Agência epistêmica no 8° ano do ensino fundamental: uma análise de interações discursivas em aulas de Ciências da Natureza
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/60767 |
Resumo: | O presente estudo objetivou compreender como estudantes são posicionados, se percebem e agem com poder no processo de construção do conhecimento em aulas de ciências. A literatura da pesquisa em Educação em Ciências e documentos curriculares avançaram nas propostas de superação do enfoque conceitual no ensino de ciências: os objetivos de se ensinar ciências perpassam pela promoção do contato dos estudantes com dimensões epistêmicas, conceituais e sociais da ciência. Apesar disso, preocupa-nos o modo como os estudantes são entendidos apenas como reprodutores, não mais de conceitos, mas também de práticas relacionadas à cultura científica. A agência epistêmica é proposta como uma alternativa às relações de poder tradicionalmente associadas às salas de aulas. Como lógica investigativa, exploramos pressupostos e princípios da etnografia em educação. Coletamos dados de aulas de ciências de uma turma de 8º ano do ensino fundamental, por meio de observação participante e de registros em vídeo e áudio. A partir de uma análise macroscópica das aulas, localizamos uma sequência de aulas orientadas pelo ensino de ciências por investigação com maior potencial analítico. Selecionamos um evento desta sequência para ancorar as análises sobre como a agência epistêmica era negociada pelos participantes da turma. Em nível microscópico, analisamos interações discursivas deste evento e, em seguida, de outros eventos relacionados. Nossos resultados indicam que: i) as aulas dessa sequência inauguraram uma nova dinâmica de negociação de normas para a construção do conhecimento; ii) essa dinâmica gerou tensionamentos na participação dos estudantes, o que se refletiu nas oportunidades de agência epistêmica em construção; iii) alguns estudantes passaram a considerar o coletivo da turma como agente que constrói o conhecimento, refletindo relações de “poder com”; iv) outros, por outro lado, mantiveram a autoridade epistêmica centrada na figura do professor, refletindo relações de “poder sobre”. A tensão indicada nas análises ocorria pela mudança que marcava as atividades da sequência: de um lado, a necessidade da resposta certa, algo recorrente nas aulas de ciências e na cultura escolar; de outro, novas expectativas de participação e negociação da resposta sendo propostas. Por fim, discutimos implicações para a área de pesquisa e prática pedagógica no ensino de ciências. |
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Luiz Gustavo Franco Silveirahttp://lattes.cnpq.br/8262815854077795Ana Paula Souto Silva TelesSanter Alvares de MatosNilmara Braga MozzerAna Luiza de Quadroshttp://lattes.cnpq.br/9910309858970604Thalita de Oliveira Carneiro2023-11-10T11:20:35Z2023-11-10T11:20:35Z2023-02-14http://hdl.handle.net/1843/60767O presente estudo objetivou compreender como estudantes são posicionados, se percebem e agem com poder no processo de construção do conhecimento em aulas de ciências. A literatura da pesquisa em Educação em Ciências e documentos curriculares avançaram nas propostas de superação do enfoque conceitual no ensino de ciências: os objetivos de se ensinar ciências perpassam pela promoção do contato dos estudantes com dimensões epistêmicas, conceituais e sociais da ciência. Apesar disso, preocupa-nos o modo como os estudantes são entendidos apenas como reprodutores, não mais de conceitos, mas também de práticas relacionadas à cultura científica. A agência epistêmica é proposta como uma alternativa às relações de poder tradicionalmente associadas às salas de aulas. Como lógica investigativa, exploramos pressupostos e princípios da etnografia em educação. Coletamos dados de aulas de ciências de uma turma de 8º ano do ensino fundamental, por meio de observação participante e de registros em vídeo e áudio. A partir de uma análise macroscópica das aulas, localizamos uma sequência de aulas orientadas pelo ensino de ciências por investigação com maior potencial analítico. Selecionamos um evento desta sequência para ancorar as análises sobre como a agência epistêmica era negociada pelos participantes da turma. Em nível microscópico, analisamos interações discursivas deste evento e, em seguida, de outros eventos relacionados. Nossos resultados indicam que: i) as aulas dessa sequência inauguraram uma nova dinâmica de negociação de normas para a construção do conhecimento; ii) essa dinâmica gerou tensionamentos na participação dos estudantes, o que se refletiu nas oportunidades de agência epistêmica em construção; iii) alguns estudantes passaram a considerar o coletivo da turma como agente que constrói o conhecimento, refletindo relações de “poder com”; iv) outros, por outro lado, mantiveram a autoridade epistêmica centrada na figura do professor, refletindo relações de “poder sobre”. A tensão indicada nas análises ocorria pela mudança que marcava as atividades da sequência: de um lado, a necessidade da resposta certa, algo recorrente nas aulas de ciências e na cultura escolar; de outro, novas expectativas de participação e negociação da resposta sendo propostas. Por fim, discutimos implicações para a área de pesquisa e prática pedagógica no ensino de ciências.The present study aimed to understand how students are positioned, perceive themselves and act with power in the knowledge construction process in science classes. Research literature in Science Education and curricular documents advanced in proposals to overcome the conceptual approach in science teaching: the objectives of teaching science permeate the promotion of students' contact with epistemic, conceptual, and social dimensions linked to scientific culture. Despite this, we are concerned about the way students are understood only as reproducers, no longer of concepts, but also of practices related to scientific culture. The epistemic agency is proposed as an alternative to the power relations traditionally associated with classrooms. As a logic of inquiry, we explore principles of ethnography in education. We collected data from science classes of an 8th grade elementary school class, through participant observation and video and audio recordings. From a macroscopic analysis of the classes, we located a sequence of classes guided by the teaching of science by investigation with greater analytical potential. We selected an event from this sequence to anchor the analyzes on how epistemic agency was negotiated by the class participants. At a microscopic level, we analyze discursive interactions of this event and then other related events. Our results indicate that: i) the classes in this sequence inaugurated a new dynamic of negotiation of norms for the construction of knowledge; ii) this dynamic generated tensions in student participation, which was reflected in the epistemic agency opportunities under construction; iii) some students started to consider the collective of the class as an agent that builds knowledge, reflecting “power with” relations; iv) others, on the other hand, maintained the epistemic authority centered on the figure of the teacher, reflecting relations of “power over”. The tension indicated in the analyzes occurred due to the change that marked the activities in the sequence: on the one hand, the need for the right answer, something recurrent in science classes and in school culture; on the other hand, new expectations of participation and negotiation of the response being proposed. Finally, we discuss implications for research and pedagogical practice in science teaching.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão SocialUFMGBrasilFAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃOhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessAgência epistêmicaEnsino de ciênciasRelações de poderEtnografia em educaçãoAgência epistêmica no 8° ano do ensino fundamental: uma análise de interações discursivas em aulas de Ciências da Naturezainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDissertação versão biblioteca - Thalita de Oliveira Carneiro.pdfDissertação versão biblioteca - Thalita de Oliveira Carneiro.pdfDissertação completaapplication/pdf6976688https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/60767/3/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20vers%c3%a3o%20biblioteca%20-%20Thalita%20de%20Oliveira%20Carneiro.pdfe49129e262163dbc446096be549f9586MD53CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/60767/4/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD54LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/60767/5/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD551843/607672023-11-10 08:20:36.887oai:repositorio.ufmg.br:1843/60767TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-11-10T11:20:36Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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