Síntese, ensaios in vitro e estudos computacionais de aminoquinolinas possíveis inibidoras da cruzaína e rodesaína

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luan Carvalho Martins
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B4ZN9Z
Resumo: Este estudo relata a síntese, estudos in vitro e computacionais de aminoquinolinas potenciais inibidoras das enzimas cruzaína e rodesaína com possivel atividade tripanossomicida. A doença de Chagas, cujo agente etiológico é o Tripanossoma cruzi, afeta cerca de oito milhões de pessoas em todo o mundo. A tripanossomíase africana humana, cujo agente etiológico é o Tripanossoma brucei, é um grave problema de saúde pública na África. A quimioterapia atualmente disponível para estas doenças apresenta eficiência limitada e toxicidade significativa. As cisteíno proteases cruzaína e rodesaína, principais proteases do T. cruzi e T. brucei, respectivamente, são alvos farmacológicos validados. Uma série de possíveis inibidores da cruzaína e da rodesaína foram planejados com base em protótipo inibidor da cruzaína (CI50 = 2,5 M) da classe das indol-pirimidinas. As substâncias sintetizadas possuem um grupo 7-cloro-4-aminoquinolina e variações no comprimento, basicidade e substituintes das cadeias laterais foram exploradas. Dezesseis substâncias foram obtidas utilizando mótodos eficientes com rendimentos variando de 16% a 99%. Os ensaios enzimáticos demonstraram que os compostos desta série inibem a cruzaína com CI50 de até 13,2 M e a rodesaína com CI50 de até 33,3 M. O modo de inibição da substância mais potente contra a cruzaína foi determinado como competitivo. Foi avaliada também a atividade tripanossomicida da série contra formas amastigotas intracelulares de T. cruzi e a citotoxicidade sobre fibroblastos não infectados. Foram identificadas três substâncias com CI50 menor do que 50 µM, porém com baixo índice de seletividade. Estudos de ancoragem molecular utilizando estruturas cristalográficas da cruzaína e rodesaína foram realizados. Os resultados de ancoragem na cruzaína sugerem que o anel quinolínico pode ocupar o subsítio hidrofóbico S2 e a cadeia lateral, mais flexível, pode interagir com resíduos dos subsítios S3 ou S1. Estudos de dinâmica molecular foram conduzidos e sugerem que o modo de ligação da substância mais potente contra a cruzaína pode ser dissimilar ao modo de ligação de ligantes cristalográficos possuindo grupos semelhantes. Os resultados sugerem que aminoquinolinas podem ser promissoras na busca por inibidores da cruzaína e rodesaína.
id UFMG_aed16897e1d75d70f3a486e95bbf4456
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-B4ZN9Z
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Renata Barbosa de OliveiraRafaela Salgado FerreiraVinicius Goncalves MaltarolloRafael Pinto VieiraLuan Carvalho Martins2019-08-13T14:32:04Z2019-08-13T14:32:04Z2016-02-24http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B4ZN9ZEste estudo relata a síntese, estudos in vitro e computacionais de aminoquinolinas potenciais inibidoras das enzimas cruzaína e rodesaína com possivel atividade tripanossomicida. A doença de Chagas, cujo agente etiológico é o Tripanossoma cruzi, afeta cerca de oito milhões de pessoas em todo o mundo. A tripanossomíase africana humana, cujo agente etiológico é o Tripanossoma brucei, é um grave problema de saúde pública na África. A quimioterapia atualmente disponível para estas doenças apresenta eficiência limitada e toxicidade significativa. As cisteíno proteases cruzaína e rodesaína, principais proteases do T. cruzi e T. brucei, respectivamente, são alvos farmacológicos validados. Uma série de possíveis inibidores da cruzaína e da rodesaína foram planejados com base em protótipo inibidor da cruzaína (CI50 = 2,5 M) da classe das indol-pirimidinas. As substâncias sintetizadas possuem um grupo 7-cloro-4-aminoquinolina e variações no comprimento, basicidade e substituintes das cadeias laterais foram exploradas. Dezesseis substâncias foram obtidas utilizando mótodos eficientes com rendimentos variando de 16% a 99%. Os ensaios enzimáticos demonstraram que os compostos desta série inibem a cruzaína com CI50 de até 13,2 M e a rodesaína com CI50 de até 33,3 M. O modo de inibição da substância mais potente contra a cruzaína foi determinado como competitivo. Foi avaliada também a atividade tripanossomicida da série contra formas amastigotas intracelulares de T. cruzi e a citotoxicidade sobre fibroblastos não infectados. Foram identificadas três substâncias