A construção de uma cidade: segregação e desigualdades socioespaciais em Cataguases, Minas Gerais

• Autor(a) principal: Paulo Henrique Alonso
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/49777
• topic: Cidade; Segregação; Desigualdade; Socioespacial; Espaço; Cataguases; Cidades e vilas; Segregação; Espaço urbano

As cidades brasileiras são marcadas por segregação e desigualdades socioespaciais que se expressam de um lado, por espaços ocupados por classes médias e abastadas, bem infraestruturados, com acesso a serviços, comércio, mobilidade, equipamentos públicos e comunitários e, por outro, por espaços relacionados à ausência, precariedade ou dificuldade de acesso a essas qualidades, ocupados por população de baixa renda. A pesquisa investiga as formas que se produzem a segregação e desigualdades socioespaciais e suas naturalizações e o que as têm determinado no processo de construção e formação da cidade. Parte-se da hipótese de que há uma relação indissociável e intrínseca entre a organização social e espacial que, por conseguinte, se vincula com a segregação e as desigualdades e suas naturalizações. Através da interlocução entre espaço e tempo, busca-se trabalhar a relação dialética e de mediação entre espaço e sociedade, num processo de indissociabilidade e conecções entre eles. Utiliza-se o recorte espacial do distrito sede da cidade de Cataguases, em Minas Gerais, entre o período de fundação do povoado em 1828 e o ano de 2015. A pesquisa revela que a segregação e desigualdades socioespaciais e suas naturalizações, em Cataguases, possuem relação com um tipo de organização social que vêm desde sua fundação, cujos poderes econômicos e políticos se misturam de forma direta ou indireta e vão moldando e definindo a forma de construção da cidade. Na simbiose entre poder econômico e político, se misturaram as esferas pública e privada proporcionando privilégios, favorecimento, mais enriquecimento ao poder econômico em curso e localização no espaço urbano. A segregação e desigualdades evidenciaram-se e intensificaram-se a partir da industrialização, que, remunerando com baixos salários, representou uma ruptura na organização socioespacial. A mancha urbana se expande principalmente pelas encostas, com difícil acesso à centralidade e com infraestrutura precária, para abrigar uma população operária em crescimento e de baixa renda. Em contraposição, permanece uma centralidade bem infraestruturada, consolidada antes da industrialização, habitada por classes média e abastada. Cataguases exemplifica como segregação e desigualdades socioespaciais e suas naturalizações vinculam-se a relações intrínsecas e indissociáveis entre a organização social e espacial e à relação dialética e de mediação entre espaço e sociedade.