Estresse no trabalho e dor lombar crônica - uma análise longitudinal da coorte Elsa-Brasil Musculoesquelético (ELSA- Brasil MSK)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernanda Corsino Lima Hubner
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/62103
https://orcid.org/0000-0002-1942-6760
Resumo: INTRODUÇÃO: A dor lombar é principal causa de anos vividos com incapacidade em todo o mundo e consiste no local de dor musculoesquelética mais incapacitante. Estima-se que aproximadamente 70% dos anos vividos com incapacidade associados à dor lombar ocorram em pessoas em idade produtiva (20-65 anos) e é possível que a exposição ao estresse no trabalho possa explicar pelo menos parcialmente a maior carga de dor lombar crônica (DLC) nesse grupo populacional. Porém, essa hipótese não foi verificada por estudo longitudinal. OBJETIVOS: Investigar a associação entre o estresse no trabalho, segundo o modelo de desequilíbrio esforço-recompensa (ERI – do inglês effort-reward imbalance), e a incidência acumulada de DLC em 4 anos de seguimento, considerando o número de episódios de dor no período e a intensidade e/ou incapacidade relacionada a dor. MÉTODOS: Trata-se de estudo longitudinal com seguimento de três anos da coorte do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto - Musculoesquelético (ELSA-Brasil MSK). Dados da linha de base (2012-2014) e das três primeiras entrevistas anuais telefônicas foram utilizados. Foram incluídos 1733 participantes sem DLC (duração >6 meses) no ano anterior à inclusão na coorte, com informação para a escala ERI na linha de base do ELSA-Brasil MSK e para DLC nos três seguimentos telefônicos anuais. Nos seguimentos, a DLC foi definida pela presença no último mês de dor lombar com intensidade moderada/grave/muito grave e duração >3 meses. O presente estudo teve três variáveis resposta: 1) Incidência acumulada de DLC (sim/não); 2) Número de episódios de DLC (0, 1, ≥2 episódios); 3) Incidência acumulada de DLC segundo intensidade/incapacidade (ausente/muito leve/leve; moderada; grave/muito grave e/ou incapacitante). O estresse no trabalho foi avaliado pela versão longa da escala ERI. Dessa forma, as variáveis explicativas de interesse foram: o desequilibro esforço-recompensa, avaliado pela razão esforço/recompensa, e cada dimensão da escala ERI (esforço, recompensa e comprometimento excessivo) separadamente. Todas as dimensões foram categorizadas em tercis de suas distribuições. Foi utilizado o diagrama causal (Direct Acyclic Graph – DAG) como instrumento auxiliar na definição das variáveis a serem consideradas nos ajustes dos modelos que considerou o conhecimento prévio acerca dos fatores de risco comuns ao estresse no trabalho e dor lombar disponíveis na literatura. Dessa forma, foram consideradas para ajustes variáveis sociodemográficas [idade (em anos); sexo; raça/cor (branca/amarela, parda, preta/indígena) e escolaridade (superior completo; médio completo; fundamental - completo/incompleto] e características da ocupação [natureza da ocupação (não manual não rotineira, não manual rotineira e manual) e turno de trabalho (apenas diurno, noturno ou misto)]. A estimativa para as associações entre cada uma das variáveis de estresse no trabalho e a incidência acumulada de DLC foram feitas através dos modelos de regressão de Poisson. As associações das variáveis de estresse no trabalho com o número de episódios de DLC e com a incidência acumulada de DLC segundo intensidade/incapacidade foram investigadas por meio de modelos de regressão logística multinominal, por se tratar de variáveis com três categorias. RESULTADOS: A incidência acumulada de DLC em 4 anos de seguimento foi de 24,8%. Menor recompensa (1º versus 3º tercis; RR=1,24; IC95%=1,01-1,54) e alto comprometimento excessivo (3º versus 1º tercis; RR=1,23; IC95%=1,01-1,50) foram associadas a maior incidência de DLC. Do total de participantes, 10,7% reportaram múltiplos episódios de DLC (≥2 episódios). Alto esforço (3º versus 1º tercis; OR=1,48; IC95%=1,02-2,15), alta razão esforço/recompensa (3º versus 1º tercis; OR=1,67; IC95%=1,12-2,47) e alto comprometimento excessivo (3º versus 1º tercis; OR=1,67; IC=1,11-2,50) estiveram associados a maior chance de múltiplos episódios de DLC. A DLC grave/incapacitante foi reportada por 9,92% dos participantes. Menor recompensa (1º versus 3º tercis; OR=1,58; IC95%=1,02-2,44), alta razão esforço/recompensa (3º versus 1º tercis; OR=1,70; IC95%=1,14-2,53), e alto comprometimento excessivo (3º versus 1º tercis; OR=1,57; IC95%=0,5-2,34), foram independentemente associados à incidência acumulada de DLC grave/incapacitante. CONCLUSÃO: Os resultados demostraram que o estresse no trabalho, especialmente o alto comprometimento excessivo, foi associado a maior risco de DLC, maior risco de múltiplos episódios de DLC e maior risco de quadros de DLC grave e/ou incapacitante após 4 anos de seguimento. Os resultados desse estudo sugerem que medidas que atenuem a exposição ao estresse no trabalho possivelmente reduzirão a carga de DLC.
