Avaliação da eficácia e segurança dos inibidores do cotransportador tubular do tipo 2 de sódio e glicose: revisão sistemática e meta-análise.

• Autor(a) principal: Humberto Batista Ferreira
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/63625
• topic: ISGLT2; Diabetes tipo 2; Eventos Adversos; Controle glicêmico; MACE

Introdução: O diabetes tipo 2 é uma preocupação global de saúde pública, aumentando o risco de eventos cardiovasculares e mortalidade. A OMS prevê um aumento no número de casos até 2045 em até 300 milhões. Embora a hiperglicemia afete órgãos e cause complicações, seu impacto nas complicações cardiovasculares ainda não está claro. Alguns medicamentos hipoglicemiantes aumentam o risco de insuficiência cardíaca e novas terapias, como os ISGLT2, mostram benefícios além do controle glicêmico. Justificativa e Objetivos: Este estudo visa avaliar a eficácia e segurança dos inibidores do cotransportador de sódio-glicose 2 (ISGLT2) no tratamento de pessoas adultos com diabetes tipo 2 (DM2). Métodos: revisão sistemática com meta-análise, realizada em busca de bases entre janeiro de 2014 a outubro de 2023, com ensaios clínicos randomizados. O estudo avaliou a eficácia e segurança dos inibidores do cotransportador de sódio-glicose 2 (ISGLT2) no tratamento de DM2, a redução da HbA1C e o risco de eventos cardiovasculares maiores (ECAM) e eventos adversos. A qualidade das evidências avaliada pelo sistema GRADE. Esta revisão sistemática foi registrada via PROSPERO CRD42022362775. Resultados: os SGLT2 demonstraram uma redução significativa de 38% no risco de mortes cardiovasculares e internações por insuficiência cardíaca em comparação com a terapia convencional para diabetes. No entanto, não houve redução significativa no risco de eventos cardiovasculares maiores. Além disso, mostraram uma redução significativa na progressão da doença renal crônica. Não houve aumento significativo no risco de hipoglicemia, fraturas ou depleção volêmica mas houve um aumento no risco de infecções micóticas gênito-urinárias. Discussão: Benefícios na redução de hospitalizações por insuficiência cardíaca e progressão da doença renal foram observados. No entanto, não houve redução significativa na mortalidade cardiovascular quando excluídas as internações por insuficiência cardíaca. A análise também apontou desafios na coleta de dados completos e segurança em relação a: hipoglicemia, fraturas, hipotensão ortostática e infecções micóticas gênito-urinárias. São necessários estudos adicionais para esclarecer essas questões. A análise considerou a necessidade de estratificar pessoas com risco aumentado para infecções micóticas e sugeriu que os ISGLT2 possam ser seguros naquelas com baixo risco de infecções urinárias. No entanto, a falta de clareza sobre os motivos de descontinuação dos tratamentos e o uso de um grupo comparador mais apropriado foram identificados como limitações na análise. CONCLUSÃO: Os ISGLT2 reduzem significativamente as internações hospitalares por IC e a progressão da doença renal. Entretanto, sua eficácia nos ECAM e na redução da hemoglobina glicada é limitada. O perfil predominantemente caucasiano dos participantes destaca a necessidade de investigações adicionais em populações não caucasianas. Além disso, os desfechos de segurança em grupos específicos indicam a necessidade imperativa de estabelecer critérios rigorosos para a introdução desses medicamentos em pessoas com DM2