O alçamento da vogal média anterior pretônica no português brasileiro: uma abordagem no modelo de redes
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/MGSS-9CDN53 |
Resumo: | Esta pesquisa pretendeu pesquisar o alçamento pretônico no PB, na perspectiva cognitiva do Modelo de Redes (BYBEE, 1985, 1995, 2007, 2010), com contribuições teóricas adicionais da Fonologia de Uso (BYBEE, 1988, 1994, 1999, 2001, 2006) e do Modelo de Exemplares (PIERREHUMBERT, 1994, 2001a, 2001b, 2002, 2003, 2012). A fim de observar o alçamento pretônico em detalhes, o objeto de estudo restringiu-se às vogais médias anteriores na morfologia verbal. Argumentamos que são as formas verbais flexionadas que permitem a categorização verbal e que a equivalência paradigmática entre as vogais [E}, [e] e [i] em posição tônica nas formas verbais flexionadas oferece a possibilidade de essa alternância ser propagada para a posição pretônica no PB. A avaliação da distribuição da alternância entre as vogais médias anteriores e a alta anterior mostrou padrões morfofonológicos no sistema verbal do PB. Os padrões morfofonológicos apontaram-nos graus de similaridade entre as categorias. Da similaridade e equivalência paradigmática emergiram redes morfofonológicas estabelecidas entre os verbos com base em três tipos de conexões: morfofonológicas, morfológicas e fonológicas. Essas conexões indicaram a organização dinâmica e a auto-organização do paradigma verbal do PB. A partir da análise dos efeitos de frequência, sugerimos que o alçamento pretônico é operado por mecanismos analógicos, que afetam inicialmente os itens lexicais de baixa frequência, e, por mecanismos de motivação fonética, afetam, posteriormente, os itens lexicais de alta frequência originalmente associados ao alçamento das vogais postônicas finais. Esses dois tipos de mecanismos acarretam uma convergência de padrões de difusão lexical. Conclui-se que o alçamento pretônico no PB pode ser descrito como um fenômeno dinâmico e complexo, que interage em vários níveis da organização gramatical. Além disso duas forças convergentes atuam no processo de alçamento pretônico: motivação analógica e motivação fonética, o que justifica a instabilidade e dificuldade de regularização do fenômeno como um todo. . |
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Thais Cristofaro Alves da SilvaChristina Abreu GomesDaniela Mara Lima Oliveira GuimarãesAna Paula da Silva HubackMarcia Cristina ZimmerLiliane Pereira Barbosa2019-08-12T09:08:06Z2019-08-12T09:08:06Z2013-08-16http://hdl.handle.net/1843/MGSS-9CDN53Esta pesquisa pretendeu pesquisar o alçamento pretônico no PB, na perspectiva cognitiva do Modelo de Redes (BYBEE, 1985, 1995, 2007, 2010), com contribuições teóricas adicionais da Fonologia de Uso (BYBEE, 1988, 1994, 1999, 2001, 2006) e do Modelo de Exemplares (PIERREHUMBERT, 1994, 2001a, 2001b, 2002, 2003, 2012). A fim de observar o alçamento pretônico em detalhes, o objeto de estudo restringiu-se às vogais médias anteriores na morfologia verbal. Argumentamos que são as formas verbais flexionadas que permitem a categorização verbal e que a equivalência paradigmática entre as vogais [E}, [e] e [i] em posição tônica nas formas verbais flexionadas oferece a possibilidade de essa alternância ser propagada para a posição pretônica no PB. A avaliação da distribuição da alternância entre as vogais médias anteriores e a alta anterior mostrou padrões morfofonológicos no sistema verbal do PB. Os padrões morfofonológicos apontaram-nos graus de similaridade entre as categorias. Da similaridade e equivalência paradigmática emergiram redes morfofonológicas estabelecidas entre os verbos com base em três tipos de conexões: morfofonológicas, morfológicas e fonológicas. Essas conexões indicaram a organização dinâmica e a auto-organização do paradigma verbal do PB. A partir da análise dos efeitos de frequência, sugerimos que o alçamento pretônico é operado por mecanismos analógicos, que afetam inicialmente os itens lexicais de baixa frequência, e, por mecanismos de motivação fonética, afetam, posteriormente, os itens lexicais de alta frequência originalmente associados ao alçamento das vogais postônicas finais. Esses dois tipos de mecanismos acarretam uma convergência de padrões de difusão lexical. Conclui-se que o alçamento pretônico no PB pode ser descrito como um fenômeno dinâmico e complexo, que interage em vários níveis da organização gramatical. Além disso duas forças convergentes atuam no processo de alçamento pretônico: motivação analógica e motivação fonética, o que justifica a instabilidade e dificuldade de regularização do fenômeno como um todo. .This research aimed to study the pretonic raising in Brazilian Portuguese under the cognitive perspective of the Network Model (BYBEE, 1985, 1995, 2007, 2010), with additional theoretical contributions of the Usage-based model (BYBEE, 1988, 