O funcionamento das relações de discurso na dimensão dramatúrgica de entrevistas jornalísticas: uma abordagem interacionista

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Daniel Martins de Brito
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/51073
https://orcid.org/0000-0002-1942-153X
Resumo: Esta pesquisa tem o objetivo de estudar o papel que as relações de discurso propostas pela Escola de Genebra (ou Modelo Genebrino de Análise do Discurso) – a saber: argumento, contra-argumento, comentário, reformulação, preparação, topicalização, tempo (sucessão) e clarificação – e suas marcas linguísticas, como os conectores, exercem na dimensão dramatúrgica – dimensão em que se estabelece o processo de gestão de imagens identitárias (faces e territórios) pelos interlocutores – de entrevistas jornalísticas escritas. Para estudar em que medida, nesse contexto específico, os interlocutores (entrevistador e entrevistado) negociam faces e territórios por meio do estabelecimento das relações de discurso, é adotada uma abordagem interacionista que, baseada em contribuições teórico-metodológicas da Escola de Genebra, atribui importância central ao papel que essas relações exercem no processo de gestão conjunta de imagens identitárias. Adotando essa abordagem interacionista, este estudo se guia pela hipótese a ela subjacente, hipótese segundo a qual as relações de discurso que o locutor estabelece lhe possibilitam antecipar-se a eventuais objeções do outro (interlocutor ou terceiro) quanto à natureza ofensiva de sua intervenção, na tentativa de fazer com que esse outro não avalie tal intervenção como um ataque à sua face e/ou uma invasão de seu território. Assim, de acordo com essa hipótese, o estabelecimento das relações constitui uma manobra linguageira essencialmente ligada à dimensão dramatúrgica do discurso. Para alcançar o objetivo proposto, foi feita a análise de um corpus constituído de oito entrevistas escritas publicadas pela Folha de S. Paulo em fevereiro de 2021. Do ponto de vista metodológico, a análise se realizou em cinco etapas. Na primeira, as entrevistas foram segmentadas em atos, que constituem a menor unidade de análise textual proposta pela Escola de Genebra. Na segunda etapa, foram identificadas as relações de discurso interativas entre os constituintes textuais das entrevistas. Na terceira, foram identificadas as eventuais objeções que o locutor, por meio das relações interativas, tentou evitar. Na quarta etapa, foram averiguados os prejuízos que as eventuais objeções poderiam causar às faces e aos territórios em jogo. Na última etapa, foi verificada a efetividade da relação estabelecida pelo locutor no bloqueio de uma possível objeção do interlocutor. Com a análise, foi possível verificar que as relações de discurso correspondem a recursos com os quais entrevistado e entrevistador efetivamente antecipam-se a eventuais objeções um do outro, bloqueando-as. Porque essas objeções são potencialmente ameaçadoras para as imagens identitárias em jogo, o estabelecimento das relações, ao bloqueá-las, constitui uma ação linguageira diretamente ligada à dimensão dramatúrgica da interação, na medida em que auxilia os interlocutores a protegerem suas faces e seus territórios dos prejuízos causados por tais objeções.
