A perífrase conjuncional só que: gramaticalização e variação linguistica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luiza Francisca Ferreira da Silva
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/RMSA-ALSQFU
Resumo: A perífrase conjuncional só que do português brasileiro contemporâneo é fruto de um processo de gramaticalização, segundo o qual, grosso modo, categorias lexicais tornam-se gramaticais ou categorias gramaticais tornam-se ainda mais gramaticais. Neste caso, a gramaticalização foi responsável por unir a palavra denotativa de exclusão só e a conjunção integrante que. Essa perífrase conjuncional ou locução conjuntiva adversativa, dentro da tradição gramatical encontra-se num processo de variação com a conjunção adversativamas. Ambas podem funcionar como marcadoras da quebra de expectativa e coocorrem nessa função, já que possuem o mesmo valor de verdade. Definiremos a quebra de expectativa como o cancelamento de uma informação anteriormente dada pelo locutor, ao adicionar umanova informação, que rompe o pressuposto criado na primeira mensagem. Neste trabalho, dentro de uma perspectiva laboviana, elaboramos uma análise quantitativa das ocorrências de só que, comparando-as com as de mas, com base em 36 gravações de fala espontânea realizadas com 40 falantes do dialeto mineiro, sobretudo moradores da cidade de Belo Horizonte. Nesse estudo, foi-nos possível apontar algumas tendências, como o fato de só que por ser mais utilizado por falantes escolarizados ser uma forma não estigmatizadasocialmente. Vale lembrar ainda que o corpus utilizado nesta pesquisa pertence ao projeto C-Oral-Brasil I, da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
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