeitos do programa sobre o conhecimento político, o engajamento político e as atitudes políticas democráticas de seus integrantes. As hipóteses sustentam que os indivíduos em situações socioeconômicas desfavorecidas são os que mais têm a ganhar com a educação política nessas três áreas, e também que este efeito de compensação se concentra em objetos salientes ao programa para o conhecimento político e as atitudes políticas democráticas, bem como na dimensão motivacional do engajamento político. São utilizadas metodologias quantitativas, de forma que a operacionalização das variáveis faz uso de escalas múltiplas e análises fatoriais exploratórias, enquanto a análise dos resultados explora estatísticas descritivas e análises multivariadas guiadas por modelos de regressões lineares e logísticas. Embora os resultados pareçam refletir distintos padrões de efeitos desiguais do PJ Minas (2008), o achado mais sólido deste estudo recai sobre a capacidade da condição socioeconômica do jovem, representada pelo tipo de escola por ele frequentado, de condicionar o impacto do tratamento sobre os ganhos cognitivos e de engajamento, cenários nos quais os efeitos do “mínimo necessário” e “deixados para trás” se sobressaem. Nesse sentido, são os jovens pertencentes aos estratos intermediários da hierarquia socioeconômica observada por esta pesquisa que mais têm a ganhar com o programa, enquanto os jovens em condições socioeconômicas desfavorecidas, mesmo com a intervenção da educação política, seguem sendo “deixados para trás” em relação aos demais.