Variação temporal da comunidade de formigas ao longo de um gradiente altitudinal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rayana Mello Souza
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-ADUPW5
Resumo: A necessidade de se estudar e compreender como as alterações climáticas afetam a biodiversidade com o passar do tempo é cada vez maior. Gradientes altitudinais são grandes modelos ecológicos, dentro dos quais a diminuição da riqueza com o aumento da altitude é o padrão mais encontrado. Os mecanismos inerentes a este padrão geralmente são associados com mudanças nas condições, como clima e solo, na medida em que subimos a montanha, podendo atuar em distintas escalas (espaciais e temporais). Sendo seres termófilos, as formigas podem ser influenciadas pela temperatura, tanto na escala local quanto na global. O particionamento da diversidade é uma forma útil de lidar com estes mecanismos que atuam em diferentes escalas, sendo assim, o objetivo desse estudo foi testar se os fatores climáticos (temperatura, umidade e precipitação) determinam a variação temporal da comunidade de formigas em distintas escalas (, e ) em um gradiente altitudinal tropical e se este efeito se altera com a elevação. O estudo foi conduzido na Serra do Cipó utilizando sete áreas em distintas cotas altitudinais (800m à 1400 m). Foram amostrados 15 pontos por área, onde instalou-se armadilhas do tipo pitfall de janeiro/2012 à janeiro/2014, trimestralmente. A abordagem multiplicativa foi utilizada para calcular os componentes da diversidade (gama), (alfa) e (beta), que foram representados à cada coleta pela riqueza de cada altitude, riqueza média de cada altitude e a razão entre esses parâmetros (=/), respectivamente, sendo o último a representação da diversidade de diferenciação em cada altitude. Um total de 166 espécies de formigas foram amostradas. Ao longo do tempo ocorreram alterações na atividade de formigas em todo o gradiente, observando-se um efeito positivo da temperatura na diversidade local e da umidade na diversidade regional, porém ambos os efeitos não diferiram com a altitude. Nenhum dos fatores climáticos determinaram a variação temporal da diversidade (beta) ao longo do gradiente estudado. Nossos dados mostraram que a variação climática tem forte relação com a variação temporal da comunidade de formigas e corroboram a hipótese de alterações em diferentes níveis da estrutura ecológica em ecossistemas montanos, como previsto pelos modelos de aquecimento global.
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O particionamento da diversidade é uma forma útil de lidar com estes mecanismos que atuam em diferentes escalas, sendo assim, o objetivo desse estudo foi testar se os fatores climáticos (temperatura, umidade e precipitação) determinam a variação temporal da comunidade de formigas em distintas escalas (, e ) em um gradiente altitudinal tropical e se este efeito se altera com a elevação. O estudo foi conduzido na Serra do Cipó utilizando sete áreas em distintas cotas altitudinais (800m à 1400 m). Foram amostrados 15 pontos por área, onde instalou-se armadilhas do tipo pitfall de janeiro/2012 à janeiro/2014, trimestralmente. A abordagem multiplicativa foi utilizada para calcular os componentes da diversidade (gama), (alfa) e (beta), que foram representados à cada coleta pela riqueza de cada altitude, riqueza média de cada altitude e a razão entre esses parâmetros (=/), respectivamente, sendo o último a representação da diversidade de diferenciação em cada altitude. Um total de 166 espécies de formigas foram amostradas. Ao longo do tempo ocorreram alterações na atividade de formigas em todo o gradiente, observando-se um efeito positivo da temperatura na diversidade local e da umidade na diversidade regional, porém ambos os efeitos não diferiram com a altitude. Nenhum dos fatores climáticos determinaram a variação temporal da diversidade (beta) ao longo do gradiente estudado. Nossos dados mostraram que a variação climática tem forte relação com a variação temporal da comunidade de formigas e corroboram a hipótese de alterações em diferentes níveis da estrutura ecológica em ecossistemas montanos, como previsto pelos modelos de aquecimento global.The need to study and understand how climate change will affect biodiversity over time is increasingly. Altitudinal gradients are great ecological models, within which the decreased richness with increasing altitude is the pattern most encountered. The mechanisms inherent in this pattern are generally associated with changes in conditions such as climate and soil, insofar as we climbed the mountain, and can act in different spatial scales (spatial and temporal). Being thermophilic beings, the ants can be influenced by temperature, both in the local and global scale. Partitioning of diversity is a useful way to deal with these mechanisms that act at different scales, in this way, the objective of this study was to test whether the climatic factors (temperature, humidity and precipitation) determine the temporal variation of ants in different scales (, e ) in a tropical altitudinal gradient and if this effect changes with elevation. The study was conducted in Serra do Cipó using seven areas in different altitudinal quotas (800m to 1400m). Fifteen points were sampled per area, where was installed "pitfall" traps from January/2012 to January/2014, quarterly. Multiplicative approach was used to calculate the components of (gamma) , (Alpha) and (beta) diversities, which were represented at each collection by the richness of each altitude, average wealth of each altitude and the ratio of these parameters ( = /), respectively, being the last a representation of the diversity of differentiation in each. A hundred and sixty six (166) species of ants were sampled. Over time, changes happened in the activity of ants across the gradient, observing a positive effect of temperature in the local diversity and humidity in the regional diversity, but the effects did not differ with height. None of the climatic factors determined the temporal variation of (beta) diversity along the studied gradient. Our data showed that the climate variation has a strong relationship with the community temporal variation of ants and corroborate the hypothesis of changes at different levels of ecological structure in mountains ecosystems, as predicted by the models of global warming.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEcologiaSerra do CipóCadeia do EspinhaçoDiversidade BetaCampos RupestresPadrão TemporalVariação temporal da comunidade de formigas ao longo de um gradiente altitudinalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_rayana_mello_versao_p_s_banca_final.pdfapplication/pdf1593510https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-ADUPW5/1/disserta__o_rayana_mello_versao_p_s_banca_final.pdf5a121ca67b5d4670b8fa6f29f26a3802MD51TEXTdisserta__o_rayana_mello_versao_p_s_banca_final.pdf.txtdisserta__o_rayana_mello_versao_p_s_banca_final.pdf.txtExtracted texttext/plain82260https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-ADUPW5/2/disserta__o_rayana_mello_versao_p_s_banca_final.pdf.txt1be0bb1616dab6947194d542ca1a46ffMD521843/BUBD-ADUPW52019-11-14 08:36:31.578oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-ADUPW5Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T11:36:31Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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