Eficiência e ciclo de vida das cooperativas de crédito: uma abordagem econômica e social

• Autor(a) principal: Letícia Luanda Maia
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/51933; https://orcid.org/0000-0001-6636-5481?lang=pt
• topic: eficiência econômica; eficiência social; ciclo de vida; cooperativa de crédito; Contabilidade; Controladoria; Cooperativas de crédito; Instituições financeiras

As instituições financeiras exercem um papel importante de intermediação de recursos entre agentes poupadores e tomadores. Dentre os vários tipos de instituições financeiras, as cooperativas de crédito apresentam como um diferencial o aspecto social. Cooperativas são organizações formadas por indivíduos que buscam interesse comum. Surgem para suprir uma falha de mercado e geram benefícios para seus associados que vão além de econômico (como prestação de serviços e geração de emprego e renda). Para gerar esse benefício social, é importante também a eficiência econômica. Entretanto, dois aspectos chamam atenção. As análises de eficiência dessas organizações, comumente, focam estritamente em aspectos econômicos com poucos estudos que tratam da eficiência social. Ao passo que, também, se têm uma queda da quantidade de cooperativas e uma possível ênfase nos aspectos econômicos em detrimento dos sociais ao longo do ciclo de vida. Neste cenário, o presente estudo buscou analisar o comportamento das eficiências econômico e social das cooperativas de crédito ao longo do ciclo de vida. Foram analisadas as cooperativas de crédito do Brasil singulares (clássicas, plenas e capital e empréstimo) no período de 2016 a 2020. Para determinação das eficiências econômicas e sociais foi utilizada a Análise Envoltória de Dados (DEA) com Retornos Variáveis de Escala (VRS) orientado a produto. As variáveis (inputs e outputs) foram levantadas na literatura. Para identificação do ciclo de vida foi proposto um modelo aplicado às cooperativas de crédito a partir dos trabalhos de Ferguson e McKillop (1997, 2000), Cook (1995) e Cook e Burress (2009), sendo esta, uma das principais contribuições do trabalho. O modelo proposto considera as seguintes fases: (i) nascente, (ii) transição, (iii) madura, (iv) declínio e (v) decisão. As fases foram identificadas por Análise de Clusters. Para confrontar eficiências econômica e social com o ciclo de vida, o trabalho adotou análise descritiva e teste de mediana. As cooperativas apresentam maior eficiência econômica nos estágios Madura (MD) e um decréscimo na última fase Declínio e Decisão (DD). Já em relação a eficiência social, há uma redução da eficiência nos estágios de Transição e Crescimento (TC) seguido de um aumento na fase final (DD). Desta forma, no estágio de Declínio e Decisão (DD) há uma priorização dos aspectos sociais em relação ao econômico, o que pode levar a não continuidade da organização. O resultado reforça que a eficiência econômica é necessária para a manutenção da atividade das cooperativas em desempenhar seu papel social.