Avanços e desafios do programa de controle da esquistossomose em municípios do Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Humberto Ferreira de Oliveira Quites
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/GCPA-9B6HMR
Resumo: Este estudo tem como objetivo analisar a organização e a operacionalização das ações de vigilância e controle da esquistossomose após o processo de descentralização nos 25 municípios endêmicos pertencentes à Gerência Regional de Saúde (GRS) de Pedra Azul, Minas Gerais. Foi realizado um estudo avaliativo do tipo normativo sobre as ações de vigilância e controle da esquistossomose realizada pelo Programa de Controle da Esquistossomose (PCE), sendo calculado o Grau de Implantação (GI) para cada município. Foram utilizados questionários estruturados com os gestores responsáveis pela coordenação do PCE, pela coordenação da Atenção Básica, pela Secretaria Municipal de Saúde em um total de 75 profissionais. Foram realizadas distribuição de frequências, médias, medianas e desvios-padrão para relacionar os aspectos das ações de controle da doença no programa e na Atenção Básica. Além destes, foram entrevistados um profissional de saúde, médico ou enfermeiro, da Estratégia Saúde da Família (ESF) (n=97). Utilizou-se a análise de Modelos de Variáveis Latentes para definir um escore a fim de avaliar a qualidade da assistência prestada relacionada ao diagnóstico, tratamento e controle da esquistossomose pela ESF na Atenção Básica em Saúde (ABS) por estes profissionais. Em relação ao GI, 72% dos municípios tiveram seus programas considerados parcialmente implantados e os demais classificados como não implantados. Doze municípios apresentaram a estrutura dos serviços satisfatória e apenas um na dimensão processo. Apenas dez municípios conseguem abranger toda a sua extensão territorial além de conviver com a eventual priorização de outras atividades em saúde. Falta de transporte e profissionais qualificados, além de recursos financeiros para desempenharem suas atividades com qualidade apesar do suporte da regional de saúde. Não existe uma relação explícita entre o GI do PCE e a qualidade das atividades desenvolvidas na ESF relacionadas ao controle da esquistossomose. Municípios classificados como parcialmente implantados distribuíram-se sem grandes diferenças quanto aos escores da avaliação da qualidade da ESF como crítico (28,0%), insatisfatório (28,0%), satisfatório (11,0%) e excelente (33,0%). Dentre as atividades pouco utilizadas pelas equipes da ESF destacam-se a falta de estratégias para combater a infecção, a não utilização do método diagnóstico Kato-Katz e o recebimento insuficiente de material. Nossos resultados indicam que as ações de vigilância e controle da esquistossomose em nível municipal na GRS investigada não acontecem de forma sistemática, planejada e integrada, comprometendo a qualidade e a resolutividade da assistência e controle da esquistossomose na população. Ainda existem poucas estratégias de vigilância e controle da infecção na APS nesta área endêmica. Não há uniformidade das ações e uma integração efetiva entre estes profissionais e o PCE. Faltam acompanhamento e avaliação na execução nas atividades realizadas. Este cenário associado aos problemas sociais e estruturais do município favorece a permanência desta endemia na região.
