Arquitetura situacional: investigações sobre memória e imaginação como aportes teóricos para a construção de narrativas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8GKM77 |
Resumo: | A presente dissertação se inicia pela crítica à atual massificação e homogeneização da produção do espaço, decorrente da posição acrítica e descompromissada tomada por grande parte dos arquitetos, engenheiros e construtores. Georg Simmel identifica, a partir do séculoXIX, o desenvolvimento de uma condição generalizada de apatia, anestesiamento e passividade das pessoas com relação ao espaço em que vivem. Tal patologia urbana se agrava ao longo do século XX, principalmente pela disseminação do método modernista de projetar,um modelo simplista de predeterminações projetuais; e pela atual redução da arquitetura a uma mera mercadoria governada pelas economias e mercados. Propõe-se a construção de outras possibilidades de práticas arquitetônicas, que sirvam de resistência a tal estado de coisas. Uma arquitetura simultaneamente contextual e auto-reflexiva, isto é, que reconhece as idiossincrasias de cada situação e é crítica quanto a sua própria produção. Para o desenvolvimento dessa noção de arquitetura que se pretende crítica e criativa, são feitasinvestigações que cruzam práticas arquitetônicas contemporâneas distintas, contudo complementares as escavações artificiais de Peter Eisenman; os palimpsestos e intertextualidades de Daniel Libeskind; a arquetipia de Louis Kahn; o regionalismo crítico de Kenneth Frampton, Alexander Tzonis e Liane Lefaivre; a cinemática de Bernard Tschumi; aarquitetura do sentimento de Juhani Pallasma; a arquitetura idiossincrática de Enric Miralles; e os espaços ambíguos de Nannette Jackowski e Ricardo de Ostos com teorias da memória e da imaginação o alargamento da percepção proposto por Henri Bergson; as noções de memória coletiva de Maurice Halbwachs, Pierre Nora, John Frow, Andreas Huyssen e Paul Ricoeur; e a imaginação ética e poética desenvolvida por Richard Kearney. As categorias estéticas do sublime e do realismo mágico dão suporte para a construção de tal arquitetura situacional, a partir do reconhecimento da emergência pensar a arquitetura dentro de estruturas de alteridade. |
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Celina Borges LemosStephane Denis Albert Rene HuchetRita de Cassia Lucena VellosoDiogo Ribeiro Carvalho2019-08-10T11:42:18Z2019-08-10T11:42:18Z2011-02-11http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8GKM77A presente dissertação se inicia pela crítica à atual massificação e homogeneização da produção do espaço, decorrente da posição acrítica e descompromissada tomada por grande parte dos arquitetos, engenheiros e construtores. Georg Simmel identifica, a partir do séculoXIX, o desenvolvimento de uma condição generalizada de apatia, anestesiamento e passividade das pessoas com relação ao espaço em que vivem. Tal patologia urbana se agrava ao longo do século XX, principalmente pela disseminação do método modernista de projetar,um modelo simplista de predeterminações projetuais; e pela atual redução da arquitetura a uma mera mercadoria governada pelas economias e mercados. Propõe-se a construção de outras possibilidades de práticas arquitetônicas, que sirvam de resistência a tal estado de coisas. Uma arquitetura simultaneamente contextual e auto-reflexiva, isto é, que reconhece as idiossincrasias de cada situação e é crítica quanto a sua própria produção. Para o desenvolvimento dessa noção de arquitetura que se pretende crítica e criativa, são feitasinvestigações que cruzam práticas arquitetônicas contemporâneas distintas, contudo complementares as escavações artificiais de Peter Eisenman; os palimpsestos e intertextualidades de Daniel Libeskind; a arquetipia de Louis Kahn; o regionalismo crítico de Kenneth Frampton, Alexander Tzonis e Liane Lefaivre; a cinemática de Bernard Tschumi; aarquitetura do sentimento de Juhani Pallasma; a arquitetura idiossincrática de Enric Miralles; e os espaços ambíguos de Nannette Jackowski e Ricardo de Ostos com teorias da memória e da imaginação o alargamento da percepção proposto por Henri Bergson; as noções de memória coletiva de Maurice Halbwachs, Pierre Nora, John Frow, Andreas Huyssen e Paul Ricoeur; e a imaginação ética e poética desenvolvida por Richard Kearney. As categorias estéticas do sublime e do realismo mágico dão suporte para a construção de tal arquitetura situacional, a partir do reconhecimento da emergência pensar a arquitetura dentro de estruturas de alteridade.This dissertation begins by criticizing the current homogenization and mass production of space, due to the uncritical and uncompromising position taken by many architects, engineers and builders. In the nineteenth century, Georg Simmel identified the development of ageneralized condition of apathy, passivity and an anesthesia of persons with respect to living space. Such urban pathology worsens throughout the twentieth century, especially through the dissemination of modernist design method, a simplistic model of predeterminations, andthe ongoing reduction of architecture to a mere commodity governed by the economies and markets. We propose the construction of other possibilities for architectural practices, which serve to resist this state of affairs. An architecture concurrently contextual and self-reflective,that is, one that recognizes the idiosyncrasies of each situation and is critical of its own production. For the development of this notion of architecture that is intended to be critical and creative, the investigations made cross distinct contemporary architectural practices, yetcomplementary to each other the artificial excavations of Peter Eisenman; the palimpsests and intertextualities of Daniel Libeskind; Louis Kahns archetypes; the critical regionalism of Kenneth Frampton, Liane Lefaivre and Alexander Tzonis; Bernard Tschumis kinematics; thearchitecture of the feeling of Juhani Pallasma; the idiosyncratic architecture of Enric Miralles, and the ambiguous spaces of Nannette Jackowski and Ricardo de Ostos with theories of memory and imagination the enlargement of perception proposed by Henri Bergson, the notions of collective memory of Maurice Halbwachs, Pierre Nora, John Frow, Andreas Huyssen and Paul Ricoeur, the ethical and poetical imagination developed by Richard Kearney. The aesthetic categories of the sublime and of the magical realism support the construction of sucha situational architecture, founded on the recognition of the emergence to think architecture within structures of otherness.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEspaço (Arquitetura)Crítica arquitetônicaArquiteturaAlteridadeImaginaçãoMemóriaArquitetura contemporâneaArquitetura situacional: investigações sobre memória e imaginação como aportes teóricos para a construção de narrativasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALarquitetura_situacional_diogocarvalho.pdfapplication/pdf51562276https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8GKM77/1/arquitetura_situacional_diogocarvalho.pdf6fdc4d6ab48963f7ed90ad1d5971476eMD51TEXTarquitetura_situacional_diogocarvalho.pdf.txtarquitetura_situacional_diogocarvalho.pdf.txtExtracted texttext/plain384082https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8GKM77/2/arquitetura_situacional_diogocarvalho.pdf.txt901d8c6c54b6295e7967916682faddceMD521843/BUOS-8GKM772019-11-14 08:11:49.259oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8GKM77Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T11:11:49Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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