Distração e choque: a experiência da arquitetura na vida cotidiana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rita de Cassia Lucena Velloso
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B9BFTP
Resumo: Apresenta-se uma exploração em torno da experiência causada por um objeto arquitetônico, assumindo como premissa que o campo a ser investigado é o da sua experimentação na vida cotidiana. Ante a natureza do objeto arquitetônico, a ação concernente ao sujeito que o habita é o uso enquanto ação que equivale a participação. Investiga-se a natureza de tal, entendendo que esta é ação que não se resume à contemplação, mesmo contendo alguns de seus elementos; é participação no objeto, uma vez que sua utilização exige compreendê-lo de modo profundo e continuado. É também participação no sentido de uma práxis política, pois desempenhada no espaço público, reverberando nas relações sociais. Pesquisaram-se principalmente três obras filosóficas: a de Walter Benjamin, a de Henri Lefebvre e a Internacional Situacionista. Evidencia-se a elaboração conceitual realizada por cada um deles sobre a arquitetura, a cidade e o urbano, e, após, o exame do conceito de experiência presente em suas filosofias toma lugar. Refaz-se a argumentação sobre a crítica da vida cotidiana, buscando as fontes e a formulação do conceito, tal como se apresentou no século XX. A cidade é tomada como elemento crucial na crítica do capitalismo, mais especificamente na crítica do fetichismo da mercadoria. É possível identificar a arquitetura a uma formamercadoria que é expressão do cotidiano de seus habitantes, uma vez que, dentro da produção capitalista de mercadorias, todo e qualquer objeto arquitetônico é um dos resultados dos processos de valorização do capital. Com suas complexas ordenações, uma grande cidade é nutrida pelo metabolismo da mercadoria. A compreensão da cidade, para cada um dos três autores pesquisados, dá-se segundo categorias de peso específico em suas respectivas teorias: em Walter Benjamin, a fantasmagoria; em Guy Debord, o espetáculo; e em Henri Lefebvre, o espaço. Faz-se uma abordagem preponderantemente hermenêutica do tema da vida cotidiana em sua correlação com a recepção estética do conceito de história na montagem do problema que relaciona a tipologia arquitetônica ao seu uso. Henri Lefebvre e a Internacional Situacionista completaram a moldura do trabalho, pois há, em seu pensamento, um encontro de duas correntes filosóficas, a fenomenologia e o materialismo. Assim, tem-se por meta estabelecer que, se é possível entender a experiência como a capacidade de compreender o mundo em que se vive, a arquitetura urbana é um dos fundamentos na textura geral dessa experiência. Na crítica do cotidiano está a possibilidade de combater a alienação espacial, superando a fantasmagoria e o espetáculo vigentes na vida contemporânea, obrigatoriamente expressos em sua arquitetura.
id UFMG_ada8d848919e60ba096c03bf27ba0e00
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-B9BFTP
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Virginia de Araujo FigueiredoCarla Milani DamiãoJoão Emiliano Fortaleza de AquinoGeorg OtteRoberto Luís de Melo Monte-mórRita de Cassia Lucena Velloso2019-08-12T21:47:52Z2019-08-12T21:47:52Z2007-03-27http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B9BFTPApresenta-se uma exploração em torno da experiência causada por um objeto arquitetônico, assumindo como premissa que o campo a ser investigado é o da sua experimentação na vida cotidiana. Ante a natureza do objeto arquitetônico, a ação concernente ao sujeito que o habita é o uso enquanto ação que equivale a participação. Investiga-se a natureza de tal, entendendo que esta é ação que não se resume à contemplação, mesmo contendo alguns de seus elementos; é participação no objeto, uma vez que sua utilização exige compreendê-lo de modo profundo e continuado. É também participação no sentido de uma práxis política, pois desempenhada no espaço público, reverberando nas relações sociais. Pesquisaram-se principalmente três obras filosóficas: a de Walter Benjamin, a de Henri Lefebvre e a Internacional Situacionista. Evidencia-se a elaboração conceitual realizada por cada um deles sobre a arquitetura, a cidade e o urbano, e, após, o exame do conceito de experiência presente em suas filosofias toma lugar. Refaz-se a argumentação sobre a crítica da vida cotidiana, buscando as fontes e a formulação do conceito, tal como se apresentou no século XX. A cidade é tomada como elemento crucial na crítica do capitalismo, mais especificamente na crítica do fetichismo da mercadoria. É possível identificar a arquitetura a uma formamercadoria que é expressão do cotidiano de seus habitantes, uma vez que, dentro da produção capitalista de mercadorias, todo e qualquer objeto arquitetônico é um dos resultados dos processos de valorização do capital. Com suas complexas ordenações, uma grande cidade é nutrida pelo metabolismo da mercadoria. A compreensão da cidade, para cada um dos três autores