Sob o régio braço: a Real Extração e o abastecimento no Distrito Diamantino (1772-1805)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Régis Clemente Quintão
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AQHGUU
Resumo: Na segunda metade do século XVIII, sob o governo josefino-pombalino, o Império Ultramarino português passou por intensas transformações socioeconômicas. Nesse contexto, os princípios de racionalização das práticas administrativas e fiscais tornaram-se patentes e deram origem a instituições que visavam intensificar o controle sobre as receitas e as despesas do Estado. Ao retomar o domínio sobre as riquezas minerais, nomeadamente os diamantes, criou-se a Real Extração, administrada por autoridades residentes em Lisboa e na Capitania de Minas Gerais, mais precisamente no Distrito Diamantino. Com o objetivo de gerir a produção diamantífera e os custos dela decorrentes, foi fundamental organizar um pujante abastecimento com todo o necessário para os trabalhos de mineração e para a sobrevivência dos milhares de escravos e funcionários da Instituição. O controle desse abastecimento pela própria Real Extração é o objeto principal de análise na presente dissertação. A partir, sobretudo, de fontes manuscritas inéditas pertencentes ao Arquivo Histórico do Tribunal de Contas de Portugal, constatamos, não obstante as dificuldades na contenção de dispêndios e na execução das ordens emanadas do Reino, certa eficácia no referido controle, por não ter ocorrido problemas graves que colocassem em risco a continuidade da extração de diamantes. O abastecimento da Real Extração demandava grande quantidade de mercadorias importadas, não impedindo, todavia, o incentivo ao comércio e à produção locais. Assim, o controle do abastecimento refletiu a própria dinâmica do período, cuja tendência assentava-se nas noções da boa administração, que aumentaria não somente as riquezas da Coroa, mas também a felicidade pública dos súditos.
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