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Foram realizadas distribuição de frequências, médias, medianas e desvios-padrão para relacionar os aspectos das ações de controle da doença no programa e na Atenção Básica. Além destes, foram entrevistados um profissional de saúde, médico ou enfermeiro, da Estratégia Saúde da Família (ESF) (n=97). Utilizou-se a análise de Modelos de Variáveis Latentes para definir um escore a fim de avaliar a qualidade da assistência prestada relacionada ao diagnóstico, tratamento e controle da esquistossomose pela ESF na Atenção Básica em Saúde (ABS) por estes profissionais. Em relação ao GI, 72% dos municípios tiveram seus programas considerados parcialmente implantados e os demais classificados como não implantados. Doze municípios apresentaram a estrutura dos serviços satisfatória e apenas um na dimensão processo. Apenas dez municípios conseguem abranger toda a sua extensão territorial além de conviver com a eventual priorização de outras atividades em saúde. Falta de transporte e profissionais qualificados, além de recursos financeiros para desempenharem suas atividades com qualidade apesar do suporte da regional de saúde. Não existe uma relação explícita entre o GI do PCE e a qualidade das atividades desenvolvidas na ESF relacionadas ao controle da esquistossomose. Municípios classificados como parcialmente implantados distribuíram-se sem grandes diferenças quanto aos escores da avaliação da qualidade da ESF como crítico (28,0%), insatisfatório (28,0%), satisfatório (11,0%) e excelente (33,0%). Dentre as atividades pouco utilizadas pelas equipes da ESF destacam-se a falta de estratégias para combater a infecção, a não utilização do método diagnóstico Kato-Katz e o recebimento insuficiente de material. Nossos resultados indicam que as ações de vigilância e controle da esquistossomose em nível municipal na GRS investigada não acontecem de forma sistemática, planejada e integrada, comprometendo a qualidade e a resolutividade da assistência e controle da esquistossomose na população. Ainda existem poucas estratégias de vigilância e controle da infecção na APS nesta área endêmica. Não há uniformidade das ações e uma integração efetiva entre estes profissionais e o PCE. Faltam acompanhamento e avaliação na execução nas atividades realizadas. Este cenário associado aos problemas sociais e estruturais do município favorece a permanência desta endemia na região.This study aims to analyze the organization and operation of surveillance and control of schistosomiasis after the decentralization process in the 25 endemic municipalities belonging to the Regional Health Management (SWM) of Pedra Azul, Minas Gerais. We conducted an normative assessment study on surveillance and control of schistosomiasis held by the Schistosomiasis Control Program (SCP) and calculating the Degree of Implementation (DI) for each municipality. We used structured questionnaires with managers responsible for coordinating the SCP, the coordination of primary care, the Municipal Health Bureau on a total of 75 professionals. Were performed frequency distribution, mean, median and standard deviations relate to aspects of control of the disease in the program and Primary Care. Besides these, we interviewed a healthcare professional, doctor or nurse, the Family Health Strategy (FHS) (n = 97). We used analysis of Latent Variable Models to define a score to assess the quality of care related to the diagnosis, treatment and control of schistosomiasis by the FHS in Primary Health Care (PHC) by these professionals. In relation to DI, 72% of municipalities had their programs considered partially implemented and the remaining classified as nondeployed. Twelve counties had the structure of services and only one satisfactory as the dimension process. Only ten municipalities can cover all its territorial extension besides livingwith the possible prioritization of other health activities. Lack of transportation and qualified professionals, and financial resources to carry out their activities with quality despite the support of regional health. There is not a direct relationship between the DI of SCP and quality of activities related to schistosomiasis control in the FHS. Municipalities classified as partially deployed distributed without great differences in the scores of quality evaluation of FHS as critical (28.0%), unsatisfactory (28.0%), satisfactory (11.0%) and excellent (33.0 %). Among the activities underused by FHS teams highlight the lack of strategies to combat the infection, not using the Kato-Katz method diagnosis and receiving insufficient material. Our results indicate that the surveillance and control of schistosomiasis at the municipal level in SWM not happen investigated systematically planned and integrated, compromising the quality andoutcomes of care and control of schistosomiasis in the population. Yet there are few strategies for surveillance and control of infection in endemic area in this PHC. There is no uniformity of actions and an effective integration between these professionals and the SPC. Insufficient monitoring and evaluation activities in the implementation. This scenario associated with social and structural problems of the municipality favors the permanence of this endemic region.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGBrasilAtenção Primária à Saúde/organização & administraçãoHumanosServiços de Vigilância Epidemiol[ógicaEnfermagemQuestionáriosEsquistossomose/prevenção & controleProjetos de SaúdeVigilância EpidemiológicaEsquistossomose MansoniDescentralizaçãoAvaliação de ProgramasPrograma Saúde da FamíliaAvanços e desafios do programa de controle da esquistossomose em municípios do Vale do Jequitinhonha em Minas Geraisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALhumberto_ferreira_de_oliveira_quites.pdfapplication/pdf1566078https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/GCPA-9B6HMR/1/humberto_ferreira_de_oliveira_quites.pdfcc1f36631a7f45285c947aee179846f3MD51TEXThumberto_ferreira_de_oliveira_quites.pdf.txthumberto_ferreira_de_oliveira_quites.pdf.txtExtracted texttext/plain316910https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/GCPA-9B6HMR/2/humberto_ferreira_de_oliveira_quites.pdf.txt09067fa47d347dc9cb3933cc6260ddb3MD521843/GCPA-9B6HMR2019-11-14 04:36:19.031oai:repositorio.ufmg.br:1843/GCPA-9B6HMRRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T07:36:19Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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