Epidemiologia da toxoplasmose congênita em Minas Gerais: um estudo populacional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ericka Viana Machado Carellos
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-92MP8K
Resumo: Em novembro de 2006 foi iniciado um estudo intitulado Triagem Neonatal para Toxoplasmose congênita em Minas Gerais. Foi realizado o rastreamento para toxoplasmose em sangue seco, durante sete meses, em todos os recém-nascidos participantes do Programa Estadual de Triagem Neonatal de Minas Gerais (PETN-MG). As crianças com resultado positivo ou indeterminado foram convidadas a comparecer aos ambulatórios do Hospital das Clinicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG) para realização dos testes confirmatórios em soro, e para avaliação pediátrica, oftalmológica, auditiva e exames de neuroimagem. O tratamento antiparasitário foi iniciado a partir do diagnostico e continuado ate completar um ano. Entre 146.307 recém-nascidos triados (cerca de 95% dos nascidos vivos no período), foi confirmado o diagnostico de toxoplasmose congênita para 190 crianças, resultando em uma prevalência de 13 infectados para cada 10.000 nascidos vivos. Entre as crianças com diagnostico confirmado, 178 foram atendidas nos ambulatórios do HC-UFMG. A partir dos dados encontrados, no estudo acima citado, foi proposto este trabalho intitulado "Epidemiologia da toxoplasmose congênita em Minas Gerais, Brasil . um estudo populacional " com objetivo de avaliar a distribuição da toxoplasmose congênita nos municípios que compõem o Estado de Minas Gerais, e verificar os fatores de risco epidemiológicos associados com a sua ocorrência. A avaliação incluiu dois estudos com abordagens analíticas diferentes. Inicialmente foi realizado um estudo ecológico para avaliar as características demográficas e socioeconômicas dos municípios associadas com a maior prevalência da toxoplasmose congênita. Em seguida foi realizado um estudo caso-controle para avaliar a associação entre a toxoplasmose congênita e a exposição materna aos fatores de risco para infecção. Para realização do estudo ecológico, os municípios foram caracterizados do ponto de vista demográfico utilizando o censo populacional do IBGE, ano referencia de 2000. Foram utilizados dois indicadores socioeconômicos para avaliar os aspectos socioeconômicos dos municípios associados com a ocorrência da toxoplasmose congênita - o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), e o Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS), que se trata de um indicador composto criado pela Fundação João Pinheiro com objetivo de retratar o nível de desenvolvimento de cada município. O IMRS contem informações referentes às áreas da saúde; educação; meio ambiente e saneamento; segurança publica; renda e emprego; cultura, esporte e lazer; e finanças municipais. Para avaliar a associação entre a prevalência da toxoplasmose congênita e as características demográficas e socioeconômicas dos municípios foi utilizado o modelo de Poisson com inflação de zeros, que possibilitou a inclusão de todos os municípios de Minas Gerais. Observou-se que a prevalência da toxoplasmose congênita foi maior nos municípios com menor número de habitantes, e com pior desempenho nos dois indicadores socioeconômicos utilizados. O estudo caso-controle incluiu 175 mães de crianças com diagnostico de toxoplasmose congênita, identificadas a partir da triagem neonatal realizada entre 1o de novembro de 2006 e 31 de maio de 2007, e 278 mães de crianças sem suspeita de infecção. Foi utilizado o modelo de regressão logística binário para avaliar as associações, considerando-se significativas as variáveis com p . 0,05. No modelo multivariado, permaneceram associadas com a toxoplasmose congênita variáveis relacionadas aos hábitos das mães, ao ambiente, e as características demográficas e socioeconômicas das mulheres. Foram protetores para a toxoplasmose congênita a maior idade materna (OR=0,89; IC=0,85-0,93), a maior escolaridade (OR=0,85; IC95%=0,78-0,92), o consumo de água tratada (OR=0,21; IC95%=0,08-0,51), e a presença de sanitário com descarga na residência (OR=0,18; IC95%=0,04-0,78). Associaram-se com maior chance de toxoplasmose a presença de gatos na vizinhança (OR=2,27; IC95%=1,27-4,06), ser proprietário ou visitar casas onde residem gatos (OR=1,90; IC95%=1,09-3,31), habito de manusear terra (OR=2,29; IC95%=1,32-3,96) e consumir carne fresca sem congelamento prévio (OR=3,97; IC95%=2,17-7,25). Estratificados por região de residência, verificou-se que no estrato urbano e periurbano, as únicas variáveis que perderam significância foram o consumo de água tratada, e a presença de sanitário com descarga na residência que foram protetores para a toxoplasmose congênita apenas para a população residente na região rural. Permaneceram associadas com maior chance de toxoplasmose congênita no meio rural, a presença de gatos no peridomicilio, e a menor idade materna. Concluindo, observamos que a prevalência da toxoplasmose congênita em Minas Gerais e alta, e varia entre os municípios, sendo maior naqueles com indicadores de maior vulnerabilidade social e econômica. A pesquisa dos fatores individuais confirmou a associação da toxoplasmose congênita com condições socioeconômicas adversas, e mostrou predomínio dos fatores de risco relacionados à ingestão de oocistos. A observação da associação da toxoplasmose congênita com todas as variáveis pesquisadas relacionadas aos gatos, e a importância da presença dos gatos no peridomicilio tanto no meio urbano, quanto no meio rural, aponta para o meio contaminado onde as mulheres estão inseridas.
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Entre 146.307 recém-nascidos triados (cerca de 95% dos nascidos vivos no período), foi confirmado o diagnostico de toxoplasmose congênita para 190 crianças, resultando em uma prevalência de 13 infectados para cada 10.000 nascidos vivos. Entre as crianças com diagnostico confirmado, 178 foram atendidas nos ambulatórios do HC-UFMG. A partir dos dados encontrados, no estudo acima citado, foi proposto este trabalho intitulado "Epidemiologia da toxoplasmose congênita em Minas Gerais, Brasil . um estudo populacional " com objetivo de avaliar a distribuição da toxoplasmose congênita nos municípios que compõem o Estado de Minas Gerais, e verificar os fatores de risco epidemiológicos associados com a sua ocorrência. A avaliação incluiu dois estudos com abordagens analíticas diferentes. Inicialmente foi realizado um estudo ecológico para avaliar as características demográficas e socioeconômicas dos municípios associadas com a maior prevalência da toxoplasmose congênita. Em seguida foi realizado um estudo caso-controle para avaliar a associação entre a toxoplasmose congênita e a exposição materna aos fatores de risco para infecção. Para realização do estudo ecológico, os municípios foram caracterizados do ponto de vista demográfico utilizando o censo populacional do IBGE, ano referencia de 2000. Foram utilizados dois indicadores socioeconômicos para avaliar os aspectos socioeconômicos dos municípios associados com a ocorrência da toxoplasmose congênita - o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), e o Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS), que se trata de um indicador composto criado pela Fundação João Pinheiro com objetivo de retratar o nível de desenvolvimento de cada município. O IMRS contem informações referentes às áreas da saúde; educação; meio ambiente e saneamento; segurança publica; renda e emprego; cultura, esporte e lazer; e finanças municipais. 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Ericka Viana Machado Carellos
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