id UFMG_c6eded6233789414ba76bb7039972f4a
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/62103
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Lidyane do Valle Camelohttp://lattes.cnpq.br/6419600246128412Rosa Weiss TellesSandhi Maria BarretoLuana Giatti GonçalvesFabiane Ribeiro Ferreirahttp://lattes.cnpq.br/4740151251385893Fernanda Corsino Lima Hubner2023-12-20T13:20:44Z2023-12-20T13:20:44Z2022-12-20http://hdl.handle.net/1843/62103https://orcid.org/0000-0002-1942-6760INTRODUÇÃO: A dor lombar é principal causa de anos vividos com incapacidade em todo o mundo e consiste no local de dor musculoesquelética mais incapacitante. Estima-se que aproximadamente 70% dos anos vividos com incapacidade associados à dor lombar ocorram em pessoas em idade produtiva (20-65 anos) e é possível que a exposição ao estresse no trabalho possa explicar pelo menos parcialmente a maior carga de dor lombar crônica (DLC) nesse grupo populacional. Porém, essa hipótese não foi verificada por estudo longitudinal. OBJETIVOS: Investigar a associação entre o estresse no trabalho, segundo o modelo de desequilíbrio esforço-recompensa (ERI – do inglês effort-reward imbalance), e a incidência acumulada de DLC em 4 anos de seguimento, considerando o número de episódios de dor no período e a intensidade e/ou incapacidade relacionada a dor. MÉTODOS: Trata-se de estudo longitudinal com seguimento de três anos da coorte do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto - Musculoesquelético (ELSA-Brasil MSK). Dados da linha de base (2012-2014) e das três primeiras entrevistas anuais telefônicas foram utilizados. Foram incluídos 1733 participantes sem DLC (duração >6 meses) no ano anterior à inclusão na coorte, com informação para a escala ERI na linha de base do ELSA-Brasil MSK e para DLC nos três seguimentos telefônicos anuais. Nos seguimentos, a DLC foi definida pela presença no último mês de dor lombar com intensidade moderada/grave/muito grave e duração >3 meses. O presente estudo teve três variáveis resposta: 1) Incidência acumulada de DLC (sim/não); 2) Número de episódios de DLC (0, 1, ≥2 episódios); 3) Incidência acumulada de DLC segundo intensidade/incapacidade (ausente/muito leve/leve; moderada; grave/muito grave e/ou incapacitante). O estresse no trabalho foi avaliado pela versão longa da escala ERI. Dessa forma, as variáveis explicativas de interesse foram: o desequilibro esforço-recompensa, avaliado pela razão esforço/recompensa, e cada dimensão da escala ERI (esforço, recompensa e comprometimento excessivo) separadamente. Todas as dimensões foram categorizadas em tercis de suas distribuições. Foi utilizado o diagrama causal (Direct Acyclic Graph – DAG) como instrumento auxiliar na definição das variáveis a serem consideradas nos ajustes dos modelos que considerou o conhecimento prévio acerca dos fatores de risco comuns ao estresse no trabalho e dor lombar disponíveis na literatura. Dessa forma, foram consideradas para ajustes variáveis sociodemográficas [idade (em anos); sexo; raça/cor (branca/amarela, parda, preta/indígena) e escolaridade (superior completo; médio completo; fundamental - completo/incompleto] e características da ocupação [natureza da ocupação (não manual não rotineira, não manual rotineira e manual) e turno de trabalho (apenas diurno, noturno ou misto)]. A estimativa para as associações entre cada uma das variáveis de estresse no trabalho e a incidência acumulada de DLC foram feitas através dos modelos de regressão de Poisson. As associações das variáveis de estresse no trabalho com o número de episódios de DLC e com a incidência acumulada de DLC segundo intensidade/incapacidade foram investigadas por meio de modelos de regressão logística multinominal, por se tratar de variáveis com três categorias. RESULTADOS: A incidência acumulada de DLC em 4 anos de seguimento foi de 24,8%. Menor recompensa (1º versus 3º tercis; RR=1,24; IC95%=1,01-1,54) e