Ativação de Receptores Glutamatérgicos Metabotrópicos do Grupo I despolariza e aumenta a excitabilidade dos neurônios do Corpo Trapezoide de camundongos neonatos

• Autor(a) principal: Éverton dos Santos e Alhadas
• Data de Publicação: 2014
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/57932
• topic: Corpo Trapezoide; Registros intracelulares; Receptor Metabotrópico Glutamatérgico; DHPG; Sistema auditivo; Receptores metabotrópicos de glutamato; Corpo trapezóide; Aparelho auditivo – Teses; Registros intracelulares; Fisiologia – Teses

Receptores Metabotrópicos para Glutamato do Grupo I (mGluR-I) são receptores acoplados à proteína Gq, envolvida em vias de formação de PLC/IP3 e na liberação de Ca2+ de estoques intracelulares. Estudos prévios mostraram que a ativação de receptores mGluR-I no Núcleo Medial do Corpo Trapezoide, gera uma corrente de entrada em potenciais próximos ao potencial de repouso, o que sugere um papel excitatório para esses receptores. Afim de testar essa hipótese, nós realizamos experimentos em fatias de tronco cerebral contendo regiões do corpo trapezoide obtidos em camundongos C57BL, com 6-9 dias de idade, de ambos os sexos. Técnicas de gravações intracelulares, já bem padronizadas, foram realizadas usando pipetas de vidro, preenchidas com 2 M KCl, produzindo resistências de 110160 MOhm, com intuito de medir o potencial da membrana e potenciais de ação. Registros foram realizados nas situações de controle, durante a aplicação do agonista seletivo para mGluR-I, DHPG (100 µM) e, novamente, após a lavagem do DHPG do banho. A aplicação de DHPG gerou uma despolarização de 5,5±0,55 mV (N=13). A despolarização induzida pela DHPG foi parcialmente inibida pelo MPEP (10 µM), um antagonista seletivo para mGluR5. Essa inibição foi significantemente maior quando MPEP foi aplicado junto com LY367385 (240 µM) uma antagonista seletivo para mGluR1. Durante a aplicação de DHPG, o limiar de excitabilidade foi reduzido por 186,4±54 pA (N=11), e os neurônios dispararam potenciais de ação em maior frequência. Ambos os efeitos de DHPG foram revertidos após a lavagem do tecido, com solução sem droga. Os efeitos de DHPG nos potenciais de ação poderiam ter sido consequência simplesmente da despolarização induzida, ou poderiam ser um reflexo de uma alteração na excitabilidade intrínseca dos neurônios. Para distinguir essas possibilidades, nós utilizamos protocolos que conjugam injeção de corrente despolarizante com a aplicação de agonista mGluR-I e, comparamos os efeitos de ambos na mesma célula. Observamos que uma despolarização de 5 mV não mimetizou completamente os efeitos de DHPG (N=3). Nós concluímos que, além de gerar uma despolarização, a ativação de receptores mGluR-I altera a excitabilidade dos neurônios do corpo trapezoide.