Mecanismos de regulação da resposta imune na dengue humana

• Autor(a) principal: Marcela Helena Gonçalves Pereira de Oliveira
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/55490
• topic: célula Treg; imurregulação; dengue; Bioquímica e imunologia; Dengue; Linfócitos T reguladores

Introdução: A dengue é uma infecção viral e pode ser classificada em dengue leve, normalmente tratada domiciliarmente, e dengue com sinais de alarme (sa+) e dengue grave (sa+/grave), que requerem hospitalização. Manifestações graves da dengue são consideradas o resultado da ativação exacerbada da resposta imune. A importância dos mecanismos reguladores promovidos por moléculas e citocinas anti-inflamatórias das células T multifuncionais e T reguladoras (Tregs) no controle das respostas inflamatórias é evidente em muitas doenças infecciosas. Portanto, nosso objetivo foi investigar a presença destes mecanismos em diferentes formas clínicas da infecção por dengue. Métodos e Resultados: células mononucleares do sangue periférico (PBMCs) de pacientes com dengue foram cultivadas na presença da biblioteca de peptídeos para as proteínas virais de envelope (ENV) ou NS3 de DENV1. Pacientes com dengue leve apresentaram níveis mais altos de IFNγ, TNF e IL12p70 no plasma quando comparado com o grupo sa+/grave. As frequências de células T CD4+ ou CD8+ específicas para DENV simples ou duplo produtoras (TNF ou IL10 ou IFNγ/TNF ou IFNγ/IL10) foram maiores em dengue leve quando comparado com as formas clínicas sa+/grave. Além disso, pacientes com dengue leve apresentaram níveis mais altos de células T específicas para NS3 triplo produtoras de IFNγ, TNF e IL10 que o grupo sa+/grave. Dentre as moléculas reguladoras avaliadas, verificamos que pacientes com dengue aumentam as frequências de células Teff GITR+ ou LAP+ ou PD1+, e células Tregs CD226+ e CTLA4+. Por outro lado, pacientes com dengue leve apresentaram elevadas frequências de Tregs CD200+ e de modo importante elevadas frequências de tTregs GITR+ produtoras de IL10 específicas ao DENV, população pouco entrada em pacientes com dengue sa+/grave. Além disso, usando o mapeamento de epítopo da biblioteca de peptídeos do ENV de DENV1, conseguimos identificar peptídeos associados a produção de IL10 pelas Tregs. Conclusão: A evolução clínica da dengue parece relacionar-se com mecanismos reguladores da resposta imune. Tregs de indivíduos com dengue sa+/grave apresentaram deficiência importante em marcadores de ativação, sugerindo um fenótipo disfuncional e a produção de IL10 por células T multifuncionais e por células tTregs GITR+ está associada à apresentação clínica de dengue leve, sugerindo que esses mecanismos reguladores são importantes para limitar a imunopatologia da dengue.