alto comprometimento excessivo (3º versus 1º tercis; RR=1,23; IC95%=1,01-1,50) foram associadas a maior incidência de DLC. Do total de participantes, 10,7% reportaram múltiplos episódios de DLC (≥2 episódios). Alto esforço (3º versus 1º tercis; OR=1,48; IC95%=1,02-2,15), alta razão esforço/recompensa (3º versus 1º tercis; OR=1,67; IC95%=1,12-2,47) e alto comprometimento excessivo (3º versus 1º tercis; OR=1,67; IC=1,11-2,50) estiveram associados a maior chance de múltiplos episódios de DLC. A DLC grave/incapacitante foi reportada por 9,92% dos participantes. Menor recompensa (1º versus 3º tercis; OR=1,58; IC95%=1,02-2,44), alta razão esforço/recompensa (3º versus 1º tercis; OR=1,70; IC95%=1,14-2,53), e alto comprometimento excessivo (3º versus 1º tercis; OR=1,57; IC95%=0,5-2,34), foram independentemente associados à incidência acumulada de DLC grave/incapacitante. CONCLUSÃO: Os resultados demostraram que o estresse no trabalho, especialmente o alto comprometimento excessivo, foi associado a maior risco de DLC, maior risco de múltiplos episódios de DLC e maior risco de quadros de DLC grave e/ou incapacitante após 4 anos de seguimento. Os resultados desse estudo sugerem que medidas que atenuem a exposição ao estresse no trabalho possivelmente reduzirão a carga de DLC.INTRODUCTION: Low back pain is the main cause of years lived with disability worldwide and is the most disabling musculoskeletal pain site. It is estimated that approximately 70% of the years lived with disability associated with low back pain occur in people of working age (20-65 years) and it is possible that exposure to work stress may at least partially explain the greater burden of chronic low back pain. (CLBP) in this population group. However, this hypothesis was not verified by a longitudinal study. OBJECTIVES: To investigate the association between stress at work, according to the effort-reward imbalance model (ERI), and the cumulative incidence of CLBP in 4 years of follow-up, considering the number of episodes of pain in the period and the intensity and/or disability of the pain. METHODS: This is a longitudinal study with a three-year follow-up of the cohort of the Longitudinal Study of Adult Health - Musculoskeletal (ELSA-Brasil MSK). Baseline data (2012-2014) and the first three annual telephone interviews were used. A total of 1733 participants without CLBP (lasting >6 months) in the year prior to inclusion in the cohort were included, with information for the ERI scale at baseline of the ELSA-Brasil MSK and for CLBP in the three annual telephone follow-ups. In the follow-ups, CLBP was defined by the presence of low back pain with moderate/severe/very severe intensity and duration >3 months in the last month. The present study had three response variables: 1) Accumulated incidence of CLD (yes/no); 2) Number of CLBP episodes (0, 1, ≥2 episodes); 3) Accumulated incidence of CLD according to intensity/disability (absent/very mild/mild; moderate; severe/very severe and/or disabling). Stress at work was assessed using the long version of the ERI questionnaire. Thus, the explanatory variables of interest were: the effort-reward imbalance, assessed by the effort/reward ratio, and each dimension of the ERI scale (effort, reward and overcommitment) separately. All dimensions were categorized into tertiles of their distributions. We used the causal diagram (Direct Acyclic Graph - DAG) as an auxiliary instrument in defining the variables to be considered in the adjustments of the models that considered prior knowledge about common risk factors for stress at work and low back pain available in the literature. Thus, sociodemographic variables [age (in years); sex; race/color (white/yellow, brown, black/indigenous) and schooling (complete higher education; complete high school; elementary school - complete/incomplete) and occupation characteristics [nature of occupation (non-routine