Mapeamento da interface entre as bolhas local e loop I utilizando fotometria Strömgren

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Wilson Reis Junior
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/ESCZ-7AYN5D
Resumo: O Sol está imerso em uma nuvem parcialmente ionizada (ne/n ~ 0.3.0.7), de gás morno (T ~ 7000 K), e baixa densidade (nH ~ 0.1 cm-3), conhecida como Nuvem Local. Circundando esta nuvem, há uma região de densidade extremamente baixa (nHI <= 0.005 cm.3) e forma bastante irregular, conhecida como Cavidade Local ou Bolha Local. Parte desta cavidade é preenchida com gás quente (T ~ 106K), sendo esta região conhecida como Bolha Local Quente. Próximo a Bolha Local existe uma cavidade ainda maior que está localizada na direção da associação de estrelas OB Scorpio-Centaurus, conhecida como Loop I. Devido a proximidade da Bolha Local com Loop I, acredita-se que elas estejam sofrendo algum tipo de interação. Historicamente, o conceito da formação da Bolha Local é uma disputa entre: (i) a visão em que uma ou mais supernovas, em uma região próxima ao Sol, formaram a cavidade e a região emissora de raios-X de baixa energia, sendo assim uma entidade independente; (ii) a visão que a Bolha Local é parte da superbolha formada por épocas sucessivas de formação estelar na Associação OB Sco-Cen, tendo expandido assimetricamente na região de baixa densidade entre os braços espirais da Galáxia; (iii) a visão alternativa em que a existência da cavidade não estaria relacionada a atividade estelar, mas apenas seria um lugar típico entre os braços espirais da Galáxia. Recentemente identificou-se em dados de raios-X e Hidrogênio neutro uma estrutura anular de material denso e neutro que supostamente seria o contorno da zona de interação entre a Bolha Local e Loop I. De modo a determinar a distância e o excesso de cor da interface entre a Bolha Local e Loop I utilizamos os dados uvbybeta do "General Catalogue of Photometric Data". A amostra cobre a região definida pelas coordenadas Galácticas: 50o >= l >= 250o e -60 o <= b <= 60o. A determinação dos erros nos parâmetros estelares intrínsecos, excesso de cor e distância, foi realizada para cada estrela individualmente, através de uma adaptação do método sugerido por Knude (1978), o que assegura uma maior confiabilidade aos nossos resultados. Foram excluídos os valores de excesso de cor e distância inadequados ao estudo do avermelhamento interestelar utilizando critérios fotométricos, além das estrelas cuja divergência entre as distâncias fotométricas e trigonométricas foi superior a 30%. Foram eliminadas também, todas as estrelas variáveis, duplas ou com peculiaridade conhecidas na literatura. A amostra final é composta por 4232 estrelas localizadas a até 500 pc do Sol. A característica mais marcante da zona de interação entre as bolhas, no modelo do anel, seria que coluna de densidade do HI salta de 1020 cm-2 para 7×1020 cm-2 a uma distância de 70 pc do Sol. Entretanto, a análise da distribuição espacial do avermelhamento interestelar mostra que o anel não é evidente nos dados fotométricos. Na parte oeste do anel o excesso de cor atinge valores que correspondem a NHI ~ 7×1020 cm-2 (E(b-y) ~ 0.100 mag) a uma distância entre 120 e 140 pc. No restante do anel tais valores para o excesso de cor, só ocorrem em uma região limitada na parte sudeste e à uma distância de d ~ 280 pc. Além disto, observamos que na região interior ao anel, muitas estrelas, distribuidas por toda região, apresentam 0.020mag <= E(b-y) <= 0.040mag a partir de d ~ 80 pc, sendo que aproximadamente à 140 pc o excesso de cor é dominado pela presença das nuvens escuras. Tal resultado torna difícil explicar porque o anel, que envolveria a zona de interação, estaria tão distorcido. Os resultados obtidos com a fotometria indicam a existência de duas estruturas de grande escala, sendo uma delas localizada entre 80 e 110 pc do Sol e a outra em d ~ 140 pc. Estes resultados são mais consistentes com os modelos nos quais a Bolha Local seria parte de uma superbolha formada por épocas sucessivas de formação estelar na Sco-Cen.
