Estudo de hemoglobinas variantes com mobilidadeseletroforética semelhante à da hemoglobina S emcrianças do programa de triagem neonatal de MinasGerais (PTN-MG)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marcilene Rezende Silva
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8YAN59
Resumo: Algumas hemoglobinas (Hb) variantes apresentam mobilidade eletroforética semelhante à da Hb S, o que pode levar ao falso diagnóstico de traço ou doença falciforme. A maioria dos indivíduos possuidores das Hbs variantes é assintomática, mas em vários casos aHb está associada à alfa-talassemia, o que pode resultar em alterações hematológicas. A associação de Hb variante com a Hb S ou Hb C pode determinar quadros clínicos e/ou laboratoriais complexos. Objetivo e Métodos: O objetivo deste estudo foi determinar a frequência das variantes de hemoglobina detectadas no Programa de Triagem Neonatal de Minas Gerais com mobilidade elétrica similar à da Hb S. O DNA de 118 crianças foi utilizado para verificar a presença do alelo bS. O diagnóstico de alfa-talassemia do tipo 3.7 ou 4.2 foi realizado por meio da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) multiplex do tipo gap (gap- PCR multiplex). Os produtos dessa PCR foram então digeridos com endonucleases de restrição para detectar as mutações correspondentes à Stanleyville-II e Hasharon, já descritasno Brasil. Nos casos negativos para essas Hbs fez-se sequenciamento dos genes HBA ou HBB. Dados clínicos foram obtidos das crianças que compareceram à consulta clínica na Fundação Hemominas. Resultados: Das 118, apenas 6 crianças apresentaram a Hb S. Dentre as 112 foram encontradas duas crianças, (1,8%) com Hb Stanleyville-II em homozigose (-3.7;Stanleyville/-3.7;Stanleyville) e outras 94 (84%) com Stanleyville-II em heterozigose (84 têm genótipo /- 3.7;Stanleyville, cinco -a3.7/-a3.7;Stanleyville e cinco aStanleyvillea/aa) Dentre os 112 casos, seis apresentavam Hb Hasharon em heterozigose (todas aa/-a3.7Hasharon-). Detectaramse ainda cinco casos com Hb Ottawa, um com Hb St Lukes e um com Hb Etobicoke, todasvariantes de cadeia , em heterozigose e genótipo /. Hb G-Ferrara foi encontrada em duas crianças (uma /-a3.7 e outra aa/aa) e Hb Maputo (/-a3.7)em uma, ambas variantes b e em heterozigose. Dentre as hemoglobinas citadas acima, foram encontradas cincoassociações com a Hb S: em três crianças com Hb Stanleyville-II, uma Ottawa e uma St Luke's. A Hb Etobicoke foi encontrada em uma criança que possui o alelo híbrido 212. Não foi observada nenhuma alteração clínica decorrente dessas associações. Em várias crianças com Hb Stanleyville-II, todas com ancestralidade africana, foram observadas microcitose e hipocromia, devido a associação com a alfa talassemia do tipo 3.7. Foi estabelecida PCRRFLP (Polimorfismo de Fragmento de Restrição) para a identificação de todas as hemoglobinas, com exceção da hemoglobina G-Ferrara. Conclusões: 1. Hemoglobina Stanleyville-II é relativamente comum em Minas Gerais (incidência de 1:11.500); 2. Apresença das Hbs Stanleyville-II, Ottawa, Maputo, G-Ferrara, Hasharon, Etobicoke e St Luke's pode levar a falso diagnóstico de traço ou doença falciforme, necessitando-se de testes adicionais para o diagnóstico diferencial correto; 3. A presença dessas Hbs parece não possuirrelevância clínica, mesmo nos casos encontrados neste estudo quando se detectou associação das Hbs variantes St Luke's, Stanleyville-II e Ottawa com a Hb S; 4. Hipocromia e microcitose, observadas em várias crianças, são devidas à co-herança de -talassemia e não à presença da Hb Stanleyville-II; 5. Foram encontrados casos assintomáticos de Hb Maputo e G- Ferrara em heterozigose com a Hb A. Os pais dessas crianças receberam orientação genética sobre a possibilidade das crianças terem filhos com doença falciforme se houver coherançacom a Hb S; 6. A PCR-RFLP pode ser utilizada como método diagnóstico para todas as Hbs variantes identificadas neste estudo, com exceção da Hb G-Ferrara.