pesquisados, dá-se segundo categorias de peso específico em suas respectivas teorias: em Walter Benjamin, a fantasmagoria; em Guy Debord, o espetáculo; e em Henri Lefebvre, o espaço. Faz-se uma abordagem preponderantemente hermenêutica do tema da vida cotidiana em sua correlação com a recepção estética do conceito de história na montagem do problema que relaciona a tipologia arquitetônica ao seu uso. Henri Lefebvre e a Internacional Situacionista completaram a moldura do trabalho, pois há, em seu pensamento, um encontro de duas correntes filosóficas, a fenomenologia e o materialismo. Assim, tem-se por meta estabelecer que, se é possível entender a experiência como a capacidade de compreender o mundo em que se vive, a arquitetura urbana é um dos fundamentos na textura geral dessa experiência. Na crítica do cotidiano está a possibilidade de combater a alienação espacial, superando a fantasmagoria e o espetáculo vigentes na vida contemporânea, obrigatoriamente expressos em sua arquitetura.This thesis consists in an exploration around the experience caused by an architectural object, assuming as a premise that the field to be investigated is the experience of architecture in everyday life. Considering the nature of an architectural object, the action concerning a man/woman that inhabits is the use as action equivalent to participation. It investigates the nature of such, understanding that this action is not limited to contemplation, whether or not containing some of its elements; it is participation in the object, since its use requires understanding it in a deep and continuous manner. It is also participation towards a political praxis, as performed in public space, reverberating in social relations. Mainly three philosophical works were researched: Walter Benjamins, Henri Lefebvres and the Situationist International. It highlights the conceptual elaboration held by each of them on the architecture, the city and the urban, and, after, the examination of the concept of this experience in their philosophies takes place. The study redoes the arguments about the critique of everyday life, seeking the sources and the concept formulation, as presented in the twentieth century. The city is taken into consideration as a crucial element in the critique of capitalism, specifically in commodity fetishism critique. It is possible to identify the architecture to a commodity-form that is expression of inhabitants everyday life since, within the capitalist commodity production, any architectural object is a result of capital values. Within its complex structures, a large city is nourished by the metabolism of merchandise. The understanding of the city, for each of the three authors researched, takes place according to specific categories in their respective theories: in Walter Benjamin, the phantasmagoria; in Guy Debord, the spectacle; and in Henri Lefebvre, space. It will be a preponderantly hermeneutic approach the theme of everyday life in its correlation with the aesthetic reception of the concept of history in the assembly of the problem that relates the architectural typology with its use. Henri Lefebvre and the Situationist International completed the frame of the work, as there are, in their thoughts, a meeting of two philosophies, phenomenology and materialism. Thus, there is a goal to establish that if it is possible to understand the experience as the ability to understand the world in which we live, urban architecture is one of the cornerstones in the overall texture of this experience. In everyday criticism is the possibility to fight spatial alienation, surpassing the phantasmagoria and the spectacle force in contemporary life, necessarily expressed in its architecture.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGCiência politica FilosofiaEsteticaFilosofiaArte FilosofiaArquiteturaApropriaçãoVida UrbanaExperiênciaVida CotidianaMetrópoleUrbanoDistração e choque: a experiência da arquitetura na vida cotidianainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdistra__o_e_choque___tese_na_biblioteca_ago_2018.pdfapplication/pdf1724406https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B9BFTP/1/distra__o_e_choque___tese_na_biblioteca_ago_2018.pdfcfd0974512aec39294d349d69bcf44c6MD51TEXTdistra__o_e_choque___tese_na_biblioteca_ago_2018.pdf.txtdistra__o_e_choque___tese_na_biblioteca_ago_2018.pdf.txtExtracted texttext/plain653239https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B9BFTP/2/distra__o_e_choque___tese_na_biblioteca_ago_2018.pdf.txt6e58aa982ef0f800ae2bd7fff2139ac3MD521843/BUOS-B9BFTP2019-11-14 20:02:23.968oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-B9BFTPRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T23:02:23Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Distração e choque: a experiência da arquitetura na vida cotidiana
title Distração e choque: a experiência da arquitetura na vida cotidiana
spellingShingle Distração e choque: a experiência da arquitetura na vida cotidiana