id UFMG_91f7a2bd01e1b658db1d7d7dd86565fd
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/ESCZ-7AYN5D
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Wagner Jose Corradi BarbosaGabriel Armando Pellegatti FrancoSilvia Helena Paixao AlencarJacques Raymond Daniel LépineWilson Reis Junior2019-08-14T08:27:15Z2019-08-14T08:27:15Z2007-01-31http://hdl.handle.net/1843/ESCZ-7AYN5DO Sol está imerso em uma nuvem parcialmente ionizada (ne/n ~ 0.3.0.7), de gás morno (T ~ 7000 K), e baixa densidade (nH ~ 0.1 cm-3), conhecida como Nuvem Local. Circundando esta nuvem, há uma região de densidade extremamente baixa (nHI <= 0.005 cm.3) e forma bastante irregular, conhecida como Cavidade Local ou Bolha Local. Parte desta cavidade é preenchida com gás quente (T ~ 106K), sendo esta região conhecida como Bolha Local Quente. Próximo a Bolha Local existe uma cavidade ainda maior que está localizada na direção da associação de estrelas OB Scorpio-Centaurus, conhecida como Loop I. Devido a proximidade da Bolha Local com Loop I, acredita-se que elas estejam sofrendo algum tipo de interação. Historicamente, o conceito da formação da Bolha Local é uma disputa entre: (i) a visão em que uma ou mais supernovas, em uma região próxima ao Sol, formaram a cavidade e a região emissora de raios-X de baixa energia, sendo assim uma entidade independente; (ii) a visão que a Bolha Local é parte da superbolha formada por épocas sucessivas de formação estelar na Associação OB Sco-Cen, tendo expandido assimetricamente na região de baixa densidade entre os braços espirais da Galáxia; (iii) a visão alternativa em que a existência da cavidade não estaria relacionada a atividade estelar, mas apenas seria um lugar típico entre os braços espirais da Galáxia. Recentemente identificou-se em dados de raios-X e Hidrogênio neutro uma estrutura anular de material denso e neutro que supostamente seria o contorno da zona de interação entre a Bolha Local e Loop I. De modo a determinar a distância e o excesso de cor da interface entre a Bolha Local e Loop I utilizamos os dados uvbybeta do "General Catalogue of Photometric Data". A amostra cobre a região definida pelas coordenadas Galácticas: 50o >= l >= 250o e -60 o <= b <= 60o. A determinação dos erros nos parâmetros estelares intrínsecos, excesso de cor e distância, foi realizada para cada estrela individualmente, através de uma adaptação do método sugerido por Knude (1978), o que assegura uma maior confiabilidade aos nossos resultados. Foram excluídos os valores de excesso de cor e distância inadequados ao estudo do avermelhamento interestelar utilizando critérios fotométricos, além das estrelas cuja divergência entre as distâncias fotométricas e trigonométricas foi superior a 30%. Foram eliminadas também, todas as estrelas variáveis, duplas ou com peculiaridade conhecidas na literatura. A amostra final é composta por 4232 estrelas localizadas a até 500 pc do Sol. A característica mais marcante da zona de interação entre as bolhas, no modelo do anel, seria que coluna de densidade do HI salta de 1020 cm-2 para 7×1020 cm-2 a uma distância de 70 pc do Sol. Entretanto, a análise da distribuição espacial do avermelhamento interestelar mostra que o anel não é evidente nos dados fotométricos. Na parte oeste do anel o excesso de cor atinge valores que correspondem a NHI ~ 7×1020 cm-2 (E(b-y) ~ 0.100 mag) a uma distância entre 120 e 140 pc. No restante do anel tais valores para o excesso de cor, só ocorrem em uma região limitada na parte sudeste e à uma distância de d ~ 280 pc. Além disto, observamos que na região interior ao anel, muitas estrelas, distribuidas por toda região, apresentam 0.020mag <= E(b-y) <= 0.040mag a partir de d ~ 80 pc, sendo que aproximadamente à 140 pc o excesso de cor é dominado pela presença das nuvens escuras. Tal resultado torna difícil explicar porque o anel, que envolveria a zona de interação, estaria tão distorcido. Os resultados obtidos com a fotometria indicam a existência de duas estruturas de grande escala, sendo uma delas localizada entre 80 e 110 pc do Sol e a outra em d ~ 140 pc. Estes resultados são mais consistentes com os modelos nos quais a Bolha Local seria parte de uma superbolha formada por épocas sucessivas de formação estelar na Sco-Cen.