Fatores associados à dor nos dentes dos indivíduos atingidos pelo rompimento da barragem do Fundão - Mariana - MG

• Autor(a) principal: Paula Carolina Mendes Santos
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/36579; https://orcid.org/0000-0002-5608-1765
• topic: Saúde bucal; Saúde mental; Sobreviventes de desastres; Neurociência; Saúde bucal; Saúde mental; Vítimas de desastres

Introdução: Os desastres tecnológicos produzem consequências negativas imediatas e a longo prazo na saúde geral, mental e bucal. As evidências sugerem uma sobreposição multidirecional entre saúde bucal, mental e geral. O rompimento da barragem do Fundão em Mariana, Brasil, foi um dos desastres tecnológicos mais significativos e pode estar associado, por exemplo, as consequências negativas na saúde bucal e mental. Objetivos: O presente estudo teve como objetivo investigar a prevalência de dor nos dentes e os fatores associados em sobreviventes de desastres. Métodos: A pesquisa consistiu em um questionário desenvolvido pelo Núcleo de Pesquisa em Vulnerabilidades e Saúde da UFMG, com questões envolvendo saúde mental e saúde bucal. Todos os indivíduos atingidos ou diretamente expostos ao desastre que se encaixassem nos critérios de inclusão foram convidados a participar do estudo. 225 atingidos participaram do estudo. Para avaliação dos participantes utilizamos instrumentos divididos em constructos individuais, relacionados ao evento, saúde mental, saúde bucal. Os dados coletados foram transmitidos via internet para um banco de dados instalado em um servidor que armazenou as informações e analisados por meio do software SPSS®. Resultados: O estudo incluiu 225 adultos, com idade média de 45.5±17,8 anos. Na análise univariada, a prevalência de dor nos dentes foi de 16,9, maior nas mulheres (20.1% versus 11.1%, χ2 = 3.01, p= 0.097), indivíduos com transtorno de ansiedade generalizada (TAG) (57.9% versus 25.8%;χ2 = 14.9, p≥0.0001), transtorno depressivo maior (TDM) (50 versus 24.6%, χ2 = 9.919, p=0.003), transtorno do estresse pós traumático (TEPT) (26.3 versus 9%, χ2 = 8.873, p=0.006) e aqueles com menor satisfação com o suporte social (ESSS). Conclusão: Constatamos que os sobreviventes pós desastre no Brasil apresentaram uma prevalência elevada de dor nos dentes e, esse sintoma bucal se correlacionou com outras alterações dentárias, transtorno de ansiedade generalizada e suporte social.