Jornalismo e o espírito intempestivo: fantasmas na mediação jornalística da história, na história

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nuno Manna Nunes Cortes Ribeiro
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-ARJFT9
Resumo: Este trabalho dedica-se a desenvolver um olhar para o jornalismo e suas maneiras de se oferecer, por meio de narrativas e dispositivos, como mediação da história, de modo que tal mediação seja concebida ela mesma em sua historicidade. Para isso, vale-se do conceito de fantástico, apreendido sobretudo de reflexões no universo da ficção literária, como operador heurístico de relações do ser humano moderno com o tempo, revelando um modo de experiência da realidade histórica marcado por paradoxos constituídos na tensão entre atualidade e intempestividade. Partindo da crítica a uma abordagem destemporalizante dos jornais, que tomam o jornalismo como uma função em seu suposto papel de integração e ordenamento do mundo, o estudo investe na narrativa e na história como problemas teórico-metodológicos a serem assumidos. Beneficiando-se da potência de alteridade do fantástico, o trabalho investe na investigação de dispositivos de legitimação do jornalismo dito moderno, particularmente aqueles que se constituem em meio ao que se vem chamando de crise do jornalismo, em suas conexões com narrativas configuradas por notícias e reportagens de jornais impressos diários de referência. Dois regimes de historicidade são, dessa forma, compreendidos: o primeiro se baseia em elementos encontrados no Newseum, museu do jornalismo inaugurado em 11 de abril de 2008 na cidade de Washington, EUA, e na leitura de matérias da edição do mesmo dia do New York Times, evidenciando relações com o tempo fortemente ancoradas na monumentalização dos espaços de experiência; o segundo regime se baseia em aspectos do material de divulgação da reforma editorial da Folha de S.Paulo, lançada em 23 de maio de 2010, e na leitura de matérias do diário na edição do dia, chamando atenção para relações temporais com o mundo orientadas pela busca do progresso rumo a horizontes de expectativa. Nas análises de tais regimes, articulam-se também traços da obra de escritores como Edgar Allan Poe e Nathaniel Hawthorne, no primeiro caso, e José J. Veiga e Lygia Fagundes Telles, no segundo. Com elas, o estudo explicita nos esforços de institucionalização do jornalismo as condições de possibilidade de experiências da história fortemente assombradas por um passado e um futuro ameaçadores.
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Partindo da crítica a uma abordagem destemporalizante dos jornais, que tomam o jornalismo como uma função em seu suposto papel de integração e ordenamento do mundo, o estudo investe na narrativa e na história como problemas teórico-metodológicos a serem assumidos. Beneficiando-se da potência de alteridade do fantástico, o trabalho investe na investigação de dispositivos de legitimação do jornalismo dito moderno, particularmente aqueles que se constituem em meio ao que se vem chamando de crise do jornalismo, em suas conexões com narrativas configuradas por notícias e reportagens de jornais impressos diários de referência. Dois regimes de historicidade são, dessa forma, compreendidos: o primeiro se baseia em elementos encontrados no Newseum, museu do jornalismo inaugurado em 11 de abril de 2008 na cidade de Washington, EUA, e na leitura de matérias da edição do mesmo dia do New York Times, evidenciando relações com o tempo fortemente ancoradas na monumentalização dos espaços de experiência; o segundo regime se baseia em aspectos do material de divulgação da reforma editorial da Folha de S.Paulo, lançada em 23 de maio de 2010, e na leitura de matérias do diário na edição do dia, chamando atenção para relações temporais com o mundo orientadas pela busca do progresso rumo a horizontes de expectativa. Nas análises de tais regimes, articulam-se também traços da obra de escritores como Edgar Allan Poe e Nathaniel Hawthorne, no primeiro caso, e José J. Veiga e Lygia Fagundes Telles, no segundo. Com elas, o estudo explicita nos esforços de institucionalização do jornalismo as condições de possibilidade de experiências da história fortemente assombradas por um passado e um futuro ameaçadores.This work promotes a look over journalism and its manners to offer itself, through narratives and dispositives, as mediation of history, in a way that such mediation is conceived in its historicity. To do so, it calls out for the concept of fantastic, seized mainly from studies in the fields of literary fiction, as a heuristic operator for the relations between modern men and time. Through this operation, the fantastic unveils a form of experience of the historical reality characterized by paradoxes composed in the tension between currentness and untimeliness. The dissertation starts with the critique of approaches of newspapers that disregard its temporal aspects and take journalism as a function, in its supposed role of integrating and ordaining the world, to focus on narrative and history as theoretical and methodological problems to be undertaken. Benefiting from the power of alterity of the fantastic, the study investigates dispositives of legitimization of the so called modern journalism, particularly those constituted around what has been called the crisis of journalism, in its connections with narratives set by news from featured daily papers. Two regimes of historicity are, thus, comprehended: the first one is based on elements found at the Newseum, the journalism museum opened on April 11, 2008, in Washington D.C., USA, and on analyses of news pieces published the same day at New York Times, showing relations with time that are strongly anchored in the monumentalization of spaces of experience; the second regime is based on the aspects found in the promotional material for Folha de S. Paulo's editorial reform, released in May 23, 2010, an on analyses of news pieces published the same day by Folha, showing temporal relations with the world guided by the search of progress towards horizons of expectations. In these analyses, the traits of certain writers oeuvres are also articulated, writers ]such as Edgar Allan Poe and Nathaniel Hawthorne, on the first case, and José J. Veiga and Lygia Fagundes Telles, on the second. With them, the study states, in the journalism institutionalization efforts, the conditions of possibility of experiences of history strongly haunted by the menaces of the past and the future.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGAnálise do discursoLiteratura fantásticaComunicaçãoHistóriaJornalismoFantásticoTempoNarrativaHistóriaJornalismoJornalismo e o espírito intempestivo: fantasmas na mediação jornalística da história, na históriainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese.pdfapplication/pdf6354044https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-ARJFT9/1/tese.pdf6e5a3c246d47d3744947373d49330392MD51TEXTtese.pdf.txttese.pdf.txtExtracted texttext/plain720691https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-ARJFT9/2/tese.pdf.txtf4ce4dda9a807421fd7d872ac5038963MD521843/BUOS-ARJFT92019-11-14 09:03:32.644oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-ARJFT9Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T12:03:32Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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