Um estudo sobre a capacidade de categorização auditiva em função da idade e da presença de dislexia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Brigida Maris Franco Barbosa
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9PFHHJ
Resumo: O reconhecimento e identificação de padrões auditivos exercem um papel fundamental na percepção da fala e na aquisição da leitura e escrita. A Dislexia é um distúrbio neurológico que é caracterizado pela dificuldade com a fluência correta na leitura, decodificação de sons e soletração. Entende-se que a capacidade de categorização auditiva esteja intrinsecamente relacionada ao processamento da fala e à consciência fonológica. O presente estudo tem como objetivo analisar a capacidade de categorização auditiva em função da idade e da presença de Dislexia utilizando o MorPhala, ferramenta de morphing da fala desenvolvida no CEFALA-UFMG, para gerar estímulos auditivos que mudam gradualmente de um som bem definido para outro e usar tais estímulos para a realização de testes. Foram constituídos 3 grupos de participantes: Grupo 1 (disléxicos de 7 a 17 anos), Grupo 2 (não disléxicos de 7 a 17 anos) e Grupo 3 (pré-escolares de 3 a 6 anos). A pesquisa foi dividida em 3 etapas: (i) anamnese, meatoscopia e triagem auditiva; (ii) realização do teste de categorização; e (iii) comparação e análise dos resultados. Cada indivíduo ouviu 2 conjuntos de frases, cujas palavras-alvo abordaram a transição entre os sons /a/ e //, e foram forçados a apontar a figura correspondente à palavra ouvida. Para cada par de figuras, houve 17 estímulos diferentes, cada um deles repetido 5 vezes, num total de 85 estímulos apresentados em ordem aleatória. Curvas psicométricas de categorização, modeladas por sigmóides, foram traçadas para cada resposta. Os fatores fixados de análise foram o grupo de indivíduos, idade e sexo. 70% dos sujeitos do Grupo 1 e 71% do Grupo 3 apresentaram grandes dificuldades de categorização auditiva. No Grupo 2 houve uma divisão similar entre a porcentagem de indivíduos que não tiveram (53%) e que tiveram dificuldades (47%) nesta capacidade. Os disléxicos, ainda que tenham baixa capacidade de categorização auditiva na faixa etária de 7 a 11 anos, quando comparados com os não disléxicos, adquirem tal capacidade entre 12 e 17 anos. Enquanto 60% dos não disléxicos, de 7 a 11 anos, apresentaram a capacidade de categorização, apenas 18% dos disléxicos da mesma faixa etária foram capazes de categorizar. Já entre 12 e 17 anos, os disléxicos atingem 44% de capacidade de categorização, comparável à dos informantes não disléxicos (46%) da mesma faixa etária. Já nos pré-escolares, a capacidade de categorização cresce progressivamente atingindo 41% aos 6 anos. Não houve uma diferença significativa (p=0,7) da capacidade de categorização auditiva entre os sexos masculino e feminino em todos os 3 grupos. O teste utilizado na pesquisa contribuiu para a verificação do desenvolvimento da habilidade de categorização auditiva em crianças e adolescentes e demonstrou que a capacidade de categorização do som tende a melhorar de forma e velocidades diferentes em função da idade e da presença ou não da Dislexia, além de ser um indicativo de ausência de Dislexia.
