Ossificação do complexo estilohióide em uma população com disfunção temporomandibular: um estudo caso controle

• Autor(a) principal: Francisco Carlos Sancio Goncalves
• Data de Publicação: 2009
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/ZMRO-7J5MZS
• topic: alongamento do processo estilóide; ossificação do complexo estilohióide; síndrome de Eagle; disfunção temporomandibular; Transtornos da articulação temporomandibular; Alongamento ósseo; Odontologia

O processo estilóide se estende inferiormente desde a parte timpânica do osso temporal, sendo considerado alongado quando tem comprimento igual ou superior a 30 mm. Muitos dos sintomas associados ao alongamento do processo estilóide, como dor na região de ouvido, pescoço e cabeça, também são sintomas associados às desordens temporomandibulares (DTM´s). Com o objetivo de se investigar uma possível correlação entre as DTM´s e o alongamento do processo estilóide, realizou-se um estudo do tipo caso-controle, que se propôs a avaliar, através de radiografias panorâmicas, a incidência de alterações no tamanho de processos estilóides em pacientes que apresentam disfunção temporomandibular (casos) e em pacientes livres de tais desordens (controles). O estudo foi realizado entre pacientes atendidos na Clínica de Dor Orofacial da Faculdade de Odontologia da UFMG e foi aprovado pelo COEP-UFMG (148/08). Os pacientes do grupo controle foram pareados por sexo e idade. A amostra foi composta por 78 pacientes no grupo caso e 93 indivíduos no grupo controle. Entre os casos, 44,9% apresentavam alongamento do estilóide, contra 46,2% dos controles, diferença não significativa estatisticamente (p=0,858). Não existiu correlação entre a história médica do paciente (história de tonsilectomia, entubação, trauma cervical, cirurgia cervico-faríngea), e a presença de alongamento do processo estilóide (p=0,819; p=0,494; p=0,829; p=0,703, respectivamente). Também não existiu correlação entre sintomatologia (dor ao deglutir, sensação de corpo estranho na garganta, dor ao virar a cabeça) e presença de ossificação (p=0,658; p=0,980; p=0,405, respectivamente). Foi observada associação entre os sintomas dor ao deglutir e dor ao virar a cabeça e o grupo com DTM (p<0,05 e p<0,01, respectivamente), o que sugere que os sintomas estejam mais associados com a presença da DTM que com a ossificação do complexo estilohióide. Os resultados deste estudo sugerem que não há correlação entre a presença de DTM e o alongamento do processo estilóide. A ossificação do complexo estilohióide pode ser considerada um achado comum. Sugerimos a realização de mais estudos no intuito de se investigar a hipótese dos sintomas relacionados à síndrome de Eagle serem na verdade causados por um processo de dor miofascial na região e não propriamente pelo alongamento do processo estilóide.