Rita de Cassia Lucena Velloso
Apropriação
Vida Urbana
Experiência
Vida Cotidiana
Metrópole
Urbano
Ciência politica Filosofia
Estetica
Filosofia
Arte Filosofia
Arquitetura
title_short Distração e choque: a experiência da arquitetura na vida cotidiana
title_full Distração e choque: a experiência da arquitetura na vida cotidiana
title_fullStr Distração e choque: a experiência da arquitetura na vida cotidiana
title_full_unstemmed Distração e choque: a experiência da arquitetura na vida cotidiana
title_sort Distração e choque: a experiência da arquitetura na vida cotidiana
author Rita de Cassia Lucena Velloso
author_facet Rita de Cassia Lucena Velloso
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Virginia de Araujo Figueiredo
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Carla Milani Damião
dc.contributor.referee2.fl_str_mv João Emiliano Fortaleza de Aquino
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Georg Otte
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Roberto Luís de Melo Monte-mór
dc.contributor.author.fl_str_mv Rita de Cassia Lucena Velloso
contributor_str_mv Virginia de Araujo Figueiredo
Carla Milani Damião
João Emiliano Fortaleza de Aquino
Georg Otte
Roberto Luís de Melo Monte-mór
dc.subject.por.fl_str_mv Apropriação
Vida Urbana
Experiência
Vida Cotidiana
Metrópole
Urbano
topic Apropriação
Vida Urbana
Experiência
Vida Cotidiana
Metrópole
Urbano
Ciência politica Filosofia
Estetica
Filosofia
Arte Filosofia
Arquitetura
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Ciência politica Filosofia
Estetica
Filosofia
Arte Filosofia
Arquitetura
description Apresenta-se uma exploração em torno da experiência causada por um objeto arquitetônico, assumindo como premissa que o campo a ser investigado é o da sua experimentação na vida cotidiana. Ante a natureza do objeto arquitetônico, a ação concernente ao sujeito que o habita é o uso enquanto ação que equivale a participação. Investiga-se a natureza de tal, entendendo que esta é ação que não se resume à contemplação, mesmo contendo alguns de seus elementos; é participação no objeto, uma vez que sua utilização exige compreendê-lo de modo profundo e continuado. É também participação no sentido de uma práxis política, pois desempenhada no espaço público, reverberando nas relações sociais. Pesquisaram-se principalmente três obras filosóficas: a de Walter Benjamin, a de Henri Lefebvre e a Internacional Situacionista. Evidencia-se a elaboração conceitual realizada por cada um deles sobre a arquitetura, a cidade e o urbano, e, após, o exame do conceito de experiência presente em suas filosofias toma lugar. Refaz-se a argumentação sobre a crítica da vida cotidiana, buscando as fontes e a formulação do conceito, tal como se apresentou no século XX. A cidade é tomada como elemento crucial na crítica do capitalismo, mais especificamente na crítica do fetichismo da mercadoria. É possível identificar a arquitetura a uma formamercadoria que é expressão do cotidiano de seus habitantes, uma vez que, dentro da produção capitalista de mercadorias, todo e qualquer objeto arquitetônico é um dos resultados dos processos de valorização do capital. Com suas complexas ordenações, uma grande cidade é nutrida pelo metabolismo da mercadoria. A compreensão da cidade, para cada um dos três autores pesquisados, dá-se segundo categorias de peso específico em suas respectivas teorias: em Walter Benjamin, a fantasmagoria; em Guy Debord, o espetáculo; e em Henri Lefebvre, o espaço. Faz-se uma abordagem preponderantemente hermenêutica do tema da vida cotidiana em sua correlação com a recepção estética do conceito de história na montagem do problema que relaciona a tipologia arquitetônica ao seu uso. Henri Lefebvre e a Internacional Situacionista completaram a moldura do trabalho, pois há, em seu pensamento, um encontro de duas correntes filosóficas, a fenomenologia e o materialismo. Assim, tem-se por meta estabelecer que, se é possível entender a experiência como a capacidade de compreender o mundo em que se vive, a arquitetura urbana é um dos fundamentos na textura geral dessa experiência. Na crítica do cotidiano está a possibilidade de combater a alienação espacial, superando a fantasmagoria e o espetáculo vigentes na vida contemporânea, obrigatoriamente expressos em sua arquitetura.
publishDate 2007
dc.date.issued.fl_str_mv 2007-03-27
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-12T21:47:52Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-12T21:47:52Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B9BFTP
url http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B9BFTP
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B9BFTP/1/distra__o_e_choque___tese_na_biblioteca_ago_2018.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B9BFTP/2/distra__o_e_choque___tese_na_biblioteca_ago_2018.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv cfd0974512aec39294d349d69bcf44c6
6e58aa982ef0f800ae2bd7fff2139ac3
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589191210106880