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Para estudar em que medida, nesse contexto específico, os interlocutores (entrevistador e entrevistado) negociam faces e territórios por meio do estabelecimento das relações de discurso, é adotada uma abordagem interacionista que, baseada em contribuições teórico-metodológicas da Escola de Genebra, atribui importância central ao papel que essas relações exercem no processo de gestão conjunta de imagens identitárias. Adotando essa abordagem interacionista, este estudo se guia pela hipótese a ela subjacente, hipótese segundo a qual as relações de discurso que o locutor estabelece lhe possibilitam antecipar-se a eventuais objeções do outro (interlocutor ou terceiro) quanto à natureza ofensiva de sua intervenção, na tentativa de fazer com que esse outro não avalie tal intervenção como um ataque à sua face e/ou uma invasão de seu território. Assim, de acordo com essa hipótese, o estabelecimento das relações constitui uma manobra linguageira essencialmente ligada à dimensão dramatúrgica do discurso. Para alcançar o objetivo proposto, foi feita a análise de um corpus constituído de oito entrevistas escritas publicadas pela Folha de S. Paulo em fevereiro de 2021. Do ponto de vista metodológico, a análise se realizou em cinco etapas. Na primeira, as entrevistas foram segmentadas em atos, que constituem a menor unidade de análise textual proposta pela Escola de Genebra. Na segunda etapa, foram identificadas as relações de discurso interativas entre os constituintes textuais das entrevistas. Na terceira, foram identificadas as eventuais objeções que o locutor, por meio das relações interativas, tentou evitar. Na quarta etapa, foram averiguados os prejuízos que as eventuais objeções poderiam causar às faces e aos territórios em jogo. Na última etapa, foi verificada a efetividade da relação estabelecida pelo locutor no bloqueio de uma possível objeção do interlocutor. Com a análise, foi possível verificar que as relações de discurso correspondem a recursos com os quais entrevistado e entrevistador efetivamente antecipam-se a eventuais objeções um do outro, bloqueando-as. Porque essas objeções são potencialmente ameaçadoras para as imagens identitárias em jogo, o estabelecimento das relações, ao bloqueá-las, constitui uma ação linguageira diretamente ligada à dimensão dramatúrgica da interação, na medida em que auxilia os interlocutores a protegerem suas faces e seus territórios dos prejuízos causados por tais objeções.This research aims to study the role played by discourse relations, proposed by the School of Geneva (or the Geneva Approach to Discourse Analysis), and their correspondent text relation markers, such as connectors, in the dramaturgical dimension of written journalistic interviews. The relations are: argument, counter-argument, comment, reformulation, preliminary, topicalization, succession and clarification. The dramaturgical dimension corresponds to the process of how the interactants manage in their discourse faces and territories relations between them. We adopted an interactionist approach in order to study to what extent the interlocutors (interviewer and interviewee) negotiate faces and territories through discourse relations. This approach, based on theoretical-methodological contributions from the School of Geneva, highlights the importance of the role played by these relations in the process of facework. Adopting the interactionist approach, our study is guided by the hypothesis that the discourse relations the speaker establishes allow them to anticipate possible objections from the other (interlocutor or third party) regarding the offensive nature of their intervention, in an attempt to make this other not evaluate such intervention as an attack on their face and/or an invasion of their territory. Thus, according to this hypothesis, using these relations constitutes a language maneuver essentially linked to the dramaturgical dimension of discourse. In order to achieve our goal, we analyzed a corpus composed of eight written interviews published by Folha de S. Paulo in February 2021. From a methodological point of view, the analysis was carried out in five steps. In the first, the interviews were segmented into acts, which, according to the School of Geneva, are the minimal textual constituent of analysis. In the second, we identifed the interactive discourse relations established between the textual constituents of the interviews. In the third step, we identifed the objections the speaker tried to avoid using interactive relations. In the fourth, we investigated the damage these objections could cause to the faces and the territories at stake. In the last step, we verified the effectiveness of the relations established by the speaker in blocking a possible objection by the interlocutor. With this analysis, it was possible to verify that the discourse relations are resources that interviewee and interviewer can use to effectively anticipate each other's possible objections, and, therefore, block these objections. Because these are potentially threatening to the faces at stake, the establishment of relationships constitutes a language action directly linked to the dramaturgical dimension of the interaction, insofar as it helps the interlocutors to protect their faces and their territories from the harm caused by such objections by blocking them.FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Estudos LinguísticosUFMGBrasilFALE - FACULDADE DE LETRASAnálise do discursoDiscurso jornalísticoEntrevistas (Jornalismo)Relações de discursoImagens identitáriasInteraçãoGênero entrevistaModelo genebrino de Análise do DiscursoO funcionamento das relações de discurso na dimensão dramatúrgica de entrevistas jornalísticas: uma abordagem interacionistainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALO funcionamento das relações de discurso na dimensão dramatúrgica de entrevistas jornalísticas uma abordagem interacionista.pdfO funcionamento das relações de discurso na dimensão dramatúrgica de entrevistas jornalísticas uma abordagem interacionista.pdfapplication/pdf3722633https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/51073/1/O%20funcionamento%20das%20rela%c3%a7%c3%b5es%20de%20discurso%20na%20dimens%c3%a3o%20dramat%c3%bargica%20de%20entrevistas%20jornal%c3%adsticas%20uma%20abordagem%20interacionista.pdf80dace3ffe101df7666ffea09969935dMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/51073/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/510732023-03-21 08:43:15.583oai:repositorio.ufmg.br:1843/51073TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-03-21T11:43:15Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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