Aspectos protetores envolvidos na reinfecção por Ascaris suum em função do número de exposição e da dose da infecção na ascaridíase larval

• Autor(a) principal: Chiara Cássia Oliveira Amorim
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/41398; https://orcid.org/0000-0001-6490-9430
• topic: Ascaridíase larval; Ascaris suum; Reinfecção; Resposta humoral; Parasitologia; Ascaridíase; Ascaris suum; Infecção; Imunidade Humoral

A ascaridíase humana é uma doença cosmopolita e negligenciada, afetando cerca de 450 milhões de pessoas, sendo assim, a geo-helmintíase mais prevalente do mundo. Em áreas endêmicas a reinfecção é recorrente devido às precárias condições de saneamento básico e ações de educação em saúde pouco eficientes. Nesse cenário, a maioria dos indivíduos adultos infectados nessas áreas são expostos múltiplas vezes ao parasito, e apresentam baixa carga parasitária. Apesar das indicações imunológicas e fisiológicas pulmonares em estudos com múltiplas exposições, outras avaliações são necessárias a fim de fornecer mais evidências sobre a biologia da interação entre Ascaris sp. e o hospedeiro. Nesse sentido, faz-se necessário comparar infecções únicas a diferentes abordagens de infecções múltiplas e no impacto gerado na função pulmonar em modelo murino, focando nos possíveis mecanismos que controlam a proteção contra ascaridíase larval. Assim, em busca de aliar a proteção parasitária a uma menor morbidade, o objetivo do presente estudo foi avaliar os impactos da infecção por Ascaris suum em função do número de exposições e da dose de infecção na proteção da ascaridíase larval. Para isso, camundongos BALB/c foram divididos nos seguintes grupos experimentais: considerando o número de exposições, uma exposição - PI; duas exposições - RI (2X) e três exposições - RI (3X), e considerando as doses de infecção, 25 ovos - RI (25); 250 ovos - RI (250) e 2.500 ovos - RI (3X), seguido de infecção desafio com 2.500 ovos. Como principais resultados obtidos podemos destacar uma redução da carga parasitária dos grupos reinfectados quando comparados aos primoinfectados, sendo o RI (3X) com maior proteção. Em compensação o grupo RI (250) apresentou uma redução da carga parasitária próxima a do RI (3X), porém, esta foi aliada a uma inflamação mais discreta, menores danos teciduais e parâmetros fisiológicos semelhantes a do NI. Sendo assim, entre os grupos reinfectados foi o que apresentou melhor prognóstico. Além disso, foi observado maiores níveis de IgG total e SIgA específicos nos grupos reinfectados e que a proteção ocorre de forma dependente do número de exposição e da dose de infecção, indicando uma importante participação da resposta humoral frente a redução e controle da carga parasitária nos pulmões desses animais.