non-manual, non-routine manual and manual) and work shift (only day, night or mixed)]. The estimation for the associations between each of the variables of stress at work and the cumulative incidence of CLBP were made using Poisson regression models. The associations of stress at work variables with the number of CLBP episodes and with the cumulative incidence of CLBP according to intensity/disability were investigated using multinomial logistic regression models, as these are variables with three categories. RESULTS: The cumulative incidence of CLBP in 4 years of follow-up was 24.8%. Lower reward (1st versus 3rd tertiles; RR=1.24; 95%CI=1.01-1.54) and greater overcommitment (3rd versus 1st tertiles; RR=1.23; 95%CI=1.01-1, 50) were associated with a higher incidence of CLBP. Of the total participants, 10.7% reported multiple episodes of CLBP (≥2 episodes). Greater effort (3rd versus 1st tertiles; OR=1.48; 95%CI=1.02-2.15), greater effort/reward ratio (3rd versus 1st tertiles; OR=1.67; 95%CI=1.12- 2.47) and greater overcommitment (3rd versus 1st tertiles; OR=1.67; CI=1.11-2.50) were associated with a greater chance of having multiple CLBP episodes. Severe/disabling CLBP was reported by 9.92% of participants. Lower reward (1st versus 3rd tertiles; OR=1.58; 95%CI=1.02-2.44), higher effort/reward ratio (3rd versus 1st tertiles; OR=1.70; 95%CI=1.14- 2.53), and greater overcommitment (3rd versus 1st tertiles; OR=1.57; 95%CI=0.5-2.34), were independently associated with the cumulative incidence of severe/disabling CLBP. CONCLUSION: The results showed that stress at work, especially greater overcommitment, was associated with a higher risk of CLBP, higher risk of multiple CLBP episodes, and higher risk of severe and/or disabling CLBP after 4 years of follow-up. It is suggested that measures that mitigate exposure to stress at work will possibly reduce the burden of CLBP.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Saúde PúblicaUFMGBrasilMEDICINA - FACULDADE DE MEDICINAhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessDor LombarEstresse OcupacionalSistema MusculoesqueléticoEstudos de CoortesDesequilíbrio AlélicoEstudos de CoortesDor lombar crônicaEstresse no trabalhoDesequilíbrio esforço recompensaELSA-Brasil MusculoesqueléticoEstudo de coorteEstresse no trabalho e dor lombar crônica - uma análise longitudinal da coorte Elsa-Brasil Musculoesquelético (ELSA- Brasil MSK)Work stress and chronic low back pain - a longitudinal analysis of the Elsa - Brazil Musculoskeletal (ELSA - Brazil MSK) cohortinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINAL36.Dissertação Fernanda ajustada- FINAL.pdf36.Dissertação Fernanda ajustada- FINAL.pdfapplication/pdf2301293https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/62103/1/36.Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Fernanda%20ajustada-%20FINAL.pdf3c4db50da2123bf0745786b24b59bf9dMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/62103/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/62103/3/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD531843/621032023-12-20 10:20:44.736oai:repositorio.ufmg.br:1843/62103TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-12-20T13:20:44Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Estresse no trabalho e dor lombar crônica - uma análise longitudinal da coorte Elsa-Brasil Musculoesquelético (ELSA- Brasil MSK)
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv Work stress and chronic low back pain - a longitudinal analysis of the Elsa - Brazil Musculoskeletal (ELSA - Brazil MSK) cohort
title Estresse no trabalho e dor lombar crônica - uma análise longitudinal da coorte Elsa-Brasil Musculoesquelético (ELSA- Brasil MSK)
spellingShingle Estresse no trabalho e dor lombar crônica - uma análise longitudinal da coorte Elsa-Brasil Musculoesquelético (ELSA- Brasil MSK)
Fernanda Corsino Lima Hubner
Dor lombar crônica
Estresse no trabalho
