Preferências políticas importam? : uma análise das sentenças criminais proferidas pelos juízes do Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lucas Fernandes de Magalhães
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/42487
Resumo: O processo judicial criminal no 1º grau de jurisdição, via de regra, se encerra com uma decisão de mérito, isto é, uma sentença. Caso a decisão seja favorável à absolvição, o réu não recebe qualquer tipo de punição. Por outro lado, se a decisão for condenatória, é imposta uma pena ao réu, bem como lhe é atribuído o status de criminoso. Quais fatores extrajurídicos influenciam o juiz a se posicionar a favor de um ou outro resultado? O objetivo desta dissertação é responder a essa pergunta. A partir de uma análise das principais teorias do campo de comportamento judicial, as Teorias Atitudinal e Estratégica, desenvolvemos a hipótese central desta pesquisa: as preferências políticas dos juízes afetam suas decisões, mais especificamente, juízes punitivistas possuem uma maior probabilidade de proferir uma sentença condenatória do que juízes garantistas. Após desenvolvido um método para se medir as preferências políticas dos juízes na dimensão garantismo-punitivismo, testamos a hipótese a partir de uma base de dados original contendo sentenças criminais proferidas por Juízes de 1º Grau do Estado de São Paulo no período de 2013 a 2019. O resultado, estatisticamente significante, foi o de que a cada aumento de uma unidade no ponto ideal estimado (em direção a uma ideologia mais punitivista) há um aumento entre 3.5% a 4.1% de chance de o juiz proferir uma sentença condenatória, ao invés de uma absolutória, corroborando a hipótese central da dissertação. Exemplificando, os juízes que se situaram nos extremos ideológicos da nossa mensuração estavam a uma distância entre si de 54 unidades. A partir da razão de chances, podemos dizer que o juiz mais punitivista tinha aproximadamente entre 2,89 a 3,21 vezes mais chances de proferir uma sentença condenatória do que o juiz mais garantista da amostra.
id UFMG_816715aaaa07189578e82b993db16438
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/42487
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Marjorie Corrêa Maronahttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4776808U5&tokenCaptchar=03AHaCkAa8a9Kd1puMbzuq1Nz1HgwimSgBcfqjPsZwQK-IcwAI4x4llx7OQnMOppcrQ7EYgYqOflOAml8jrhkQS-YCne7dJpC0y_ZoE7aLAh-UHyQ0UQpMVtFLtXLn1k6bXFpwJoIlpgTNNBGUfco-bKBoSogiOC_QAjfzfL5HruQIB-3Wdu_wxTbSXlETs2Jk9vvmCV1RDED6SEhMqNN2-Xx9bOjyK9pq2Y0NTie1m2_w5RNLF7W_oNe2AzWuUDEtxxXypoH67ob5M0ZX2B-ApQ5iQUchtFxv6MH9kQd36e65KkTuYrCBUIQLfFhxX82WWOOTL2nZlwkdsSL8C8Kh2dIutgANYPw9wrQIgB1Of8N4I3lXNGqdV97ageDmoZTaYa2zuogDEcmJuD51fw5Tg2enfkGyZAAjcQMateus Morais AraújoFabiana Luci de OliveiraDiego Werneck Arguelheshttp://lattes.cnpq.br/9584189422011921Lucas Fernandes de Magalhães2022-06-14T12:18:12Z2022-06-14T12:18:12Z2020-02-18http://hdl.handle.net/1843/42487O processo judicial criminal no 1º grau de jurisdição, via de regra, se encerra com uma decisão de mérito, isto é, uma sentença. Caso a decisão seja favorável à absolvição, o réu não recebe qualquer tipo de punição. Por outro lado, se a decisão for condenatória, é imposta uma pena ao réu, bem como lhe é atribuído o status de criminoso. Quais fatores extrajurídicos influenciam o juiz a se posicionar a favor de um ou outro resultado? O objetivo desta dissertação é responder a essa pergunta. A partir de uma análise das principais teorias do campo de comportamento judicial, as Teorias Atitudinal e Estratégica, desenvolvemos a hipótese central desta pesquisa: as preferências políticas dos juízes afetam suas decisões, mais especificamente, juízes punitivistas possuem uma maior probabilidade de proferir uma sentença condenatória do que juízes garantistas. Após desenvolvido um método para se medir as preferências políticas dos juízes na dimensão garantismo-punitivismo, testamos a hipótese a partir de uma base de dados original contendo sentenças criminais proferidas por Juízes de 1º Grau do Estado de São Paulo no período de 2013 a 2019. O resultado, estatisticamente significante, foi o de que a cada aumento de uma unidade no ponto ideal estimado (em direção a uma ideologia mais punitivista) há um aumento entre 3.5% a 4.1% de chance de o juiz proferir uma sentença condenatória, ao invés de uma