O tratamento térmico da ametista: Alto Bonito, Garimpo das Pedras, Carajás, Pará

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maria Jacqueline Rodet
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Déborah Duarte-Talim, Clóvis Maurity, Carlos Teles, Marcos Pereira Magalhães
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/54340
https://orcid.org/0000-0001-5742-5999
https://orcid.org/0000-0002-5470-3364
https://orcid.org/0000-0003-1711-8235
Resumo: No início dos anos 1980, um grupo de garimpeiros se instala na fazenda Alto Bonito, município de Marabá (região da Serra dos Carajás, Pará), onde foi descoberta uma expressiva ocorrência de cristais de ametista. Inicia-se a exploração da ametista e sua transformação térmica, por aquecimento, em citrino. Desde a pré-história, os grupos humanos que frequentaram a Serra dos Carajás utilizam os cristais prismáticos de quartzo hialino e de ametista, que foram, frequentemente, transformados por calor em citrino (Rodet 2015; Magalhães 2016; Rodet et al. no prelo). Os principais objetivos deste trabalho são: compreender as cadeias operatórias de exploração e transformação térmica atual da ametista, com ênfase nas escolhas, técnicas, métodos e instrumentos utilizados para, finalmente, relacioná-las com a pré-história. Esta é, de fato, a primeira vez que observamos o tratamento térmico sobre indústrias líticas nos sítios pré-históricos brasileiros. Por outro lado, poucos são os grupos atuais que ainda o lascam e, raríssimos, são os grupos que utilizam tratamento térmico para transformar rochas ou minerais. Nesse sentido, na região de estudo, existe um grupo de garimpeiros que explora, lasca e trata termicamente a ametista, transformando-a em citrino. Para melhor compreender como o processo é realizado atualmente (e também no passado), pareceu-nos importante fazer um trabalho junto a tal grupo. Para isso, a pesquisa etnográfica consistiu em visita às comunidades garimpeiras, além de entrevistas sobre as diversas etapas do processo produtivo. A orientação teórica do trabalho baseia-se nos conceitos de cadeia operatória, no estudo das técnicas e dos gestos, além das questões de gênero que envolvem a produção (Mauss 1947; Leroi Gourhan 1964; Inizan et al. 1995; 2017; 2017; Roqué-Rosell et al. 2011; Pelegrin 2011; Bruschini 2007). Os resultados levaram à compreensão das intenções das produções, das técnicas e do instrumental do lascamento moderno, do tratamento térmico e da divisão do trabalho. A comparação com as indústrias pré-históricas permitiu um melhor entendimento dessas últimas.
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Os principais objetivos deste trabalho são: compreender as cadeias operatórias de exploração e transformação térmica atual da ametista, com ênfase nas escolhas, técnicas, métodos e instrumentos utilizados para, finalmente, relacioná-las com a pré-história. Esta é, de fato, a primeira vez que observamos o tratamento térmico sobre indústrias líticas nos sítios pré-históricos brasileiros. Por outro lado, poucos são os grupos atuais que ainda o lascam e, raríssimos, são os grupos que utilizam tratamento térmico para transformar rochas ou minerais. Nesse sentido, na região de estudo, existe um grupo de garimpeiros que explora, lasca e trata termicamente a ametista, transformando-a em citrino. Para melhor compreender como o processo é realizado atualmente (e também no passado), pareceu-nos importante fazer um trabalho junto a tal grupo. Para isso, a pesquisa etnográfica consistiu em visita às comunidades garimpeiras, além de entrevistas sobre as diversas etapas do processo produtivo. A orientação teórica do trabalho baseia-se nos conceitos de cadeia operatória, no estudo das técnicas e dos gestos, além das questões de gênero que envolvem a produção (Mauss 1947; Leroi Gourhan 1964; Inizan et al. 1995; 2017; 2017; Roqué-Rosell et al. 2011; Pelegrin 2011; Bruschini 2007). Os resultados levaram à compreensão das intenções das produções, das técnicas e do instrumental do lascamento moderno, do tratamento térmico e da divisão do trabalho. A comparação com as indústrias pré-históricas permitiu um melhor entendimento dessas últimas.In the early 1980s, a group of sourdoughs settled in the Alto Bonito farm, in the municipality of Marabá (Serra dos Carajás region, Pará), where a significant occurrence of amethyst crystals was discovered. It begins the exploration of the amethyst and its thermal transformation, by heating, in citrine. Since prehistory, the human groups that attended the Serra dos Carajás use the prismatic crystals of hyaline and amethyst quartz, which were frequently transformed by heat treatment into citrine (Rodet 2015; Magalhães 2016; Rodet et al. in press). The main objectives of this work are: to understand the operating chains of current exploration and thermal transformation of the amethyst, with