id UFMG_a8c49c164f7428e0f575fc9454bc976d
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8YAN59
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Marcos Borato VianaAlvaro José RomanhaAlvaro José RomanhaAna Cristina Simoes e SilvaAderson da Silva AraújoBenigna Maria de OliveiraMaria de Fatima SonatiMarcilene Rezende Silva2019-08-10T09:06:01Z2019-08-10T09:06:01Z2012-05-03http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8YAN59Algumas hemoglobinas (Hb) variantes apresentam mobilidade eletroforética semelhante à da Hb S, o que pode levar ao falso diagnóstico de traço ou doença falciforme. A maioria dos indivíduos possuidores das Hbs variantes é assintomática, mas em vários casos aHb está associada à alfa-talassemia, o que pode resultar em alterações hematológicas. A associação de Hb variante com a Hb S ou Hb C pode determinar quadros clínicos e/ou laboratoriais complexos. Objetivo e Métodos: O objetivo deste estudo foi determinar a frequência das variantes de hemoglobina detectadas no Programa de Triagem Neonatal de Minas Gerais com mobilidade elétrica similar à da Hb S. O DNA de 118 crianças foi utilizado para verificar a presença do alelo bS. O diagnóstico de alfa-talassemia do tipo 3.7 ou 4.2 foi realizado por meio da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) multiplex do tipo gap (gap- PCR multiplex). Os produtos dessa PCR foram então digeridos com endonucleases de restrição para detectar as mutações correspondentes à Stanleyville-II e Hasharon, já descritasno Brasil. Nos casos negativos para essas Hbs fez-se sequenciamento dos genes HBA ou HBB. Dados clínicos foram obtidos das crianças que compareceram à consulta clínica na Fundação Hemominas. Resultados: Das 118, apenas 6 crianças apresentaram a Hb S. Dentre as 112 foram encontradas duas crianças, (1,8%) com Hb Stanleyville-II em homozigose (-3.7;Stanleyville/-3.7;Stanleyville) e outras 94 (84%) com Stanleyville-II em heterozigose (84 têm genótipo /- 3.7;Stanleyville, cinco -a3.7/-a3.7;Stanleyville e cinco aStanleyvillea/aa) Dentre os 112 casos, seis apresentavam Hb Hasharon em heterozigose (todas aa/-a3.7Hasharon-). Detectaramse ainda cinco casos com Hb Ottawa, um com Hb St Lukes e um com Hb Etobicoke, todasvariantes de cadeia , em heterozigose e genótipo /. Hb G-Ferrara foi encontrada em duas crianças (uma /-a3.7 e outra aa/aa) e Hb Maputo (/-a3.7)em uma, ambas variantes b e em heterozigose. Dentre as hemoglobinas citadas acima, foram encontradas cincoassociações com a Hb S: em três crianças com Hb Stanleyville-II, uma Ottawa e uma St Luke's. A Hb Etobicoke foi encontrada em uma criança que possui o alelo híbrido 212. Não foi observada nenhuma alteração clínica decorrente dessas associações. Em várias crianças com Hb Stanleyville-II, todas com ancestralidade africana, foram observadas microcitose e hipocromia, devido a associação com a alfa talassemia do tipo 3.7. Foi estabelecida PCRRFLP (Polimorfismo de Fragmento de Restrição) para a identificação de todas as hemoglobinas, com exceção da hemoglobina G-Ferrara. Conclusões: 1. Hemoglobina Stanleyville-II é relativamente comum em Minas Gerais (incidência de 1:11.500); 2. Apresença das Hbs Stanleyville-II, Ottawa, Maputo, G-Ferrara, Hasharon, Etobicoke e St Luke's pode levar a falso diagnóstico de traço ou doença falciforme, necessitando-se de testes adicionais para o diagnóstico diferencial correto; 3. A presença dessas Hbs parece não possuirrelevância clínica, mesmo nos casos encontrados neste estudo quando se detectou associação das Hbs variantes St Luke's, Stanleyville-II e Ottawa com a Hb S; 4. Hipocromia e microcitose, observadas em várias crianças, são devidas à co-herança de -talassemia e não à presença da Hb Stanleyville-II; 5. Foram encontrados casos assintomáticos de Hb Maputo e G- Ferrara em heterozigose com a Hb A. Os pais dessas crianças receberam orientação genética sobre a possibilidade das crianças terem filhos com doença falciforme se houver coherançacom a Hb S; 6. A PCR-RFLP pode ser