Desequilíbrio esforço recompensa
ELSA-Brasil Musculoesquelético
Estudo de coorte
Dor Lombar
Estresse Ocupacional
Sistema Musculoesquelético
Estudos de Coortes
Desequilíbrio Alélico
Estudos de Coortes
title_short Estresse no trabalho e dor lombar crônica - uma análise longitudinal da coorte Elsa-Brasil Musculoesquelético (ELSA- Brasil MSK)
title_full Estresse no trabalho e dor lombar crônica - uma análise longitudinal da coorte Elsa-Brasil Musculoesquelético (ELSA- Brasil MSK)
title_fullStr Estresse no trabalho e dor lombar crônica - uma análise longitudinal da coorte Elsa-Brasil Musculoesquelético (ELSA- Brasil MSK)
title_full_unstemmed Estresse no trabalho e dor lombar crônica - uma análise longitudinal da coorte Elsa-Brasil Musculoesquelético (ELSA- Brasil MSK)
title_sort Estresse no trabalho e dor lombar crônica - uma análise longitudinal da coorte Elsa-Brasil Musculoesquelético (ELSA- Brasil MSK)
author Fernanda Corsino Lima Hubner
author_facet Fernanda Corsino Lima Hubner
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Lidyane do Valle Camelo
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/6419600246128412
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Rosa Weiss Telles
dc.contributor.advisor-co2.fl_str_mv Sandhi Maria Barreto
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Luana Giatti Gonçalves
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Fabiane Ribeiro Ferreira
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/4740151251385893
dc.contributor.author.fl_str_mv Fernanda Corsino Lima Hubner
contributor_str_mv Lidyane do Valle Camelo
Rosa Weiss Telles
Sandhi Maria Barreto
Luana Giatti Gonçalves
Fabiane Ribeiro Ferreira
dc.subject.por.fl_str_mv Dor lombar crônica
Estresse no trabalho
Desequilíbrio esforço recompensa
ELSA-Brasil Musculoesquelético
Estudo de coorte
topic Dor lombar crônica
Estresse no trabalho
Desequilíbrio esforço recompensa
ELSA-Brasil Musculoesquelético
Estudo de coorte
Dor Lombar
Estresse Ocupacional
Sistema Musculoesquelético
Estudos de Coortes
Desequilíbrio Alélico
Estudos de Coortes
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Dor Lombar
Estresse Ocupacional
Sistema Musculoesquelético
Estudos de Coortes
Desequilíbrio Alélico
Estudos de Coortes
description INTRODUÇÃO: A dor lombar é principal causa de anos vividos com incapacidade em todo o mundo e consiste no local de dor musculoesquelética mais incapacitante. Estima-se que aproximadamente 70% dos anos vividos com incapacidade associados à dor lombar ocorram em pessoas em idade produtiva (20-65 anos) e é possível que a exposição ao estresse no trabalho possa explicar pelo menos parcialmente a maior carga de dor lombar crônica (DLC) nesse grupo populacional. Porém, essa hipótese não foi verificada por estudo longitudinal. OBJETIVOS: Investigar a associação entre o estresse no trabalho, segundo o modelo de desequilíbrio esforço-recompensa (ERI – do inglês effort-reward imbalance), e a incidência acumulada de DLC em 4 anos de seguimento, considerando o número de episódios de dor no período e a intensidade e/ou incapacidade relacionada a dor. MÉTODOS: Trata-se de estudo longitudinal com seguimento de três anos da coorte do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto - Musculoesquelético (ELSA-Brasil MSK). Dados da linha de base (2012-2014) e das três primeiras entrevistas anuais telefônicas foram utilizados. Foram incluídos 1733 participantes sem DLC (duração >6 meses) no ano anterior à inclusão na coorte, com informação para a escala ERI na linha de base do ELSA-Brasil MSK e para DLC nos três seguimentos telefônicos anuais. Nos seguimentos, a DLC foi definida pela presença no último mês de dor lombar com intensidade moderada/grave/muito grave e duração >3 meses. O presente estudo teve três variáveis resposta: 1) Incidência acumulada de DLC (sim/não); 2) Número de episódios de DLC (0, 1, ≥2 episódios); 3) Incidência acumulada de DLC