Mortalidade infantil em Belo Horizonte: a aplicabilidade da lista de causas de mortes evitáveis por intervenções do Sistema Único de Saúde do Brasil

• Autor(a) principal: Sara Teles de Meneses
• Data de Publicação: 2011
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9DSEBB
• topic: Causa de morte; Mortalidade infantil; Evitabilidade; Epidemiologia

A mortalidade infantil é um evento ainda muito comum nos países em desenvolvimento e representa um grande problema de saúde pública, por ser um evento precoce e em grande parte evitável. A análise da mortalidade infantil específica por causas pode refletir desigualdades relevantes entre populações, regiões e países. Trata-se de um estudo descritivo do tipo retrospectivo, com o objetivo de analisar os óbitos de menores de um ano de idade dos residentes de Belo Horizonte no período de 2006 a 2008, segundo critérios de evitabilidade. Foram utilizados como fonte de dados, os bancos do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS) e do Sistema de Informação sobre Nascidos vivos (SINASC). As causas básicas de morte, contidas nas Declarações de Óbitos (DO) foram codificadas de acordo com a 10ª revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID 10) e foram agrupadas segundo critérios de evitabilidade das doenças, propostos na atualização da Lista de Causas de Mortes Evitáveis por Intervenção do SUS 2010. Foram calculadas as taxas de mortalidade e mortalidade proporcional por componente e por principais grupos de causas. Em Belo Horizonte, no período estudado houve um decréscimo de 8,64% no coeficiente de mortalidade infantil. Tanto o componente neonatal tardio quanto o pós-neonatal apresentaram variação decrescente, mas o componente pós-neonatal apresentou maior decréscimo, cerca de 22,60%. Já o componente neonatal precoce apresentou um pequeno aumento de 5,77%. As causas evitáveis e as causas mal definidas apresentaram tendências decrescentes, com variações de 9,47% e 16,88%, respectivamente. A mortalidade infantil reduzível por ações adequadas de diagnóstico e tratamento declinou 37,61%, adequada atenção ao feto e ao recém nascido, 19,13% e por adequadas atenção à mulher na gestação e parto cresceram 12,60% e 4,05%, respectivamente. Os óbitos relacionados á prematuridade, baixo peso ao nascer, transtornos respiratórios e infecções específicas do período perinatal se destacaram com 37,8% das mortes no período. A utilização, nesse estudo, da atualização da Lista de Causas de Mortes Evitáveis por Intervenções do SUS, permitiu identificar quais óbitos são os mais passiveis de prevenção, bem como avaliar em quais causas houve a maior redução da mortalidade. Foi possível ainda, identificar a necessidade de melhoria na assistência, principalmente nos momentos da gestação, pré-parto e parto.