Mulheres escravas e forras na mineração no Brasil, século XVIII
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | https://doi.org/10.48038/revlatt.n1.1 http://hdl.handle.net/1843/37114 |
Resumo: | Esse artigo discute a presença das mulheres escravas na mineração aurífera e diamantífera, na capitania de Minas Gerais, Brasil, durante o período colonial, entre a década de 1680, quando se dá a descoberta de ouro na região, e 1822, ano da independência do Brasil. Para tanto, utiliza documentação manuscrita e iconográfica dos séculos XVIII e XIX. Mulheres africanas escravas de todas as procedências que chegavam às Minas se envolveram na exploração de ouro e diamantes, sendo que, nos primeiros tempos, destacaram-se, entre elas, as oriundas da região da Costa da Mina, conhecidas como escravas “mina”, já acostumadas à mineração na África. Cativas foram essenciais em várias etapas do processo de exploração mineral: estiveram presentes e foram importantes para o reconhecimento dos locais mais propícios ao aparecimento do ouro, para o domínio das técnicas de exploração da aluvião no leito dos rios, e para o emprego das ferramentas apropriadas, sendo corresponsáveis pela transmigração da tecnologia africana de mineração que foi fartamente empregada na exploração mineral. Muitas mulheres forras continuaram a se envolver na mineração, algumas chegando a reunir algum pecúlio. |
id |
UFMG_aaaf2e67381b37e29afe3fc458dc7807 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/37114 |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
2021-07-29T14:08:05Z2021-07-29T14:08:05Z20201149https://doi.org/10.48038/revlatt.n1.12667-3231http://hdl.handle.net/1843/37114Esse artigo discute a presença das mulheres escravas na mineração aurífera e diamantífera, na capitania de Minas Gerais, Brasil, durante o período colonial, entre a década de 1680, quando se dá a descoberta de ouro na região, e 1822, ano da independência do Brasil. Para tanto, utiliza documentação manuscrita e iconográfica dos séculos XVIII e XIX. Mulheres africanas escravas de todas as procedências que chegavam às Minas se envolveram na exploração de ouro e diamantes, sendo que, nos primeiros tempos, destacaram-se, entre elas, as oriundas da região da Costa da Mina, conhecidas como escravas “mina”, já acostumadas à mineração na África. Cativas foram essenciais em várias etapas do processo de exploração mineral: estiveram presentes e foram importantes para o reconhecimento dos locais mais propícios ao aparecimento do ouro, para o domínio das técnicas de exploração da aluvião no leito dos rios, e para o emprego das ferramentas apropriadas, sendo corresponsáveis pela transmigração da tecnologia africana de mineração que foi fartamente empregada na exploração mineral. Muitas mulheres forras continuaram a se envolver na mineração, algumas chegando a reunir algum pecúlio.This article highlights the important presence of slave women in the golden and diamond mining in the captaincy of Minas Gerais, Brazil, between the 1680s, when gold was discovered in the region, and 1822, when Brazil’s became independent. To do so, it uses primary document sources and iconographic documentation from the 18th and 19th centuries. Many slave women worked in the Brazilian golden and diamond mines; in the early 18th century especially a group already accustomed to the exploitation of gold in Africa, those from the Costa da Mina, known in the captaincy as “Mina” slaves. Slave women were essential in several stages of the mineral exploration process: they were present and were fundamental for the recognition of the most favorable locations for the appearance of gold, for the mastery of alluvial exploration techniques in the riverbed, as well as for the use of the appropriate tool, being co-responsible for transmigration of African mining technology that was widely used in mineral exploration. Many freedwomen continued to be involved in the golden and diamond rushes and were able to amass some properties.porUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE HISTÓRIARevista Latinoamericana de Trabajo y TrabajadoresMulheres História Minas GeraisMineração Minas GeraisEscravosEscravidão Brasil HistóriaEscravidão Minas GeraisMulheresMineraçãoMinas GeraisEscravas minasMulheres escravas e forras na mineração no Brasil, século XVIIISlave and Freed Women in Mining, 18th-Century BrazilMujeres esclavas y libres en la minería en Brasil, siglo XVIIIinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://revista.redlatt.org/index.php/revlatt/article/view/1Júnia Ferreira Furtadoapplication/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/37114/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD52ORIGINALjuniaFurtadoMulheresEscravas.pdfjuniaFurtadoMulheresEscravas.pdfapplication/pdf9505437https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/37114/1/juniaFurtadoMulheresEscravas.pdf3bf5e72a2b3dbe56cb825d57419e6fb5MD511843/371142021-07-29 11:08:05.639oai:repositorio.ufmg.br:1843/37114TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-07-29T14:08:05Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Mulheres escravas e forras na mineração no Brasil, século XVIII |
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv |
Slave and Freed Women in Mining, 18th-Century Brazil Mujeres esclavas y libres en la minería en Brasil, siglo XVIII |
title |
Mulheres escravas e forras na mineração no Brasil, século XVIII |
spellingShingle |
Mulheres escravas e forras na mineração no Brasil, século XVIII Júnia Ferreira Furtado Mulheres Mineração Minas Gerais Escravas minas Mulheres História Minas Gerais Mineração Minas Gerais Escravos Escravidão Brasil História Escravidão Minas Gerais |
title_short |
Mulheres escravas e forras na mineração no Brasil, século XVIII |
title_full |
Mulheres escravas e forras na mineração no Brasil, século XVIII |
title_fullStr |
Mulheres escravas e forras na mineração no Brasil, século XVIII |
title_full_unstemmed |
Mulheres escravas e forras na mineração no Brasil, século XVIII |
title_sort |
Mulheres escravas e forras na mineração no Brasil, século XVIII |
author |
Júnia Ferreira Furtado |
author_facet |
Júnia Ferreira Furtado |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Júnia Ferreira Furtado |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Mulheres Mineração Minas Gerais Escravas minas |
topic |
Mulheres Mineração Minas Gerais Escravas minas Mulheres História Minas Gerais Mineração Minas Gerais Escravos Escravidão Brasil História Escravidão Minas Gerais |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Mulheres História Minas Gerais Mineração Minas Gerais Escravos Escravidão Brasil História Escravidão Minas Gerais |
description |
Esse artigo discute a presença das mulheres escravas na mineração aurífera e diamantífera, na capitania de Minas Gerais, Brasil, durante o período colonial, entre a década de 1680, quando se dá a descoberta de ouro na região, e 1822, ano da independência do Brasil. Para tanto, utiliza documentação manuscrita e iconográfica dos séculos XVIII e XIX. Mulheres africanas escravas de todas as procedências que chegavam às Minas se envolveram na exploração de ouro e diamantes, sendo que, nos primeiros tempos, destacaram-se, entre elas, as oriundas da região da Costa da Mina, conhecidas como escravas “mina”, já acostumadas à mineração na África. Cativas foram essenciais em várias etapas do processo de exploração mineral: estiveram presentes e foram importantes para o reconhecimento dos locais mais propícios ao aparecimento do ouro, para o domínio das técnicas de exploração da aluvião no leito dos rios, e para o emprego das ferramentas apropriadas, sendo corresponsáveis pela transmigração da tecnologia africana de mineração que foi fartamente empregada na exploração mineral. Muitas mulheres forras continuaram a se envolver na mineração, algumas chegando a reunir algum pecúlio. |
publishDate |
2020 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2020 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2021-07-29T14:08:05Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2021-07-29T14:08:05Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/37114 |
dc.identifier.doi.pt_BR.fl_str_mv |
https://doi.org/10.48038/revlatt.n1.1 |
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv |
2667-3231 |
url |
https://doi.org/10.48038/revlatt.n1.1 http://hdl.handle.net/1843/37114 |
identifier_str_mv |
2667-3231 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv |
Revista Latinoamericana de Trabajo y Trabajadores |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
FAF - DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/37114/2/license.txt https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/37114/1/juniaFurtadoMulheresEscravas.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272 3bf5e72a2b3dbe56cb825d57419e6fb5 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1797971245060325376 |