A saúde dos recrutas na carreira de bombeiros militares de MG no período da pandemia de COVID-19

• Autor(a) principal: Aline de Morais Pereira
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/49290; https://orcid.org/0000-0001-6766-5603
• topic: Bombeiros; Militares; Doenças Não Transmissíveis; Estilo de vida; COVID-19; Pandemias; Bombeiros; Militares; Saúde do Trabalhador; Riscos Ocupacionais; Doenças não Transmissíveis; Fatores sociodemográficos; Estilo de Vida; Pandemias; COVID-19/complicações; Estudos Transversais

A profissão bombeiro é uma das mais perigosas e complexas, principalmente, em virtude da natureza de suas tarefas. Atribuições como primeiros socorros, combate a incêndio, salvamento podem gerar exposições a desgaste físico e mental acima do convencional e, ainda, favorecer o adoecimento ao longo da carreira. Várias pesquisas têm sido realizadas com o intuito de avaliar o estado de saúde do bombeiro. Porém, poucos estudos têm atentado a investigar a saúde dos bombeiros recrutas que acabaram de adentrar a corporação. Somado a isso, a pandemia de COVID-19 pode ter contribuído para a piora das condições de saúde dos recrutas, quando comparado a outros dois períodos de admissão (2014 e 2017). O objetivo deste estudo foi analisar as características sociodemográficas, doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e estilos de vida dos bombeiros recrutas ingressantes no período da pandemia de COVID-19 comparado aos anos anteriores. Foi realizado estudo transversal a partir do banco de dados de uma pesquisa longitudinal denominada Estudo de Saúde do Bombeiro. Foram avaliadas características sociodemográficas, DCNT e estilo de vida, por meio de um questionário de autorrelato aplicado na primeira semana de admissão. Participaram do estudo 504 recrutas em 2020, 493 em 2017 e 573 em 2014. Os recrutas admitidos no ano de 2020, entraram com maior idade e menor renda comparado aos que ingressaram em 2014 e 2017. No ano da pandemia, exibiram piores condições de saúde quanto a presença de DCNT, especialmente, dor lombar, depressão e ansiedade (p≤0,001). A lombalgia apresentou uma prevalência de 10,3% na população de recrutas, enquanto depressão e ansiedade 13,9% em 2020. Quanto aos estilos de vida, observou-se aumento do consumo de bebida alcoólica, sobrepeso e obesidade, uso de medicamento psiquiátrico e distúrbio do sono em relação aos ingressantes de 2014 e 2017 (p≤0,001). No que diz respeito ao tabagismo, não houve diferença significativa do padrão de consumo de cigarro pelos recrutas em comparação aos demais anos (p ≥0,05). Conclui-se que, ao investigar os três períodos de entrada dos ingressantes, houve piora nas condições de saúde dos bombeiros recrutas no período da pandemia de COVID-19 (2020) comparado aos anos de 2014 e 2017. Esses dados serão importantes para fomentar políticas institucionais de saúde para promover possíveis ajustes no processo de trabalho visando o bem-estar dos profissionais. Por meio do acompanhamento longitudinal da saúde presente na instituição estudada, deve-se reforçar a atenção aos recrutas que entraram em piores condições do que os outros de concursos anteriores. Além disso, mais investigações devem ser conduzidas para aumentar a compreensão sobre a influência da doença por coronavírus nos recém ingressantes, o que irá possibilitar a proposição de abordagens que controlem ou minimizem os efeitos dessa condição.