emphasis on the choices, techniques, methods and instruments used to finally relate it to prehistory. This is, in fact, the first time we observe the heat treatment of lithic industries in Brazilian prehistoric sites. On the other hand, few are the current groups that still chip and, rarely, are the groups that use thermal treatment to transform rocks or minerals. In this sense, in the region of study there is a group of prospectors who explore the amethyst, flake it and treat it thermally transforming it into citrine. In order to better understand how the process is carried out today (and also in the past), it seemed important to us to work together with such a group. For this, the ethnographic research consisted of a visit to the sourdough communities, as well as interviews about the various stages of the productive process. The theoretical orientation of the work is based on the concepts of the chaîne opétaroire, the study of techniques and gestures, as well as the gender issues that involve production (Mauss 1947; Leroi Gourhan 1964; Inizan et al. 1995, 2017; Roqué-Rosell et al. 2011; Pelegrin 2011; Bruschini 2007). The results led to an understanding of the intentions of the productions, the techniques and the instruments of modern knapping; heat treatment and division of labor. The comparison with the prehistoric industries allowed a better understanding of the latter.porUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA E ARQUEOLOGIATeoria & SociedadePedras preciosasTratamento térmicoCarajás, Serra dos (PA)Implementos liticosGarimpagemCadeia operatóriaAmetista e citrinoTratamento térmicoCarajásTecnologia líticaGarimpo e pré-históriaO tratamento térmico da ametista: Alto Bonito, Garimpo das Pedras, Carajás, ParáThe heat treatment of amethyst: Alto Bonito, Garimpo das Pedras, Carajás, Paráinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://bib44.fafich.ufmg.br/teoriaesociedade/index.php/rts/article/view/286Maria Jacqueline RodetDéborah Duarte-TalimClóvis MaurityCarlos TelesMarcos Pereira Magalhãesapplication/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGLICENSELicense.txtLicense.txttext/plain; charset=utf-82042https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/54340/1/License.txtfa505098d172de0bc8864fc1287ffe22MD51ORIGINALO tratamento térmico da ametista_ alto bonito, garimpo das pedras, carajás, pará.pdfO tratamento térmico da ametista_ alto bonito, garimpo das pedras, carajás, pará.pdfapplication/pdf16971357https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/54340/2/O%20tratamento%20t%c3%a9rmico%20da%20ametista_%20alto%20bonito%2c%20garimpo%20das%20pedras%2c%20caraj%c3%a1s%2c%20par%c3%a1.pdfddc37f36d25d41f7e7f76d8404fabfa2MD521843/543402023-06-01 16:59:06.815oai:repositorio.ufmg.br:1843/54340TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBIERPIFJFUE9TSVTvv71SSU8gSU5TVElUVUNJT05BTCBEQSBVRk1HCiAKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50Ye+/ve+/vW8gZGVzdGEgbGljZW7vv71hLCB2b2Pvv70gKG8gYXV0b3IgKGVzKSBvdSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yKSBjb25jZWRlIGFvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8gZXhjbHVzaXZvIGUgaXJyZXZvZ++/vXZlbCBkZSByZXByb2R1emlyIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBwb3IgdG9kbyBvIG11bmRvIG5vIGZvcm1hdG8gaW1wcmVzc28gZSBlbGV0cu+/vW5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8gb3MgZm9ybWF0b3Mg77+9dWRpbyBvdSB277+9ZGVvLgoKVm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIGNvbmhlY2UgYSBwb2zvv710aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2Pvv70gY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250Ze+/vWRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byBwYXJhIGZpbnMgZGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLgoKVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPvv71waWEgZGUgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFu77+9YSwgYmFjay11cCBlIHByZXNlcnZh77+977+9by4KClZvY++/vSBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byDvv70gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9j77+9IHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vu77+9YS4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVw77+9c2l0byBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gbu+/vW8sIHF1ZSBzZWphIGRlIHNldSBjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd177+9bS4KCkNhc28gYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY++/vSBu77+9byBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc++/vW8gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNh77+977+9bywgZSBu77+9byBmYXLvv70gcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJh77+977+9bywgYWzvv71tIGRhcXVlbGFzIGNvbmNlZGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7vv71hLgo=Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-06-01T19:59:06Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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