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGSolFísicaLooptotometria stromgrenMapeamento da interface entre as bolhas local e loop I utilizando fotometria Strömgreninfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisswilsonreis.pdfapplication/pdf15735448https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ESCZ-7AYN5D/1/disswilsonreis.pdf7d4ca27e6527942991d5a3038f8aa935MD51TEXTdisswilsonreis.pdf.txtdisswilsonreis.pdf.txtExtracted texttext/plain185193https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ESCZ-7AYN5D/2/disswilsonreis.pdf.txte35a8d0afed20ac1edf6e1e7246ce032MD521843/ESCZ-7AYN5D2019-11-14 15:48:37.838oai:repositorio.ufmg.br:1843/ESCZ-7AYN5DRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T18:48:37Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Mapeamento da interface entre as bolhas local e loop I utilizando fotometria Strömgren
title Mapeamento da interface entre as bolhas local e loop I utilizando fotometria Strömgren
spellingShingle Mapeamento da interface entre as bolhas local e loop I utilizando fotometria Strömgren
Wilson Reis Junior
Loop
totometria stromgren
Sol
Física
title_short Mapeamento da interface entre as bolhas local e loop I utilizando fotometria Strömgren
title_full Mapeamento da interface entre as bolhas local e loop I utilizando fotometria Strömgren
title_fullStr Mapeamento da interface entre as bolhas local e loop I utilizando fotometria Strömgren
title_full_unstemmed Mapeamento da interface entre as bolhas local e loop I utilizando fotometria Strömgren
title_sort Mapeamento da interface entre as bolhas local e loop I utilizando fotometria Strömgren
author Wilson Reis Junior
author_facet Wilson Reis Junior
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Wagner Jose Corradi Barbosa
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Gabriel Armando Pellegatti Franco
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Silvia Helena Paixao Alencar
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Jacques Raymond Daniel Lépine
dc.contributor.author.fl_str_mv Wilson Reis Junior
contributor_str_mv Wagner Jose Corradi Barbosa
Gabriel Armando Pellegatti Franco
Silvia Helena Paixao Alencar
Jacques Raymond Daniel Lépine
dc.subject.por.fl_str_mv Loop
totometria stromgren
topic Loop
totometria stromgren
Sol
Física
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Sol
Física
description O Sol está imerso em uma nuvem parcialmente ionizada (ne/n ~ 0.3.0.7), de gás morno (T ~ 7000 K), e baixa densidade (nH ~ 0.1 cm-3), conhecida como Nuvem Local. Circundando esta nuvem, há uma região de densidade extremamente baixa (nHI <= 0.005 cm.3) e forma bastante irregular, conhecida como Cavidade Local ou Bolha Local. Parte desta cavidade é preenchida com gás quente (T ~ 106K), sendo esta região conhecida como Bolha Local Quente. Próximo a Bolha Local existe uma cavidade ainda maior que está localizada na direção da associação de estrelas OB Scorpio-Centaurus, conhecida como Loop I. Devido a proximidade da Bolha Local com Loop I, acredita-se que elas estejam sofrendo algum tipo de interação. Historicamente, o conceito da formação da Bolha Local é uma disputa entre: (i) a visão em