com CI50 menor do que 50 µM, porém com baixo índice de seletividade. Estudos de ancoragem molecular utilizando estruturas cristalográficas da cruzaína e rodesaína foram realizados. Os resultados de ancoragem na cruzaína sugerem que o anel quinolínico pode ocupar o subsítio hidrofóbico S2 e a cadeia lateral, mais flexível, pode interagir com resíduos dos subsítios S3 ou S1. Estudos de dinâmica molecular foram conduzidos e sugerem que o modo de ligação da substância mais potente contra a cruzaína pode ser dissimilar ao modo de ligação de ligantes cristalográficos possuindo grupos semelhantes. Os resultados sugerem que aminoquinolinas podem ser promissoras na busca por inibidores da cruzaína e rodesaína.In this work a series of aminoquinolines, potential inhibitors of cruzain and rhodesain, was synthesized, evaluated on in vitro assays and studied by in silico methods. Chagas disease is caused by Tripanossoma cruzi and about 8 million are estimated to be infected worldwide. Human African trypanosomiasis caused by Tripanossoma brucei is a major health problem in Africa. Current drugs used in treatment of both diseases shows high toxicity and low efficacy. Cysteine proteases cruzain and rhodesain, major proteases of T. cruzi and T. brucei respectively, are validated drug targets. A series of potential inhibitors of cruzain and rhodesain was planned based on a lead indolepyrimidine cruzain inhibitor (IC50 = 2.5 M). The synthesized series contains a 7chloro-4-aminoquinoline motif and various side chain lengths and basicity was explored. Sixteen compounds were prepared employing straightforward procedures with yields from 16% to 99%. Enzymatic assays showed that this series inhibited cruzain with CI50 as low as 13,2 M and rhodesain with IC50 as low as 33,3 M. The most potent cruzain inhibitor, aminoquinoline 20b, was found to be a competitive inhibitor. The activity of the compounds was evaluated in vitro against intracellular amastigotes T. cruzi and cytotoxicity on the normal fibroblast was evaluated. Among the compounds evaluated, three of them showed an IC50 lower than 50 µM, however low selectivity indexes were found. Docking studies against crystallographic structures of cruzain and rhodesain were conducted. The results of these studies suggest that the quinoline moiety can occupy the S2 pocket while the more flexible side chain can explore either S3 or S1 pockets. In order to gain further insight on binding mode of the aminoquinoline 20b, molecular dynamics were performed. The analysis of results suggests that the binding mode of this coumpound may differ from crystallographic binding modes of ligands containg similar groups. The results as a whole show that aminoquinolines may be a promising class in further investigations of cruzain and rhodeain inhibitors.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGCruzaínaTripanossoma cruziAminoquinolinasChagas, Doença deDinamica molecularRodesaínaCruzaínaAncoragem molecularAminoquinolinasRodesaínaDinâmica molecularSíntese, ensaios in vitro e estudos computacionais de aminoquinolinas possíveis inibidoras da cruzaína e rodesaínainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_luan_carvalho_martins.pdfapplication/pdf21721254https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B4ZN9Z/1/disserta__o_luan_carvalho_martins.pdf3aa8ad5aa1c3391dd520b270f4355bb5MD51TEXTdisserta__o_luan_carvalho_martins.pdf.txtdisserta__o_luan_carvalho_martins.pdf.txtExtracted texttext/plain292588https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B4ZN9Z/2/disserta__o_luan_carvalho_martins.pdf.txt9c639c5e38b701bcbd525e87f021e7f6MD521843/BUOS-B4ZN9Z2019-11-15 03:24:52.693oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-B4ZN9ZRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-15T06:24:52Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Síntese, ensaios in vitro e estudos computacionais de aminoquinolinas possíveis inibidoras da cruzaína e rodesaína
title Síntese, ensaios in vitro e estudos computacionais de aminoquinolinas possíveis inibidoras da cruzaína e rodesaína
spellingShingle Síntese, ensaios in vitro e estudos computacionais de aminoquinolinas possíveis inibidoras da cruzaína e rodesaína
Luan Carvalho Martins
Cruzaína
Ancoragem molecular
Aminoquinolinas
Rodesaína
Dinâmica molecular
Cruzaína
Tripanossoma cruzi
Aminoquinolinas
Chagas, Doença de
Dinamica molecular
Rodesaína
title_short Síntese, ensaios in vitro e estudos computacionais de aminoquinolinas possíveis inibidoras da cruzaína e rodesaína
