Morbidade materna severa no Brasil: análise da incidência do Near Miss Materno, para as Unidades da Federação, no período entre 2010 e 2019
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/53939 |
Resumo: | A saúde materno-infantil é considerada um elemento crucial para combate à pobreza e ao subdesenvolvimento em escala global e, por esse motivo, foi colocada em destaque na construção das metas para desenvolvimento social e humano, assumidos durante a Cúpula do Milênio no ano 2000, e dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, acordados durante a Assembleia Geral das Nações Unidas em 2015. O Brasil, país signatário nos dois eventos, apesar de ter assumido o compromisso de redução de suas razões de mortalidade materna (RMM) para 30 óbitos por 100.000 nascidos vivos até o ano de 2030, tem observado uma estagnação no indicador, que ficou em torno de 59,1/100.000 nascidos vivos nos últimos anos. Embora a morte materna seja um evento trágico, em números absolutos ela é considerada um evento raro, assim, para melhor entendimento dos motivos que mantêm as RMM altas no país, estudos sobre morbidade materna severa têm sido recomendados. Conceituada pela Organização Mundial de Saúde como near miss materno, uma vez que esse tipo de morbidade ocorre com mais frequência e guarda similaridade com as causas de óbito materno, essas análises fornecem informações mais robustas sobre os fatores que podem estar associados às altas RMM observadas no país. O objetivo desta dissertação é descrever, em conformidade com a recomendação da OMS, as razões de near miss materno (RNMM), no Brasil, para o período de 2010 a 2019. As razões são descritas para cada uma das 27 Unidades Federativas e para as 5 macrorregiões do Brasil. Além disso, foram calculadas RNMM específicas, segundo grupo etário, por macrorregião. Para alcance dos objetivos, utilizou-se os dados do Sistema de Informações Hospitalares. Os casos foram identificados a partir da compatibilização dos códigos da 10ª Classificação Internacional de Saúde utilizados para informar a causa da internação e as definições dos 25 critérios diagnósticos informados pela OMS. A compatibilização foi realizada com base em Revisão Sistemática de Literatura que permitiu a identificação de estudos que utilizaram a mesma base de dados e os mesmos critérios diagnósticos abordados nesta dissertação. A técnica de cálculo consistiu, então, na razão entre os casos de near miss materno, segundo as variáveis de interesse, e as internações por causas obstétricas de mulheres com idade entre 15 e 49 anos. Entre 2010 e 2019, observa-se um padrão inconstante nas razões de near miss materno em todas as UFs, embora, em média, o padrão seja de declínio. Corroborando a literatura, as regiões Norte e Nordeste são as que apresentam as maiores RNMM. Os estados com as maiores razões são Sergipe (RNMM: 48,1/1.000 internações), Amazonas (RNMM: 46,3/1.000 internações), Tocantins (RNMM: 43,4/1.000 internações) e Piauí (RNMM: 35,7/1.000 internações). Já as menores RNMM foram observadas no Amapá (RNMM: 13,9/1.000 internações), Rondônia (RNMM: 14,3/1.000 internações). Esta dissertação é uma primeira análise dos indicadores de near miss materno no Brasil. Pretende-se, a partir dela, desenvolver estudos mais específicos que possibilitem melhor entendimento dos possíveis entraves que as mulheres enfrentam para garantir uma experiência positiva na gravidez, parto e puerpério, assim como propor a elaboração um sistema de vigilância das complicações maternas graves e seus desfechos. |
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