Currículo com música: normaliza ou faz dançar?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Camila Amorim Campos
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-BADPC2
Resumo: As músicas estão presentes nos mais diferentes espaços, incluindo a escola. Há músicas na escola dos mais diferentes estilos e gêneros musicais: cantigas de roda, axé, forró, funk, pop rock, reggae, MPB, músicas infantis, samba, pagode, sertanejo, gospel, hinos de futebol, rap, etc. Sejam trazidas pelas crianças, sejam as trabalhadas e cantadas pelas professoras, sejam as escolhidas para serem tocadas nas festas e datas comemorativas, sejam as selecionadas para o recreio e a educação física, de diferentes formas, vias e meios, a música se faz presente diariamente no cotidiano da escola. Esta dissertação de mestrado analisa o que as músicas fazem no currículo e o que o currículo faz com as músicas nos três primeiros anos do Ensino Fundamental. Inspiradas nos estudos pós-críticos de currículo, que o vêm como uma construção social permeado por relações de poder que produz sujeito, mas também como território de possibilidades o argumento geral desenvolvido nesta dissertação é o de que as músicas desestabilizam o caráter normalizador e normatizador do currículo investigado. Esta dissertação mostra, assim, que no currículo investigado ensina-se às crianças a cantarem determinadas músicas que normalizam suas ações. Essas cantam, então, de acordo com o que é esperado pelas professoras. No entanto, as crianças tentam escapar da rotina forjada pela escola de que determinadas músicas são autorizadas a serem cantadas e em horários também determinados. Assim, as análises aqui apresentadas evidenciam que apesar de todo investimento para normalizar e regular os corpos, as crianças encontram brechas no currículo e o convida para dançar. Esta dissertação mostra também que quando um ritmo diferente entra no currículo, ele descompassa e tenta silenciar o som, mas não silencia o sentido que as crianças atribuem ao momento. Evidencia, ainda, que as músicas servem para as crianças burlarem as normas de gênero no dia da festa junina e fazer dançar. Por conseguinte, apresenta como o próprio currículo com música entra em conflito com suas ordens de silêncio. Mostra, portanto, que a composição currículo com música é território para normas operarem e também território para driblar os ordenamentos e reinventar com novos sabores. É uma composição que normaliza e também faz dançar
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Inspiradas nos estudos pós-críticos de currículo, que o vêm como uma construção social permeado por relações de poder que produz sujeito, mas também como território de possibilidades o argumento geral desenvolvido nesta dissertação é o de que as músicas desestabilizam o caráter normalizador e normatizador do currículo investigado. Esta dissertação mostra, assim, que no currículo investigado ensina-se às crianças a cantarem determinadas músicas que normalizam suas ações. Essas cantam, então, de acordo com o que é esperado pelas professoras. No entanto, as crianças tentam escapar da rotina forjada pela escola de que determinadas músicas são autorizadas a serem cantadas e em horários também determinados. Assim, as análises aqui apresentadas evidenciam que apesar de todo investimento para normalizar e regular os corpos, as crianças encontram brechas no currículo e o convida para dançar. Esta dissertação mostra também que quando um ritmo diferente entra no currículo, ele descompassa e tenta silenciar o som, mas não silencia o sentido que as crianças atribuem ao momento. Evidencia, ainda, que as músicas servem para as crianças burlarem as normas de gênero no dia da festa junina e fazer dançar. Por conseguinte, apresenta como o próprio currículo com música entra em conflito com suas ordens de silêncio. Mostra, portanto, que a composição currículo com música é território para normas operarem e também território para driblar os ordenamentos e reinventar com novos sabores. É uma composição que normaliza e também faz dançarSongs are present in the most different spaces, including school. There are songs in school through several musical genders: songs of roda, axé, forró, funk, pop rock, reggae, Brazilian Popular Music (MPB), childrens songs, samba, pagode, sertanejo, gospel, soccer hymns, rap, etc. They can be brought by children, or are worked through teachers proposals. Songs are also chosen for being played on parties and celebrations, on the playtime and physical education. Thus, through many ways, music is strongly present on schools daily routine. This Masters dissertation analyses what the songs do on curriculum and what curriculum does with the songs on the three first years of Elementary School. So, once Ive been inspired on post-critical curriculum studies - which come as a social construction that is crossed by power relations that produce subjects, and also as a territory of possibilities - the general argument I developed in this dissertation is that, on one hand, there are, on the investigated curriculums, different norms and orders that determine what songs can be sung and what from them must be silenced in this curricular space. In another hand, however, there are also children who, at some moments, resist to those orders, it means, they sing other kinds of songs and they can, then, produce some desestabilization, not just to the norms, but also for the curriculum functioning as well. This dissertation shows that, on the investigated curriculum, children are taught to sing some kind of songs which normalize their actions. These subjects sing, thus, in accordance with what is expected by the teachers. The children, however, try to scape from the routine which is forged by school, what according to it some songs are allowed to be sung at certain times. Then, the analysis which are presented here give us the evidence that, although all the investiments to normalize and regulate bodies, children find gaps in curriculum and invite it to dance. The current dissertation also shows that, when a different rhythm comes in the curriculum, it extricates and tries to silence the sound, but it the curriculum - are not able to silence the meaning which children give to that moment. The research also gives us the evidence that songs are useful for children to break up with gender norms at the june party and, then, make dance happen. Moreover, this work presents how the curriculum itself, in composition with music, goes through conflits with its own orders and silence. The research shows, therefore, that this composition, between curriculum and music, is a territory for norms and also a field for breaking the orders and, then, to reinvent life with new flavors. It is a composition that normalizes and also makes dance happenUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGMúsica na educaçãoEducaçãoMúsica Aspectos sociaisMúsica Estudo e ensino (Ensino fundamental)Música CurrículosAnos iniciais do Ensino FundamentalNormaResistênciaCurrículoMúsicaCurrículo com música: normaliza ou faz dançar?info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_camila_amorim_campos_.pdfapplication/pdf1209000https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-BADPC2/1/disserta__o_camila_amorim_campos_.pdf3fe08103e897aa4bb3c09c0651fee3b6MD51TEXTdisserta__o_camila_amorim_campos_.pdf.txtdisserta__o_camila_amorim_campos_.pdf.txtExtracted texttext/plain358729https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-BADPC2/2/disserta__o_camila_amorim_campos_.pdf.txt635a98b4e0ac6ee29f9a81f66bad78d3MD521843/BUOS-BADPC22019-11-14 08:24:02.138oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-BADPC2Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T11:24:02Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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