que uma ou mais supernovas, em uma região próxima ao Sol, formaram a cavidade e a região emissora de raios-X de baixa energia, sendo assim uma entidade independente; (ii) a visão que a Bolha Local é parte da superbolha formada por épocas sucessivas de formação estelar na Associação OB Sco-Cen, tendo expandido assimetricamente na região de baixa densidade entre os braços espirais da Galáxia; (iii) a visão alternativa em que a existência da cavidade não estaria relacionada a atividade estelar, mas apenas seria um lugar típico entre os braços espirais da Galáxia. Recentemente identificou-se em dados de raios-X e Hidrogênio neutro uma estrutura anular de material denso e neutro que supostamente seria o contorno da zona de interação entre a Bolha Local e Loop I. De modo a determinar a distância e o excesso de cor da interface entre a Bolha Local e Loop I utilizamos os dados uvbybeta do "General Catalogue of Photometric Data". A amostra cobre a região definida pelas coordenadas Galácticas: 50o >= l >= 250o e -60 o <= b <= 60o. A determinação dos erros nos parâmetros estelares intrínsecos, excesso de cor e distância, foi realizada para cada estrela individualmente, através de uma adaptação do método sugerido por Knude (1978), o que assegura uma maior confiabilidade aos nossos resultados. Foram excluídos os valores de excesso de cor e distância inadequados ao estudo do avermelhamento interestelar utilizando critérios fotométricos, além das estrelas cuja divergência entre as distâncias fotométricas e trigonométricas foi superior a 30%. Foram eliminadas também, todas as estrelas variáveis, duplas ou com peculiaridade conhecidas na literatura. A amostra final é composta por 4232 estrelas localizadas a até 500 pc do Sol. A característica mais marcante da zona de interação entre as bolhas, no modelo do anel, seria que coluna de densidade do HI salta de 1020 cm-2 para 7×1020 cm-2 a uma distância de 70 pc do Sol. Entretanto, a análise da distribuição espacial do avermelhamento interestelar mostra que o anel não é evidente nos dados fotométricos. Na parte oeste do anel o excesso de cor atinge valores que correspondem a NHI ~ 7×1020 cm-2 (E(b-y) ~ 0.100 mag) a uma distância entre 120 e 140 pc. No restante do anel tais valores para o excesso de cor, só ocorrem em uma região limitada na parte sudeste e à uma distância de d ~ 280 pc. Além disto, observamos que na região interior ao anel, muitas estrelas, distribuidas por toda região, apresentam 0.020mag <= E(b-y) <= 0.040mag a partir de d ~ 80 pc, sendo que aproximadamente à 140 pc o excesso de cor é dominado pela presença das nuvens escuras. Tal resultado torna difícil explicar porque o anel, que envolveria a zona de interação, estaria tão distorcido. Os resultados obtidos com a fotometria indicam a existência de duas estruturas de grande escala, sendo uma delas localizada entre 80 e 110 pc do Sol e a outra em d ~ 140 pc. Estes resultados são mais consistentes com os modelos nos quais a Bolha Local seria parte de uma superbolha formada por épocas sucessivas de formação estelar na Sco-Cen.
publishDate 2007
dc.date.issued.fl_str_mv 2007-01-31
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-14T08:27:15Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-14T08:27:15Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/ESCZ-7AYN5D
url http://hdl.handle.net/1843/ESCZ-7AYN5D
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ESCZ-7AYN5D/1/disswilsonreis.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ESCZ-7AYN5D/2/disswilsonreis.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 7d4ca27e6527942991d5a3038f8aa935
e35a8d0afed20ac1edf6e1e7246ce032
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589218314747904