Nascer em Belo Horizonte: desfechos neonatais desfavoráveis

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Juliana Cristina Pereira
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/ANDO-9XTFS8
Resumo: Introdução: O Brasil tem obtido, nas últimas décadas, importantes avanços nas políticas públicas com impactos positivos na saúde materna e infantil. Embora o país já tenha alcançado a meta dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio para a mortalidade infantil, alguns indicadores ainda persistem em situação desfavorável, entre eles a prematuridade, o baixo peso ao nascer e morbidades resultantes dessas situações. Esses problemas tem sido associados à excessiva medicalização na atenção ao parto e nascimento, traduzida especialmente nas altas taxas de cesáreas no país. Objetivo: Analisar a ocorrência de desfechos neonatais desfavoráveis em crianças nascidas em Belo Horizonte segundo determinantes maternos, neonatais e assistenciais e identificar as variáveis que caracterizam o near miss neonatal. Métodos: Trata-se de um estudo de coorte desenvolvido em maternidades públicas e privadas de Belo Horizonte, Minas Gerais, no período de novembro de 2011 a março de 2013. A amostra foi constituída por puérperas hospitalizadas por motivo de parto hospitalar e seus conceptos vivos, independente de peso e idade gestacional, e quando mortos com peso maior que 500 gramas e idade gestacional maior que 22 semanas. Foi feita análise univariada para verificar a associação entre fatores de risco e os desfechos prematuridade, baixo peso ao nascer e desfecho neonatal desfavorável. A extração dos modelos finais foi realizada por regressão logística. Resultados: Foram avaliados 1088 recém-nascidos. Algum desfecho neonatal desfavorável foi evidenciado em mais de um terço dos recém-nascidos, com destaque para a prematuridade e o baixo peso ao nascer (cerca de 10% cada), manobras de reanimação na sala de parto (19,1%), a utilização de oxigênio após o nascimento (12%) e a internação em unidades de terapia intensiva neonatal (7,1%). No modelo da prematuridade, as variáveis número de consultas de pré-natal, parto cesáreo, filho prematuro anterior, classe econômica D ou E e intercorrência clínica na gestação atual mostraram-se significativas para o desfecho. Para o baixo peso ao nascer, as variáveis que se associaram significativamente e permaneceram no modelo foram o número de consultas de pré-natal, parto cesáreo, gestação gemelar e intercorrência clínica na gestação atual. No modelo do recém-nascido com desfecho neonatal desfavorável, apresentar intercorrência clínica na gestação atual foi fator de risco, ao passo que plano de saúde e cartão de pré-natal foram fatores protetores para o desfecho. Para o indicador de morbidade neonatal near miss as variáveis preditoras da mortalidade neonatal foram a idade gestacional, Apgar menor que 7 no 5o minuto e realização da maioria das consultas do pré-natal no serviço público e no particular. Conclusões: Apesar dos avanços constatados na saúde materna e infantil, a ocorrência de desfechos neonatais desfavoráveis nos recém-nascidos de Belo Horizonte é ainda um desafio a ser superado e ações de saúde preventivas devem perpassar todo o processo da gravidez e parto.
