Por uma administração menor: cartografando vida de mulheres que dançam no Bailinho da Tia Naná e inventam outras velhices

• Autor(a) principal: Paula Gontijo Martins
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/37161; https://orcid.org/0000-0002-6111-0065
• topic: administração menor; gestão ordinária; cartografia; mulheres; velhice; dança; Administração; Mulheres idosas; Dança para idosos; Cartografia

O presente trabalho buscou realizar uma cartografia das forças imanentes da vida de mulheres que dançam no bailinho da tia Naná — baile popular de terceira idade, localizado no centro da cidade de Belo Horizonte/MG. Entendendo a velhice como um modo de existir independente de idade, mas que diz sobre um aguçamento da sensibilidade a singularidades, intensidades e acontecimentos da vida (TOTORA, 2015), com essas mulheres buscamos pistas, dicas, lampejos de outras formas de estar e conviver que tensionam, expandem e reelaboram as práticas convencionais do universo administrativo — seja em suas formas de pensar e produzir conhecimento, seja nas suas formas de fazer e organizar o cotidiano. Tomando como suporte teórico e metodológico o trabalho conjunto de Gilles Deleuze e Féliz Guattari, principalmente o que concerne aos livros pertencentes à coletânea Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia, traçamos dez mapas de forças, dentro dos quais dialogamos com os seguintes temas: o bailinho da tia Naná e seus modos de existir outros; a velhice como [d]obra de arte; a heteronormatividade e a instituição casamento; violências do sistema social patriarcal e política de localização; cor, interseccionalidade e possibilidades de reinvenção da vida; a dança como esquecer-se; e as aprendizagens em caminho. Diante de tais campos de forças, buscamos contribuir para construção de uma administração menor. Administração que tensione o pensar e o fazer das relações sociais produtivas e reprodutivas, para que abarquem a imanência da vida, e assim, expanda em atenção e cuidado, forças e formas de atuação até então não autorizadas. Amparados pelos conceitos de literatura menor, desenvolvido por Deleuze e Guattari (1977), gestão ordinária, elaborado por Alexandre Carrieri (2012, 2014), e cuidado menor, defendido por Luciana Oliveira (2020), argumentamos em prol de uma administração atenta ao que rompe, ao que modifica, ao que inventa desvios às normas; administração cuidadosa com a potência, a alegria, a multiplicidade, a complexidade e a interdependência inerente aos modos de organizar e compor o entre das vidas.