absolutória, corroborando a hipótese central da dissertação. Exemplificando, os juízes que se situaram nos extremos ideológicos da nossa mensuração estavam a uma distância entre si de 54 unidades. A partir da razão de chances, podemos dizer que o juiz mais punitivista tinha aproximadamente entre 2,89 a 3,21 vezes mais chances de proferir uma sentença condenatória do que o juiz mais garantista da amostra.Criminal proceedings in the first degree of jurisdiction usually end with a decision on the merits, that is, a sentence. If the decision is favorable to acquittal, the defendant does not receive any type of punishment. On the other hand, if the decision is condemnatory, a penalty is imposed on the defendant, as well as being assigned criminal status. What extra-legal factors influence the judge to position himself in favor of either outcome? The purpose of this dissertation is to answer this question. From an analysis of the main theories of the field of judicial behavior, the Attitudinal and Strategic Theories, we develop the central hypothesis of this research: the political preferences of judges affect their decisions, that is, punitive judges are more likely to deliver a condemnatory sentence than other judges. After developing a method to measure the political preferences of judges in the Guarantism-Punitivism dimension, we tested the hypothesis from an original database containing 487.664 criminal judgments handed down by São Paulo State Judges from 2013 to 2019. The statistically significant result was that with each increase of a unit in the estimated ideal point (towards a more punitive ideology) there is an increase of between 3.5% and 4.1% in the probability of the judge to deliver a condemnatory sentence, rather than an acquittal, corroborating the hypothesis raised. By way of illustration, in one of the models the judges whose ideals points were at ideological extremes were 54 units apart, meaning that the most punitive judge was approximately 2.89 to 3.21 times more likely to make a condemnatory sentence than the most guarantor judge.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Ciência PolíticaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICAhttp://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessComportamento judicialTeoria atitudinal e estratégicaPunitivismo e garantismoPreferências políticas importam? : uma análise das sentenças criminais proferidas pelos juízes do Estado de São PauloDo political preferences matter? : an analysis of criminal sentences handed down by judges of the State of São Pauloinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGCC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8805https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42487/6/license_rdf00e5e6a57d5512d202d12cb48704dfd6MD56LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42487/7/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD57ORIGINALversao_final.pdfversao_final.pdfapplication/pdf1565272https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42487/5/versao_final.pdf7e8d09a4b15fca46b8b5ad7117f5b63eMD551843/424872022-06-14 09:18:13.242oai:repositorio.ufmg.br:1843/42487TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-06-14T12:18:13Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Preferências políticas importam? : uma análise das sentenças criminais proferidas pelos juízes do Estado de São Paulo
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv Do political preferences matter? : an analysis of criminal sentences handed down by judges of the State of São Paulo
title Preferências políticas importam? : uma análise das sentenças criminais proferidas pelos juízes do Estado de São Paulo
spellingShingle Preferências políticas importam? : uma análise das sentenças criminais proferidas pelos juízes do Estado de São Paulo
Lucas Fernandes de Magalhães
Comportamento judicial
Teoria atitudinal e estratégica
Punitivismo e garantismo
title_short Preferências políticas importam? : uma análise das sentenças criminais proferidas pelos juízes do Estado de São Paulo
title_full Preferências políticas importam? : uma análise das sentenças criminais proferidas pelos juízes do Estado de São Paulo
title_fullStr Preferências políticas importam? : uma análise das sentenças criminais proferidas pelos juízes do Estado de São Paulo
