As estratégias de dativo de 2ª pessoa em cartas pessoais (séculos XIX E XX)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nayara Domingues Cardoso
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/LETR-AWKJAU
Resumo: Este trabalho é conduzido pelo objetivo principal de descrever analiticamente as estratégias de representação do dativo de 2a pessoa do singular em missivas pessoais (cartas amorosas, de amizade e familiares) confeccionadas entre fins do século XIX e fins do século XX. À luz da conjugação dos pressupostos da sociolinguística variacionista laboviana (WEINREICH, LABOV & HERZOG, 1968) aos da sociolinguística histórica (CONDE SILVESTRE, 2007; HERNÁNDEZ-CAMPOY & CONDE SILVESTRE, 2012) descrevem-se não só as frequências de uso das formas dativas como te, a ti, lhe, a você, para você e o dativo nulo (), mas também correlaciona-se a produtividade de tais estratégias dativas de complementação verbal aosujeito de 2a pessoa do discurso nas cartas mineiras (cartas de tu-sujeito, cartas de você-sujeito e cartas de alternância tu/você). Na perspectiva de uma análise metodologicamente orientada pela sociolinguística quantitativa de base Laboviana, (cf. LABOV, 1994, 2001), utilizou-se o GOLDVARB-X como aparato estatístico para a análise quantitativa e qualitativa dos 582 dados de dativo de 2SG em termos defrequências percentuais. Em síntese, os resultados anunciam não só a diversidade de estratégias de complementação verbal em estruturas sintáticas de dativo (te, a ti, lhe, a você, para você, ), mas também a convivência mais acirrada entre as formas pronominais lhe e te. O lhe se apresentou como a forma mais produtiva principalmente nas cartas de você-sujeito, denotando um maior grau de formalidade nas relaçõespessoais, ao passo que o te se mostrou mais frequente nas cartas de tu-sujeito, alcançando uma produtividade um pouco mais discreta nas cartas mistas (alternância tu/você). O fato de o te ter se espraiado por todos os subgêneros das missivas mineiras (amorosas, familiares e de amizade) permite interpretá-lo como uma forma neutra nas relações sociopragmáticas travadas entre casais, familiares e amigos, cf. observado também por Oliveira (2014) para o te nas cartas cariocas.
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À luz da conjugação dos pressupostos da sociolinguística variacionista laboviana (WEINREICH, LABOV & HERZOG, 1968) aos da sociolinguística histórica (CONDE SILVESTRE, 2007; HERNÁNDEZ-CAMPOY & CONDE SILVESTRE, 2012) descrevem-se não só as frequências de uso das formas dativas como te, a ti, lhe, a você, para você e o dativo nulo (), mas também correlaciona-se a produtividade de tais estratégias dativas de complementação verbal aosujeito de 2a pessoa do discurso nas cartas mineiras (cartas de tu-sujeito, cartas de você-sujeito e cartas de alternância tu/você). Na perspectiva de uma análise metodologicamente orientada pela sociolinguística quantitativa de base Laboviana, (cf. LABOV, 1994, 2001), utilizou-se o GOLDVARB-X como aparato estatístico para a análise quantitativa e qualitativa dos 582 dados de dativo de 2SG em termos defrequências percentuais. Em síntese, os resultados anunciam não só a diversidade de estratégias de complementação verbal em estruturas sintáticas de dativo (te, a ti, lhe, a você, para você, ), mas também a convivência mais acirrada entre as formas pronominais lhe e te. O lhe se apresentou como a forma mais produtiva principalmente nas cartas de você-sujeito, denotando um maior grau de formalidade nas relaçõespessoais, ao passo que o te se mostrou mais frequente nas cartas de tu-sujeito, alcançando uma produtividade um pouco mais discreta nas cartas mistas (alternância tu/você). O fato de o te ter se espraiado por todos os subgêneros das missivas mineiras (amorosas, familiares e de amizade) permite interpretá-lo como uma forma neutra nas relações sociopragmáticas travadas entre casais, familiares e amigos, cf. observado também por Oliveira (2014) para o te nas cartas cariocas.This paper is conducted by the main goal of analytically describing the strategies of representation of the 2nd singular person dative in personal letters (love, friendship and family letters) written between late 19th century and late 20th century. In the light of the conjugation of the assumptions of the Labovian variationist sociolinguistics (WEINREICH, LABOV & HERZOG, 1968) to the historical sociolinguistics (CONDE SILVESTRE, 2007; HERNÁNDEZ-CAMPOY & CONDE SILVESTRE, 2012), it is described not only the frequencies of use of dative forms as te, a ti, lhe, a você, para você and null dative (), but also correlated the productivity of such dative strategies of verbal complementation to the 2nd person subject of the discourse in the Mineira letters (letters of tu-subject, letters of você-subject and alternating letters tu/você). In the perspective of an analysis methodologically oriented by the Labovian-based quantitative sociolinguistics (LABOV, 1994, 2001), GOLDVARB-X was used as a statistical apparatus for the quantitative and qualitative analysis of 582 dative data of 2nd singular person in terms of percentage frequencies. In summary, the results announce not only the diversity of verbal complementation strategies in syntactic structures of dative (te, a ti, lhe, a você, para você, ), but also a more intense coexistence between the pronominal forms lhe e te. Lhe has presented itself as the most productive form, mainly in the letters of você-subject, denoting a greater degree of formality in personal relations, while te was more frequent in the letters of tu-subject, achieving a slightly more discreet productivity in the mixed letters (alternating tu/você). The fact that te has been spread by all the subgenres of Mineira missives (love, family and friendship) can be interpreted as a "neutral form" in relation to sociopragmatic relations between couples, family and friends, cf. also observed by Oliveira (2014) for te in Carioca letters.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGCartasLingüística históricaSociolinguísticaLíngua portuguesa Pronomescomplemento verbal dativoPronomes de 2ª pessoa do singularcartas pessoais mineirasAs estratégias de dativo de 2ª pessoa em cartas pessoais (séculos XIX E XX)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINAL1818m.pdfapplication/pdf2009877https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-AWKJAU/1/1818m.pdf95b820d8d4239eb196c9ebad3632df36MD51TEXT1818m.pdf.txt1818m.pdf.txtExtracted texttext/plain362312https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-AWKJAU/2/1818m.pdf.txt0496b6540a5b2f6762973ae23d2a5523MD521843/LETR-AWKJAU2019-11-14 07:11:59.536oai:repositorio.ufmg.br:1843/LETR-AWKJAURepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T10:11:59Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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