utilizada como método diagnóstico para todas as Hbs variantes identificadas neste estudo, com exceção da Hb G-Ferrara.Some hemoglobin (Hb) variants have similar electrophoretic mobility to that of Hb S (S-like), which can lead to false diagnosis of sickle cell trait or disease. Most individuals with Hb variants are asymptomatic, but in several cases the Hb is associated with alpha-thalassemia and may result in hematological changes. The association of a Hb variantwith the Hb S or Hb C may result in complex clinical and/or laboratory features. Objective and Methods: The aim of this study was to determine the frequency of S-like Hb variants detected in the Newborn Screening Program in Minas Gerais and to assess the clinical relevance of these Hbs. The DNA from 118 children was tested for the bS allele. Alphathalassemia types 3.7 or 4.2 were tested in 112 children in 56 cities in Minas Gerais by mutiplex gap-PCR. The products of this PCR were then digested with restriction endonucleases to detect the mutations corresponding to Hb Stanleyville-II and Hb Hasharon, both already reported in Brazil. In the remaining cases sequencing of HBB or HBA genes was necessary to identify the Hb variant. Clinical data were obtained from children who attended medical consultations at Hemominas Foundation. Results: Of the 118 children, only six werepositive for the bS allele without any other variant. Among the remaining 112 children there were two children (1.8%) with homozygous Hb Stanleyville-II (-3.7; Stanleyville/-3.7; Stanleyville), 94 (84%) with heterozygous Stanleyville-II (genotypes: 84 / - a3.7; Stanleyville, five - a3.7 / - a3.7; Stanleyville and five aStanleyvillea/aa), and six heterozygous Hb Hasharon (all aa / -a 3.7; Hasharon). Five cases with Hb Ottawa, one with Hb St. Luke's and one with Hb Etobicoke, all - chain variants in heterozygosis and genotype /, were also identified. Hb G-Ferrara was identified in two children (one /-3.7 and the other aa/aa) and Maputo Hb ( / -a3.7) in one, both b variants in heterozygosis. Among the above mentioned Hbs, there were five associations with the bS allele: three children with Hb Stanleyville-II, one with Hb Ottawa and one with Hb St Luke's. Hb Etobicoke was found in a child who has a hybrid 212 gene. There was no clinical change due to these associations. In several children with Hb Stanleyville-II, all from African ancestry, microcytosis and hypochromia were observed because of the association with a 3.7 alpha thalassemia gene. PCR-RFLP (Restriction Fragment LengthPolymorphism) with specific endonucleases confirmed all mutations underlying the variant Hbs, with the exception of Hb G-Ferrara, for which no diagnostic endonuclease was found. Conclusions: 1. Hemoglobin Stanleyville-II is relatively common in Minas Gerais (incidenceof 1:11,500); 2. Hbs Stanleyville-II, Ottawa, Maputo, G-Ferrara, Hasharon, Etobicoke and St. Luke's can lead to false diagnosis of sickle cell trait or disease in newborn screening, unless additional tests for a correct diagnosis are used; 3. These Hbs seem to have no clinical relevance, even when found in combination with the bS allele, as happened in this study with the Hb St Luke's, Stanleyville-II, and Ottawa; 4. Hypochromia and microcytosis detected in several children are due to the co-inheritance of -thalassemia and not to the presence of HbStanleyville-II; 5. Asymptomatic cases of heterozygous Hb Maputo and Hb G-Ferrara were identified. Genetic counseling about the possibility of having children or grandchildren with sickle cell disease if the bS allele is co-inherited was given to these families; 6. Specific PCRRFLPmay be used as a diagnostic tool for all variant Hbs identified in the present study, except for Hb G-Ferrara.