title_full_unstemmed Preferências políticas importam? : uma análise das sentenças criminais proferidas pelos juízes do Estado de São Paulo
title_sort Preferências políticas importam? : uma análise das sentenças criminais proferidas pelos juízes do Estado de São Paulo
author Lucas Fernandes de Magalhães
author_facet Lucas Fernandes de Magalhães
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Marjorie Corrêa Marona
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4776808U5&tokenCaptchar=03AHaCkAa8a9Kd1puMbzuq1Nz1HgwimSgBcfqjPsZwQK-IcwAI4x4llx7OQnMOppcrQ7EYgYqOflOAml8jrhkQS-YCne7dJpC0y_ZoE7aLAh-UHyQ0UQpMVtFLtXLn1k6bXFpwJoIlpgTNNBGUfco-bKBoSogiOC_QAjfzfL5HruQIB-3Wdu_wxTbSXlETs2Jk9vvmCV1RDED6SEhMqNN2-Xx9bOjyK9pq2Y0NTie1m2_w5RNLF7W_oNe2AzWuUDEtxxXypoH67ob5M0ZX2B-ApQ5iQUchtFxv6MH9kQd36e65KkTuYrCBUIQLfFhxX82WWOOTL2nZlwkdsSL8C8Kh2dIutgANYPw9wrQIgB1Of8N4I3lXNGqdV97ageDmoZTaYa2zuogDEcmJuD51fw5Tg2enfkGyZAAjcQ
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Mateus Morais Araújo
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Fabiana Luci de Oliveira
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Diego Werneck Arguelhes
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/9584189422011921
dc.contributor.author.fl_str_mv Lucas Fernandes de Magalhães
contributor_str_mv Marjorie Corrêa Marona
Mateus Morais Araújo
Fabiana Luci de Oliveira
Diego Werneck Arguelhes
dc.subject.por.fl_str_mv Comportamento judicial
Teoria atitudinal e estratégica
Punitivismo e garantismo
topic Comportamento judicial
Teoria atitudinal e estratégica
Punitivismo e garantismo
description O processo judicial criminal no 1º grau de jurisdição, via de regra, se encerra com uma decisão de mérito, isto é, uma sentença. Caso a decisão seja favorável à absolvição, o réu não recebe qualquer tipo de punição. Por outro lado, se a decisão for condenatória, é imposta uma pena ao réu, bem como lhe é atribuído o status de criminoso. Quais fatores extrajurídicos influenciam o juiz a se posicionar a favor de um ou outro resultado? O objetivo desta dissertação é responder a essa pergunta. A partir de uma análise das principais teorias do campo de comportamento judicial, as Teorias Atitudinal e Estratégica, desenvolvemos a hipótese central desta pesquisa: as preferências políticas dos juízes afetam suas decisões, mais especificamente, juízes punitivistas possuem uma maior probabilidade de proferir uma sentença condenatória do que juízes garantistas. Após desenvolvido um método para se medir as preferências políticas dos juízes na dimensão garantismo-punitivismo, testamos a hipótese a partir de uma base de dados original contendo sentenças criminais proferidas por Juízes de 1º Grau do Estado de São Paulo no período de 2013 a 2019. O resultado, estatisticamente significante, foi o de que a cada aumento de uma unidade no ponto ideal estimado (em direção a uma ideologia mais punitivista) há um aumento entre 3.5% a 4.1% de chance de o juiz proferir uma sentença condenatória, ao invés de uma absolutória, corroborando a hipótese central da dissertação. Exemplificando, os juízes que se situaram nos extremos ideológicos da nossa mensuração estavam a uma distância entre si de 54 unidades. A partir da razão de chances, podemos dizer que o juiz mais punitivista tinha aproximadamente entre 2,89 a 3,21 vezes mais chances de proferir uma sentença condenatória do que o juiz mais garantista da amostra.
publishDate 2020
dc.date.issued.fl_str_mv 2020-02-18
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-06-14T12:18:12Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-06-14T12:18:12Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/42487
url http://hdl.handle.net/1843/42487
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/pt/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/pt/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Ciência Política
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv FAF - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42487/6/license_rdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42487/7/license.txt
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42487/5/versao_final.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 00e5e6a57d5512d202d12cb48704dfd6
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
7e8d09a4b15fca46b8b5ad7117f5b63e
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589377769603072