Schmitt & Arendt: um diálogo sobre a constituição do político

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Felipe Daniel Amorim Machado
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8XSPN6
Resumo: A presente dissertação apresenta um possível diálogo travado entre os autores alemães Carl Schmitt e Hannah Arendt sobre a política. Ambos, a partir da crítica ao liberalismo, buscaram o reconhecimento de um locus privilegiado para o político, chegando, contudo, a reflexões completamente opostas. Schmitt vê a política na homogeneidade capaz de gerar unidade, a qual, por sua vez, capacita uma determinada unidade política a proceder à diferenciação amigo/inimigo, sendo este o real caráter do político. Já Arendt funda sua compreensão no conceito da ação livre, isto é, uma ação que é um fim em si mesma, que não se vincula a motivos, mas que tem por base um princípio que lhe permeia, sendo este o princípio da liberdade. Assim, toda ação busca a liberdade, sendo justamente esse o objetivo da política, já que, para a autora, a política é a ação em concerto que almeja definir os melhores caminhos para uma comunidade política. Enquanto que Schmitt define o político através da homogeneidade, Arendt o vê na pluralidade, ou seja, na multiplicidade dos diferentes que se igualam no espaço público, o qual, na compreensão arendtiana, é o domínio da política. Na construção dessas conclusões o texto apresenta, em seu primeiro capítulo, uma síntese das ideias de Schmitt, partindo, na sequência, para as reflexões de Arendt. Por fim, se confronta os argumentos de ambos os autores sobre a definição do que seria o político hoje. Apesar da importância das compreensões de Schmitt e Arendt, modernamente elas não possuem aplicação em seus estados puros. Em tempos em que a dicotomia amigo/inimigo retorna à cena política como, por exemplo, nos conflitos de movimentos separatistas bem como nos discursos de direito penal máximo ou do inimigo, entre outros, novas reflexões sobre o conceito do político se fazem necessárias, mas, contudo, são impossíveis de serem feitas sem um retorno às compreensões de Carl Schmitt e Hannah Arendt.
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Assim, toda ação busca a liberdade, sendo justamente esse o objetivo da política, já que, para a autora, a política é a ação em concerto que almeja definir os melhores caminhos para uma comunidade política. Enquanto que Schmitt define o político através da homogeneidade, Arendt o vê na pluralidade, ou seja, na multiplicidade dos diferentes que se igualam no espaço público, o qual, na compreensão arendtiana, é o domínio da política. Na construção dessas conclusões o texto apresenta, em seu primeiro capítulo, uma síntese das ideias de Schmitt, partindo, na sequência, para as reflexões de Arendt. Por fim, se confronta os argumentos de ambos os autores sobre a definição do que seria o político hoje. Apesar da importância das compreensões de Schmitt e Arendt, modernamente elas não possuem aplicação em seus estados puros. Em tempos em que a dicotomia amigo/inimigo retorna à cena política como, por exemplo, nos conflitos de movimentos separatistas bem como nos discursos de direito penal máximo ou do inimigo, entre outros, novas reflexões sobre o conceito do político se fazem necessárias, mas, contudo, são impossíveis de serem feitas sem um retorno às compreensões de Carl Schmitt e Hannah Arendt.This dissertation presents a possible dialogue between the German writers Carl Schmitt and Hannah Arendt on politics. Both, from the critique of liberalism, sought for the recognition of a locus for the political, arriving, however, on completely opposite ideas. Schmitt sees the politics in the homogeneity capable of generating unit, which, in turn, enables a certain political unity to make the distinction friend / enemy, being this the real character of the political. Arendt based his understanding on the concept of free action, i.e., an action that is an end in itself, that does not bind the reasons, but is set up on a principle that permeates it, being this the principle of freedom. Thus, every action seeks freedom, being precisely this the purpose of the politics, since, for the author, politics is the action in concert that aims to define the best paths to a political community. While Schmitt defines the politician through homogeneity, Arendt sees its plurality, i.e., in the multiplicity of the different people that are equalized in the public scene, which, in Arendts understanding, is the domain of politics. In building these conclusions the text presents, in his first chapter, an overview of Schmitts ideas, proceeding, in the sequence, to the musings of Arendt. Finally, the arguments of both authors on the definition of being a politician today are confronted. Despite the importance of understanding Schmitt and Arendt, in modern times they have no application in their pure states. In times in which the dichotomy friend/enemy returns to the political scene, as for example in the conflicts and separatist movements in the discourse of criminal law maximum or the enemy, among others, new perspectives on the concepts on the political are necessary but they are however, impossible to be made without returning to the insights of Carl Schmitt and Hannah Arendt.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGDireitoHannah ArendtCarl SchmittHomogeneidadePolíticaPluralidadeSchmitt & Arendt: um diálogo sobre a constituição do políticoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALfelipe_machado___disserta__o___vf.pdfapplication/pdf1896707https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8XSPN6/1/felipe_machado___disserta__o___vf.pdf60c008089708c8d256d61271406ac775MD51TEXTfelipe_machado___disserta__o___vf.pdf.txtfelipe_machado___disserta__o___vf.pdf.txtExtracted texttext/plain799359https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8XSPN6/2/felipe_machado___disserta__o___vf.pdf.txt3e32b6ba33a9b958bc42e18604fe1692MD521843/BUOS-8XSPN62019-11-14 05:06:55.881oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8XSPN6Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T08:06:55Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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