1994, 1999, 2001, 2006) and the Exemplar Model (PIERREHUMBERT, 1994, 2001a, 2001b, 2002, 2003, 2012). In order to observe the pretonic raising in detail, the object of study was restricted to mid front vowels in the verbal morphology. We argue that inflected verb forms allow verbal categorization and that the paradigmatic equivalence among the vowels [E], [e] and [i] in tonic position in the inflected verbal forms offers the possibility of this alternation to be propagated for the pretonic position in BP. The evaluation of the alternation distribution between mid front and high front vowels showed morphophonological patterns in the verbal system of BP. Morphophonological networks emerged from paradigmatic similarity and equivalence which were established among the verbs based on three types of connections: morphophonological, morphological and phonological. These connections indicated the dynamic organization and self-organization of the verbal paradigm of BP. From the analysis of the effects of frequency, we suggest that the pretonic raising is operated by analogical mechanisms which affect initially the low frequency lexical items and by mechanisms of phonetic motivation which affect initially the high frequency lexical items, associated to the raising of pretonic final vowels. Both mechanisms lead to a convergence of lexical diffusion patterns. That is, the pretonic raising in Brazilian Portuguese characterizes a dynamic and complex phenomenon that interacts at various levels of grammatical organization on which two converging forces act: analogical motivation and phonetic motivation which justifies its instability and regularization difficulty.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGLíngua portuguesa VogaisLíngua portuguesa FlexãoLíngua portuguesa FonologiaLíngua portuguesa FonéticaGramática cognitivaHarmonia vocálicaModelo de ExemplaresModelo de Redesonologia de UsoAlçamento pretônicoAnalogiaO alçamento da vogal média anterior pretônica no português brasileiro: uma abordagem no modelo de redesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese___vers_o_final.pdfapplication/pdf6640949https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MGSS-9CDN53/1/tese___vers_o_final.pdf5b76936d847644eaf43c5166e86e404eMD51TEXTtese___vers_o_final.pdf.txttese___vers_o_final.pdf.txtExtracted texttext/plain454661https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MGSS-9CDN53/2/tese___vers_o_final.pdf.txtc992844320fd3bc76cd6309c04fda751MD521843/MGSS-9CDN532019-11-14 15:42:46.299oai:repositorio.ufmg.br:1843/MGSS-9CDN53Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T18:42:46Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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Esta pesquisa pretendeu pesquisar o alçamento pretônico no PB, na perspectiva cognitiva do Modelo de Redes (BYBEE, 1985, 1995, 2007, 2010), com contribuições teóricas adicionais da Fonologia de Uso (BYBEE, 1988, 1994, 1999, 2001, 2006) e do Modelo de Exemplares (PIERREHUMBERT, 1994, 2001a, 2001b, 2002, 2003, 2012). A fim de observar o alçamento pretônico em detalhes, o objeto de estudo restringiu-se às vogais médias anteriores na morfologia verbal. Argumentamos que são as formas verbais flexionadas que permitem a categorização verbal e que a equivalência paradigmática entre as vogais [E}, [e] e [i] em posição tônica nas formas verbais flexionadas oferece a possibilidade de essa alternância ser propagada para a posição pretônica no PB. A avaliação da distribuição da alternância entre as vogais médias anteriores e a alta anterior mostrou padrões morfofonológicos no sistema verbal do PB. Os padrões morfofonológicos apontaram-nos graus de similaridade entre as categorias. Da similaridade e equivalência paradigmática emergiram redes morfofonológicas estabelecidas entre os verbos com base em três tipos de conexões: morfofonológicas, morfológicas e fonológicas. Essas conexões indicaram a organização dinâmica e a auto-organização do paradigma verbal do PB. A partir da análise dos efeitos de frequência, sugerimos que o alçamento pretônico é operado por mecanismos analógicos, que afetam inicialmente os itens lexicais de baixa frequência, e, por mecanismos de motivação fonética, afetam, posteriormente, os itens lexicais de alta frequência originalmente associados ao alçamento das vogais postônicas finais. Esses dois tipos de mecanismos acarretam uma convergência de padrões de difusão lexical. Conclui-se que o alçamento pretônico no PB pode ser descrito como um fenômeno dinâmico e complexo, que interage em vários níveis da organização gramatical. Além disso duas forças convergentes atuam no processo de alçamento pretônico: motivação analógica e motivação fonética, o que justifica a instabilidade e dificuldade de regularização do fenômeno como um todo. . |
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