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Foram constituídos 3 grupos de participantes: Grupo 1 (disléxicos de 7 a 17 anos), Grupo 2 (não disléxicos de 7 a 17 anos) e Grupo 3 (pré-escolares de 3 a 6 anos). A pesquisa foi dividida em 3 etapas: (i) anamnese, meatoscopia e triagem auditiva; (ii) realização do teste de categorização; e (iii) comparação e análise dos resultados. Cada indivíduo ouviu 2 conjuntos de frases, cujas palavras-alvo abordaram a transição entre os sons /a/ e //, e foram forçados a apontar a figura correspondente à palavra ouvida. Para cada par de figuras, houve 17 estímulos diferentes, cada um deles repetido 5 vezes, num total de 85 estímulos apresentados em ordem aleatória. Curvas psicométricas de categorização, modeladas por sigmóides, foram traçadas para cada resposta. Os fatores fixados de análise foram o grupo de indivíduos, idade e sexo. 70% dos sujeitos do Grupo 1 e 71% do Grupo 3 apresentaram grandes dificuldades de categorização auditiva. No Grupo 2 houve uma divisão similar entre a porcentagem de indivíduos que não tiveram (53%) e que tiveram dificuldades (47%) nesta capacidade. Os disléxicos, ainda que tenham baixa capacidade de categorização auditiva na faixa etária de 7 a 11 anos, quando comparados com os não disléxicos, adquirem tal capacidade entre 12 e 17 anos. Enquanto 60% dos não disléxicos, de 7 a 11 anos, apresentaram a capacidade de categorização, apenas 18% dos disléxicos da mesma faixa etária foram capazes de categorizar. Já entre 12 e 17 anos, os disléxicos atingem 44% de capacidade de categorização, comparável à dos informantes não disléxicos (46%) da mesma faixa etária. Já nos pré-escolares, a capacidade de categorização cresce progressivamente atingindo 41% aos 6 anos. Não houve uma diferença significativa (p=0,7) da capacidade de categorização auditiva entre os sexos masculino e feminino em todos os 3 grupos. O teste utilizado na pesquisa contribuiu para a verificação do desenvolvimento da habilidade de categorização auditiva em crianças e adolescentes e demonstrou que a capacidade de categorização do som tende a melhorar de forma e velocidades diferentes em função da idade e da presença ou não da Dislexia, além de ser um indicativo de ausência de Dislexia.The recognition and identification of sound patterns have a fundamental role in speech perception and in the acquisition of reading and writing. Dyslexia is a neurological disorder that is characterized by difficulty with correct fluency in reading, decoding sounds and spelling. It is believed that the ability of auditory categorization is intrinsically related to speech processing and phonological awareness. The present study aims to analyze the ability of auditory categorization based on age and on the presence of Dyslexia using MorPhala, a speech morphing tool developed at CEFALA-UFMG, to generate auditory stimuli which gradually change from one sound into another well defined sound and to use these stimuli to perform tests. Three groups of subjects were formed: Group 1 (dyslexic aged 7 to 17), Group 2 (no dyslexic aged 7 to 17) and Group 3 (preschoolers aged 3 to 6). The research was divided into 3 stages: (i) a medical interview, meatoscopy and hearing screening, (ii) categorization tests, and (iii) comparison and analysis of the results. Each subject was presented two sets of sentences, with target words which addressed the transition between the sounds /a/ and //, and were forced to point out the picture matching to the word heard. For each pair of figures, there were 17 different stimuli, each one repeated five times for a total of 85 stimuli presented at random. A psychometric categorization curve, modeled by a sigmoid, was plotted for each test. The fixed factors analyzed were the group of individuals, age and gender. 70% of subjects in Group 1 and 71% of Group 3 showed great difficulties in auditory categorization. In Group 2 there was a similar division among the percentage of the individuals with (53%) and without difficulties (47%) in this capacity. Dyslexic subjects have low capacity of auditory categorization in the age group aged 7 to 11 when compared with non-dyslexic. Nevertheless, they acquire such a capacity between 12 and 17 years old. While 60% of non-dyslexic subjects aged 7 to 11 had the ability to categorize, only 18% of dyslexic subjects in the same age group were able to categorize. Later, when aged between 12 and 17, 44% of the dyslexic subjects have ability to categorize, which is comparable to non-dyslexic subjects (46%) of the same age group. In pre-school, the ability of categorization tends to develop progressively, reaching 41% at 6 years. There was no significant difference (p = 0.7) in the ability of auditory categorization between males and females in all 3 groups. The test used in the study contributed to the verification of the development of auditory categorization skill in children and adolescents. It has demonstrated that the ability to categorize speech sounds tends to improve at different speeds depending on age and the presence or not of Dyslexia, being an evidence of the absence of Dyslexia.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGDislexiaCategorização (Psicologia)AudiçãoFonoaudiologiaDislexiaCategorizaçãoMorphing da falaUm estudo sobre a capacidade de categorização auditiva em função da idade e da presença de dislexiainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALmsc_brigida_maris.pdfapplication/pdf2305513https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9PFHHJ/1/msc_brigida_maris.pdf0e6c17de5164ca36190284a36ef6e537MD51TEXTmsc_brigida_maris.pdf.txtmsc_brigida_maris.pdf.txtExtracted texttext/plain252368https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9PFHHJ/2/msc_brigida_maris.pdf.txt6c7fb960ca71ab4c0368034245c6c8ebMD521843/BUOS-9PFHHJ2019-11-14 20:05:58.591oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-9PFHHJRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T23:05:58Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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