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGHemoglobinasAnemia falciformeTriagem neonatalAlelosErros de diagnósticoHemoglobina falciformeCriançaAdolescenteCiências da saúde- saúde da criança e do adolescenteEstudo de hemoglobinas variantes com mobilidadeseletroforética semelhante à da hemoglobina S emcrianças do programa de triagem neonatal de MinasGerais (PTN-MG)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_marcilene_rezende_silva.pdfapplication/pdf9174494https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8YAN59/1/tese_marcilene_rezende_silva.pdf2654d6a5bcb63d61a7d79d5b324a8787MD51TEXTtese_marcilene_rezende_silva.pdf.txttese_marcilene_rezende_silva.pdf.txtExtracted texttext/plain221420https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8YAN59/2/tese_marcilene_rezende_silva.pdf.txt769d10aeedd58835acfcde482432dc5bMD521843/BUOS-8YAN592019-11-14 06:15:06.113oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8YAN59Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T09:15:06Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Estudo de hemoglobinas variantes com mobilidadeseletroforética semelhante à da hemoglobina S emcrianças do programa de triagem neonatal de MinasGerais (PTN-MG)
title Estudo de hemoglobinas variantes com mobilidadeseletroforética semelhante à da hemoglobina S emcrianças do programa de triagem neonatal de MinasGerais (PTN-MG)
spellingShingle Estudo de hemoglobinas variantes com mobilidadeseletroforética semelhante à da hemoglobina S emcrianças do programa de triagem neonatal de MinasGerais (PTN-MG)
Marcilene Rezende Silva
Ciências da saúde- saúde da criança e do adolescente
Hemoglobinas
Anemia falciforme
Triagem neonatal
Alelos
Erros de diagnóstico
Hemoglobina falciforme
Criança
Adolescente
title_short Estudo de hemoglobinas variantes com mobilidadeseletroforética semelhante à da hemoglobina S emcrianças do programa de triagem neonatal de MinasGerais (PTN-MG)
title_full Estudo de hemoglobinas variantes com mobilidadeseletroforética semelhante à da hemoglobina S emcrianças do programa de triagem neonatal de MinasGerais (PTN-MG)
title_fullStr Estudo de hemoglobinas variantes com mobilidadeseletroforética semelhante à da hemoglobina S emcrianças do programa de triagem neonatal de MinasGerais (PTN-MG)
title_full_unstemmed Estudo de hemoglobinas variantes com mobilidadeseletroforética semelhante à da hemoglobina S emcrianças do programa de triagem neonatal de MinasGerais (PTN-MG)
title_sort Estudo de hemoglobinas variantes com mobilidadeseletroforética semelhante à da hemoglobina S emcrianças do programa de triagem neonatal de MinasGerais (PTN-MG)
author Marcilene Rezende Silva
author_facet Marcilene Rezende Silva
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Marcos Borato Viana
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Alvaro José Romanha
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Alvaro José Romanha
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Ana Cristina Simoes e Silva
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Aderson da Silva Araújo
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Benigna Maria de Oliveira
dc.contributor.referee5.fl_str_mv Maria de Fatima Sonati
dc.contributor.author.fl_str_mv Marcilene Rezende Silva
contributor_str_mv Marcos Borato Viana
Alvaro José Romanha
Alvaro José Romanha
Ana Cristina Simoes e Silva
Aderson da Silva Araújo
Benigna Maria de Oliveira
Maria de Fatima Sonati
dc.subject.por.fl_str_mv Ciências da saúde- saúde da criança e do adolescente
topic Ciências da saúde- saúde da criança e do adolescente
Hemoglobinas
Anemia falciforme
Triagem neonatal
Alelos
Erros de diagnóstico
Hemoglobina falciforme
Criança
Adolescente
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Hemoglobinas
Anemia falciforme
Triagem neonatal
Alelos
Erros de diagnóstico
Hemoglobina falciforme
Criança
Adolescente