title_full Síntese, ensaios in vitro e estudos computacionais de aminoquinolinas possíveis inibidoras da cruzaína e rodesaína
title_fullStr Síntese, ensaios in vitro e estudos computacionais de aminoquinolinas possíveis inibidoras da cruzaína e rodesaína
title_full_unstemmed Síntese, ensaios in vitro e estudos computacionais de aminoquinolinas possíveis inibidoras da cruzaína e rodesaína
title_sort Síntese, ensaios in vitro e estudos computacionais de aminoquinolinas possíveis inibidoras da cruzaína e rodesaína
author Luan Carvalho Martins
author_facet Luan Carvalho Martins
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Renata Barbosa de Oliveira
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Rafaela Salgado Ferreira
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Vinicius Goncalves Maltarollo
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Rafael Pinto Vieira
dc.contributor.author.fl_str_mv Luan Carvalho Martins
contributor_str_mv Renata Barbosa de Oliveira
Rafaela Salgado Ferreira
Vinicius Goncalves Maltarollo
Rafael Pinto Vieira
dc.subject.por.fl_str_mv Cruzaína
Ancoragem molecular
Aminoquinolinas
Rodesaína
Dinâmica molecular
topic Cruzaína
Ancoragem molecular
Aminoquinolinas
Rodesaína
Dinâmica molecular
Cruzaína
Tripanossoma cruzi
Aminoquinolinas
Chagas, Doença de
Dinamica molecular
Rodesaína
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Cruzaína
Tripanossoma cruzi
Aminoquinolinas
Chagas, Doença de
Dinamica molecular
Rodesaína
description Este estudo relata a síntese, estudos in vitro e computacionais de aminoquinolinas potenciais inibidoras das enzimas cruzaína e rodesaína com possivel atividade tripanossomicida. A doença de Chagas, cujo agente etiológico é o Tripanossoma cruzi, afeta cerca de oito milhões de pessoas em todo o mundo. A tripanossomíase africana humana, cujo agente etiológico é o Tripanossoma brucei, é um grave problema de saúde pública na África. A quimioterapia atualmente disponível para estas doenças apresenta eficiência limitada e toxicidade significativa. As cisteíno proteases cruzaína e rodesaína, principais proteases do T. cruzi e T. brucei, respectivamente, são alvos farmacológicos validados. Uma série de possíveis inibidores da cruzaína e da rodesaína foram planejados com base em protótipo inibidor da cruzaína (CI50 = 2,5 M) da classe das indol-pirimidinas. As substâncias sintetizadas possuem um grupo 7-cloro-4-aminoquinolina e variações no comprimento, basicidade e substituintes das cadeias laterais foram exploradas. Dezesseis substâncias foram obtidas utilizando mótodos eficientes com rendimentos variando de 16% a 99%. Os ensaios enzimáticos demonstraram que os compostos desta série inibem a cruzaína com CI50 de até 13,2 M e a rodesaína com CI50 de até 33,3 M. O modo de inibição da substância mais potente contra a cruzaína foi determinado como competitivo. Foi avaliada também a atividade tripanossomicida da série contra formas amastigotas intracelulares de T. cruzi e a citotoxicidade sobre fibroblastos não infectados. Foram identificadas três substâncias com CI50 menor do que 50 µM, porém com baixo índice de seletividade. Estudos de ancoragem molecular utilizando estruturas cristalográficas da cruzaína e rodesaína foram realizados. Os resultados de ancoragem na cruzaína sugerem que o anel quinolínico pode ocupar o subsítio hidrofóbico S2 e a cadeia lateral, mais flexível, pode interagir com resíduos dos subsítios S3 ou S1. Estudos de dinâmica molecular foram conduzidos e sugerem que o modo de ligação da substância mais potente contra a cruzaína pode ser dissimilar ao modo de ligação de ligantes cristalográficos possuindo grupos semelhantes. Os resultados sugerem que aminoquinolinas podem ser promissoras na busca por inibidores da cruzaína e rodesaína.
publishDate 2016
dc.date.issued.fl_str_mv 2016-02-24
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-13T14:32:04Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-13T14:32:04Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B4ZN9Z
url http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B4ZN9Z
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B4ZN9Z/1/disserta__o_luan_carvalho_martins.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B4ZN9Z/2/disserta__o_luan_carvalho_martins.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 3aa8ad5aa1c3391dd520b270f4355bb5
9c639c5e38b701bcbd525e87f021e7f6
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589436969058304