segundo intensidade/incapacidade (ausente/muito leve/leve; moderada; grave/muito grave e/ou incapacitante). O estresse no trabalho foi avaliado pela versão longa da escala ERI. Dessa forma, as variáveis explicativas de interesse foram: o desequilibro esforço-recompensa, avaliado pela razão esforço/recompensa, e cada dimensão da escala ERI (esforço, recompensa e comprometimento excessivo) separadamente. Todas as dimensões foram categorizadas em tercis de suas distribuições. Foi utilizado o diagrama causal (Direct Acyclic Graph – DAG) como instrumento auxiliar na definição das variáveis a serem consideradas nos ajustes dos modelos que considerou o conhecimento prévio acerca dos fatores de risco comuns ao estresse no trabalho e dor lombar disponíveis na literatura. Dessa forma, foram consideradas para ajustes variáveis sociodemográficas [idade (em anos); sexo; raça/cor (branca/amarela, parda, preta/indígena) e escolaridade (superior completo; médio completo; fundamental - completo/incompleto] e características da ocupação [natureza da ocupação (não manual não rotineira, não manual rotineira e manual) e turno de trabalho (apenas diurno, noturno ou misto)]. A estimativa para as associações entre cada uma das variáveis de estresse no trabalho e a incidência acumulada de DLC foram feitas através dos modelos de regressão de Poisson. As associações das variáveis de estresse no trabalho com o número de episódios de DLC e com a incidência acumulada de DLC segundo intensidade/incapacidade foram investigadas por meio de modelos de regressão logística multinominal, por se tratar de variáveis com três categorias. RESULTADOS: A incidência acumulada de DLC em 4 anos de seguimento foi de 24,8%. Menor recompensa (1º versus 3º tercis; RR=1,24; IC95%=1,01-1,54) e alto comprometimento excessivo (3º versus 1º tercis; RR=1,23; IC95%=1,01-1,50) foram associadas a maior incidência de DLC. Do total de participantes, 10,7% reportaram múltiplos episódios de DLC (≥2 episódios). Alto esforço (3º versus 1º tercis; OR=1,48; IC95%=1,02-2,15), alta razão esforço/recompensa (3º versus 1º tercis; OR=1,67; IC95%=1,12-2,47) e alto comprometimento excessivo (3º versus 1º tercis; OR=1,67; IC=1,11-2,50) estiveram associados a maior chance de múltiplos episódios de DLC. A DLC grave/incapacitante foi reportada por 9,92% dos participantes. Menor recompensa (1º versus 3º tercis; OR=1,58; IC95%=1,02-2,44), alta razão esforço/recompensa (3º versus 1º tercis; OR=1,70; IC95%=1,14-2,53), e alto comprometimento excessivo (3º versus 1º tercis; OR=1,57; IC95%=0,5-2,34), foram independentemente associados à incidência acumulada de DLC grave/incapacitante. CONCLUSÃO: Os resultados demostraram que o estresse no trabalho, especialmente o alto comprometimento excessivo, foi associado a maior risco de DLC, maior risco de múltiplos episódios de DLC e maior risco de quadros de DLC grave e/ou incapacitante após 4 anos de seguimento. Os resultados desse estudo sugerem que medidas que atenuem a exposição ao estresse no trabalho possivelmente reduzirão a carga de DLC.
publishDate 2022
dc.date.issued.fl_str_mv 2022-12-20
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-12-20T13:20:44Z
dc.date.available.fl_str_mv 2023-12-20T13:20:44Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/62103
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv https://orcid.org/0000-0002-1942-6760
url http://hdl.handle.net/1843/62103
https://orcid.org/0000-0002-1942-6760
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/62103/1/36.Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Fernanda%20ajustada-%20FINAL.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/62103/2/license_rdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/62103/3/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 3c4db50da2123bf0745786b24b59bf9d
cfd6801dba008cb6adbd9838b81582ab
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589147861975040