description Algumas hemoglobinas (Hb) variantes apresentam mobilidade eletroforética semelhante à da Hb S, o que pode levar ao falso diagnóstico de traço ou doença falciforme. A maioria dos indivíduos possuidores das Hbs variantes é assintomática, mas em vários casos aHb está associada à alfa-talassemia, o que pode resultar em alterações hematológicas. A associação de Hb variante com a Hb S ou Hb C pode determinar quadros clínicos e/ou laboratoriais complexos. Objetivo e Métodos: O objetivo deste estudo foi determinar a frequência das variantes de hemoglobina detectadas no Programa de Triagem Neonatal de Minas Gerais com mobilidade elétrica similar à da Hb S. O DNA de 118 crianças foi utilizado para verificar a presença do alelo bS. O diagnóstico de alfa-talassemia do tipo 3.7 ou 4.2 foi realizado por meio da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) multiplex do tipo gap (gap- PCR multiplex). Os produtos dessa PCR foram então digeridos com endonucleases de restrição para detectar as mutações correspondentes à Stanleyville-II e Hasharon, já descritasno Brasil. Nos casos negativos para essas Hbs fez-se sequenciamento dos genes HBA ou HBB. Dados clínicos foram obtidos das crianças que compareceram à consulta clínica na Fundação Hemominas. Resultados: Das 118, apenas 6 crianças apresentaram a Hb S. Dentre as 112 foram encontradas duas crianças, (1,8%) com Hb Stanleyville-II em homozigose (-3.7;Stanleyville/-3.7;Stanleyville) e outras 94 (84%) com Stanleyville-II em heterozigose (84 têm genótipo /- 3.7;Stanleyville, cinco -a3.7/-a3.7;Stanleyville e cinco aStanleyvillea/aa) Dentre os 112 casos, seis apresentavam Hb Hasharon em heterozigose (todas aa/-a3.7Hasharon-). Detectaramse ainda cinco casos com Hb Ottawa, um com Hb St Lukes e um com Hb Etobicoke, todasvariantes de cadeia , em heterozigose e genótipo /. Hb G-Ferrara foi encontrada em duas crianças (uma /-a3.7 e outra aa/aa) e Hb Maputo (/-a3.7)em uma, ambas variantes b e em heterozigose. Dentre as hemoglobinas citadas acima, foram encontradas cincoassociações com a Hb S: em três crianças com Hb Stanleyville-II, uma Ottawa e uma St Luke's. A Hb Etobicoke foi encontrada em uma criança que possui o alelo híbrido 212. Não foi observada nenhuma alteração clínica decorrente dessas associações. Em várias crianças com Hb Stanleyville-II, todas com ancestralidade africana, foram observadas microcitose e hipocromia, devido a associação com a alfa talassemia do tipo 3.7. Foi estabelecida PCRRFLP (Polimorfismo de Fragmento de Restrição) para a identificação de todas as hemoglobinas, com exceção da hemoglobina G-Ferrara. Conclusões: 1. Hemoglobina Stanleyville-II é relativamente comum em Minas Gerais (incidência de 1:11.500); 2. Apresença das Hbs Stanleyville-II, Ottawa, Maputo, G-Ferrara, Hasharon, Etobicoke e St Luke's pode levar a falso diagnóstico de traço ou doença falciforme, necessitando-se de testes adicionais para o diagnóstico diferencial correto; 3. A presença dessas Hbs parece não possuirrelevância clínica, mesmo nos casos encontrados neste estudo quando se detectou associação das Hbs variantes St Luke's, Stanleyville-II e Ottawa com a Hb S; 4. Hipocromia e microcitose, observadas em várias crianças, são devidas à co-herança de -talassemia e não à presença da Hb Stanleyville-II; 5. Foram encontrados casos assintomáticos de Hb Maputo e G- Ferrara em heterozigose com a Hb A. Os pais dessas crianças receberam orientação genética sobre a possibilidade das crianças terem filhos com doença falciforme se houver coherançacom a Hb S; 6. A PCR-RFLP pode ser utilizada como método diagnóstico para todas as Hbs variantes identificadas neste estudo, com exceção da Hb G-Ferrara.
publishDate 2012
dc.date.issued.fl_str_mv 2012-05-03
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-10T09:06:01Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-10T09:06:01Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8YAN59
url http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8YAN59
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8YAN59/1/tese_marcilene_rezende_silva.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8YAN59/2/tese_marcilene_rezende_silva.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 2654d6a5bcb63d61a7d79d5b324a8787
769d10aeedd58835acfcde482432dc5b
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801676870340575232