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Objetivo: Analisar a ocorrência de desfechos neonatais desfavoráveis em crianças nascidas em Belo Horizonte segundo determinantes maternos, neonatais e assistenciais e identificar as variáveis que caracterizam o near miss neonatal. Métodos: Trata-se de um estudo de coorte desenvolvido em maternidades públicas e privadas de Belo Horizonte, Minas Gerais, no período de novembro de 2011 a março de 2013. A amostra foi constituída por puérperas hospitalizadas por motivo de parto hospitalar e seus conceptos vivos, independente de peso e idade gestacional, e quando mortos com peso maior que 500 gramas e idade gestacional maior que 22 semanas. Foi feita análise univariada para verificar a associação entre fatores de risco e os desfechos prematuridade, baixo peso ao nascer e desfecho neonatal desfavorável. A extração dos modelos finais foi realizada por regressão logística. Resultados: Foram avaliados 1088 recém-nascidos. Algum desfecho neonatal desfavorável foi evidenciado em mais de um terço dos recém-nascidos, com destaque para a prematuridade e o baixo peso ao nascer (cerca de 10% cada), manobras de reanimação na sala de parto (19,1%), a utilização de oxigênio após o nascimento (12%) e a internação em unidades de terapia intensiva neonatal (7,1%). No modelo da prematuridade, as variáveis número de consultas de pré-natal, parto cesáreo, filho prematuro anterior, classe econômica D ou E e intercorrência clínica na gestação atual mostraram-se significativas para o desfecho. Para o baixo peso ao nascer, as variáveis que se associaram significativamente e permaneceram no modelo foram o número de consultas de pré-natal, parto cesáreo, gestação gemelar e intercorrência clínica na gestação atual. No modelo do recém-nascido com desfecho neonatal desfavorável, apresentar intercorrência clínica na gestação atual foi fator de risco, ao passo que plano de saúde e cartão de pré-natal foram fatores protetores para o desfecho. Para o indicador de morbidade neonatal near miss as variáveis preditoras da mortalidade neonatal foram a idade gestacional, Apgar menor que 7 no 5o minuto e realização da maioria das consultas do pré-natal no serviço público e no particular. Conclusões: Apesar dos avanços constatados na saúde materna e infantil, a ocorrência de desfechos neonatais desfavoráveis nos recém-nascidos de Belo Horizonte é ainda um desafio a ser superado e ações de saúde preventivas devem perpassar todo o processo da gravidez e parto.Introduction: Brazil has achieved in recent decades, important advances in public policy with positive impacts on maternal and child health. Although the country has already achieved the mark of the Millennium Development Goals for infant mortality, some indicators still remain at a disadvantage, including prematurity, low birth weight and morbidity resulting from these situations. These problems have been associated with excessive medicalization of childbirth care and birth, translated especially in the high cesarean rates in the country. Objective: To analyze the occurrence of adverse neonatal outcomes in children born in Belo Horizonte second determining maternal, neonatal and assistance and to identify events that characterize the neonatal near miss. Methods: This was a cohort study conducted in public and private maternity hospitals in Belo Horizonte, Minas Gerais, from November 2011 to March 2013. The sample consisted of mothers hospitalized for hospital birth of reason and its newborn regardless of weight and gestational age, and when dead weighing more than 500 grams and gestational age greater than 22 weeks. Univariate analysis was performed to assess the association between risk factors and outcomes prematurity, low birth weight and adverse neonatal outcome. The extraction of the final models was performed by logistic regression. Results: Were evaluated in 1088 newborns. Some unfavorable neonatal outcome was seen in more than a third of newborns, especially premature birth and low birth weight (about 10% each), resuscitation in the delivery room (19,1%), the use of oxygen after birth (12%) and hospitalization in units neonatal intensive care (7.1%). In the model of prematurity, the variables number of prenatal consultations, cesarean section, previous preterm infant, economy class D or E and clinical complications in the current pregnancy were significant to the outcome. For low birth weight, the variables associated significantly and remained in the model were the number of prenatal consultations, cesarean section, twin pregnancy and clinical complications during the pregnancy. In the newborn model with adverse neonatal outcome, presenting clinical complications during the pregnancy was a risk factor, whereas health insurance and prenatal card were protective factors for the outcome. For the neonatal near miss morbidity indicator variables highly associated with neonatal mortality were gestational age, Apgar score less than 7 at 5 minutes and holding the majority of prenatal appointments in the public service and in private. Conclusions: Despite the advances noted in maternal and child health, the occurrence of adverse neonatal outcomes in newborns of Belo Horizonte is still a challenge to be overcome and preventive health measures should pervade the whole process of pregnancy and childbirth.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGBrasilEstudos RetrospectivosÍndice de ApgarRecém-Nascido de Baixo PesoEnfermagemNascimento Prematuro/ epidemiologiaMorbidadeQuestionáriosPrematuroFatores de RiscoRecém-NascidoPrematuridadeCesáreaMorbidade NeonatalBaixo Peso ao NascerNascer em Belo Horizonte: desfechos neonatais desfavoráveisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALjuliana_cristina_pereira.pdfapplication/pdf9898973https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ANDO-9XTFS8/1/juliana_cristina_pereira.pdf117e1fa09dd16459a1acb06ef64d2250MD51TEXTjuliana_cristina_pereira.pdf.txtjuliana_cristina_pereira.pdf.txtExtracted texttext/plain264678https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ANDO-9XTFS8/2/juliana_cristina_pereira.pdf.txta8a567d000e36c71f536fa2fb0457245MD521843/ANDO-9XTFS82019-11-14 10:24:40.109oai:repositorio.ufmg.br:1843/ANDO-9XTFS8Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T13:24:40Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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