O contraerótico: violência contra a mulher na arte brasileira

• Autor(a) principal: Bárbara de Oliveira Ahouagi
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/47035
• topic: Violência contra a mulher; Erotismo; Arte erótica; Feminismo e arte; Arte brasileira séc.XX; Performance; Arte moderna séc. XX; Violência contra a mulher; Erotismo; Arte erótica; Feminismo e arte; Arte brasileira - Séc. XX; Performance (Arte); Arte moderna - Séc. XX - História

Nas décadas de 1960 e 1970, as artistas de diversas origens que passaram a protagonizar a arte contemporânea abordaram a violência contra a mulher - seja física, social, histórica, psicológica ou simbólica, especialmente nos campos da performance, da fotoperformance e das artes do corpo, formando o que entenderemos e fundamentaremos como categoria contraerótica. O contraerotismo é um conceito que se fundamenta como uma resposta a este tipo de violência e que ressignifica elementos do erótico na arte, para denunciar e romper a tradição do silencio. No Brasil, país de grandes artistas e com altos níveis de incidência da violência de gênero, são poucos os trabalhos que abordam o assunto antes da segunda década do século XXI. A implementação das estruturas patriarcais durante o processo de colonização do país foi reformulada na República durante a modernização e utilizou como aparato simbólico a iconografia artística e, posteriormente, a indústria cultural. Posteriormente, no período entre 1964 e 1989, enquanto a arte feminista eclodia em vários lugares do mundo, no Brasil, a Ditadura Militar, com forte repressão e censura, somadas à grande desigualdade social no país, afetaram de forma singular nossa produção cultural. A análise de trabalhos de arte contraerótica no Brasil se apresenta aqui a partir de pistas e indícios, induções que sinalizam uma linha comum entre as estruturas que operam o erotismo e o poder, o desejo e a violência.