A ordem secreta das coisas: René Magritte e o jogo do visível

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carolina Junqueira dos Santos
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/VPQZ-6X4PYA
Resumo: A obra de René Magritte, longe dos holofotes do Surrealismo, é uma obra silenciosa. Uma pintura voltada para o pensamento, para a análise das imagens, da linguagem e da representação. Magritte dedicou a maior parte de sua vida a essa pesquisa incansável e, o tempo inteiro, a duas perguntas: qual o lugar da imagem? Qual o lugar da palavra? Neste texto, adoto a estratégia de me aproximar de sua obra por uma via tortuosa e incerta. Assim, faço recuar a um tempo mítico, a questão que subjaz à sua produção, colocando-me em cena como a portadora das lembranças de uma gênese perdida no tempo e na memória. Escrevo através de lembranças. As outras vozes surgem com os fios da escrita. Enquanto escrevo, ouço essas vozes, posso mesmo dialogar com elas. Posso tecer o texto à medida do meu desejo. Lembro-me de palavrasdistantes, das imagens encontradas em livros. Lembro-me da literatura. A ordem que se estabelece entre as coisas, a ordem silenciosa de que falaria Foucault, é o viés por onde o texto caminha em direção à obra de Magritte. Por vezes, alguns escritores, alguns artistas, são chamados ao texto para um diálogo. Para tentar localizar esse ponto em que acontece a vertigem da imagem, da palavra, a vertigem da lógica e da ordem das coisas. Como participante do jogo de olhares e espelhos que se instaura na obra de Magritte, meu lugar nesta escrita é incerto. Alterna-se. Ora mantém um distanciamento propício à explicitação de suas regras, ora se deixa precipitar no abismo a que imagens e palavras conduzem. Por isso, as abordagens críticas são as aproximações e as possíveis fugas à beira da armadilha queMagritte monta para nós.
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